VIVÊNCIAS MEDIÚNICAS (4)
Revendo experiências alheias podemos aprender a mudar os nossos conceitos, a nos permitir perder algo que coisas novas surjam. Neste sentido, o nosso momento de luz, faz uma abordagem sobre o “compromisso”.
De uma maneira muito clara, os exemplos desta vivência mediúnica nos alertam para o nosso verdadeiro compromisso: o compromisso com a nossa evolução, ou seja, o compromisso com as nossas potencialidades.
Como trata um pouco sobre o tempo, está feito o convite: não desperdicemos tempo, e ganhemos crescimento com breves minutos de leitura.
VIVÊNCIAS MEDIÚNICAS (4)
Na semana passada contextualizamos o período político-social no qual Maria Helena e Guilherme vivenciaram seu encontro, facilitando a compreensão da chamada “influência do meio” na construção humana.
Observamos ainda que doenças adquiridas no plano físico podem manter-se no mundo espiritual.
Contudo, o que nos leva à fixação num lugar ou num determinado tempo é do que trataremos hoje. Ou seja, abordaremos os aspectos emocionais que ultrapassam esse “onde e quando”, o conceito de compromisso, a promessa num determinado “espaço-tempo”.
Praticamente, todas as culturas conhecidas têm como modelo de “mundo” a seguinte seqüência: um começo (criação do universo, do planeta, do homem), um meio (com data de validade – prazo de duração de uma vida ou de várias encarnações) e um fim.
Há uma natural necessidade de ordenação, o que, infelizmente, facilitou à fixação em antigos dogmas que colocavam o controle dessa ordenação do mundo em posse de forças desconhecidas, enigmáticas e super poderosas.
O homem, o espírito, não tinha muito controle, nem responsabilidade, no processo evolutivo. Esperava-se que o divino ou outras forças externas, ditas naturais ou sobrenaturais, controlassem esse processo. Daí as tentativas de entrar em contato com os deuses, com as forças da natureza, com o sobrenatural. Sempre com o intuito de angariar proteção ou favorecimentos.
Mas a humanidade foi progredindo, “o tempo foi passando” e as religiões, como “novas ligações com o Divino”, foram se estabelecendo.
Nesse processo, o que seria o “fim” passou a ter inúmeros sentidos: fim dos tempos, juízo final, fim do homem, fim da humanidade, e um paradoxo em si mesmo: a ausência do tempo em determinado momento.
Atualmente, há tantas notícias sobre um “fim dos tempos”, que merecem um capítulo a parte.
Na idade média também havia profecias sobre o fim dos dias. Nessas épocas tristes, a imaginação e a fantasia criaram muitos contos, alguns míticos, que ainda nos perseguem até hoje. Para relacioná-los à historia de Maria Helena e Guilherme, há o conto da Cinderela e outros similares.
Maria Helena esperava no companheiro o “salvador” de todo sofrimento de passava, o provedor da sua felicidade, acreditando que seria para sempre!
Ouvimos muitas estórias onde o final era: “felizes para sempre”, como se houvesse um tempo em que a evolução acabasse, estaríamos então prontos e não haveria mais o “tempo”.
Voltando à “promessa” de Maria Helena, observamos que a tentativa acirrada de manter sua palavra foi coerente com sua crença distorcida, a da espera de um “fim do tempo - para sempre” apegada ao seu amado.
O compromisso feito com uma rigidez imobilizadora, nos leva a repensar sobre o valor do tempo, sua relatividade e sua mudança.
Existem tempos e tempos, e há uma noção meio vaga para a maioria de nós do que é infinito. Contudo, concordamos que finitos são tanto o momento quanto as eras.
Somente DEUS, o criador, que não teve começo, meio nem fim, não muda - pois é A PERFEIÇÃO, eterno e infinito....
Nada permanece como era antes, e o sentido dado à determinada palavra e promessa, portanto, tem um prazo num contexto e um aprendizado, que depois de apreendido cessa. Deste ponto, é preciso o desapego, de uma ou de ambas as partes envolvidas no compromisso, nos seus variados níveis.
Evoluir é também ser flexível, reavaliar compromissos, re-significar promessas, porquanto a Evolução é inexorável e traz em si mudanças reais e profundas.
Exemplificando: no compromisso em um casamento católico, há, no fim da cerimônia, as palavras “até que a morte os separe”. A morte aparece como um divisor de águas do tempo e das dimensões física e espiritual.
Nós sabemos que esta “morte” não existe, e as uniões, de espírito a espírito, são feitas pelo pensamento, pela sintonia vibratória, pela vontade.
O seguir em frente, o desapegar-se de idéias, de afetos, de conceitos, foi exemplificado pelo nosso Mestre: “Deixar aos mortos o cuidado de enterrar seus mortos”.
Recomendo a leitura (ou re-leitura) complementar no Evangelho Segundo o Espiritismo: capítulo XXIII (7,8), e o texto de Gabriel sobre “A morte da permanência” neste blog.
No mais, que todos possamos ficar mais leves, valorizando o nosso “tempo” em todas as suas dimensões, re-significando promessas, desapegando-nos de nós conceituais adquiridos e fortalecidos por dogmas pessoais e coletivos, e pela resistência às mudanças evolutivas.
Muita PAZ para todos nós.
Francesca Freitas
08-08-10.