VIVÊNCIAS MEDIÚNICAS (5)

19/08/2010 11:22

Na vivência trazida pelo Momento de Luz nesta quinta, continuamos a estudar "o compromisso", e como ele pode ser danoso para o nosso crescimento.

A história relatada (com imagens meramente ilustrativas, claro) nos convida para a reflexão do que realmente é o compromisso, se temos, efetivamente, compromisso com o nosso desenvolvimento, ou apenas compromisso com o "status quo", aquilo que já acostumamos e não mais nos assusta.

Aproveitem, pois todos nós podemos ensinar, com nossas experiências, qualquer um.

 

 

VIVÊNCIAS  MEDIÚNICAS (5)

 

 

 

Escolhi hoje continuar com um tema abordado na semana passada: o do poder da promessa, o da “palavra dada”. Contudo, com um enfoque diferente.

Para isto, relatarei a história de um egípcio, um dos espíritos mais antigos que conscientemente pude auxiliar, e a quem agradeço a partilha, que me oportunizou um aprendizado muito maior.

Seu nome é maior que esse, mas posso chamá-lo de Hamat.

Estávamos no trabalho mediúnico quando a médium foi captando uma ambiência diferente, sentindo-se num local relativamente escuro, denso, num local com paredes em pedra.

Estava difícil manter uma conexão, pois, quando a médium sentia mais a presença do espírito e não conseguia traduzir mentalmente sua língua (seus pensamentos), ele a percebia como uma intrusa ou uma fantasia e, daí, voltava-se para o silêncio.

Com a assistência sempre presente dos mentores, fomos à médium. Eu procurei chegar a este local que se descortinou na nossa tela mental como uma tumba.

Era uma sala relativamente ampla, com alguns desenhos que reconheci como hieróglifos, alguns esmaecidos pelo tempo. Não era uma tumba rica e muito adornada, como vemos em livros ou museus, mas tinha algo naquela lugar que inspirava quietude e poder.

Hamat percebeu nossa presença e passou a conversar comigo, através da médium, como se eu fosse um egípcio, também da sua época. Num misto de surpresa e indignação, questionava o fato de eu estar naquele local sagrado, perguntando com ordem de quem eu entrara, pois ele era guardião da tumba real e ninguém mais poderia adentrar ao local até que o rei retornasse.

Envolto em vibração amorosa, o local se tornava menos denso e mais claro.

A figura de Hamat delineou-se melhor: era um homem de média para alta estatura, moreno, magro, porém forte, olhos escuros e determinados, com uma espécie de lança comprida na mão. Roupa característica dos egípcios, dorso nu com adornos e com um ornamento de tecido e metal na cabeça. Seu perispírito conservara aquele aspecto por milênios!

Inicialmente relutante em estabelecer um diálogo, pois Hamat estava acostumado à solidão e quietude, literalmente “parado no tempo”, acabou aquiescendo em relatar sua missão.

Era filho de uma família que já tinha servido ao faraó, e, portanto, sentia-se muito honrado em ter sido escolhido e treinado para este trabalho, que consistia em estar próximo ao faraó, protegendo sua tumba, seu descanso sagrado, até o seu retorno à terra. Empenhara sua palavra e sua vida à esta missão,  era esta a sua verdade, sua “maat” (veja nota abaixo) e a cumpria com dignidade e justiça.

Enquanto a conexão ia se fortalecendo com a escuta da sua história, percebi a chegada de alguns espíritos, vestidos de forma diferente, com túnicas brancas longas, envoltos numa aura luminosa e que ele reconheceu como sacerdotes do rei.

A medida que conversavam, uma abertura na tumba ia ocorrendo, como um portal que permitia a entrada de raios de sol, iluminando completamente seu interior.

Em seguida concordou acompanhar os espíritos, pois iria encontrar o faraó, e então terminar sua jornada, caso o mesmo o liberasse.

Despedi-me dele e o vi caminhando numa areia clara, seguindo os sacerdotes até desaparecer............

Pouco antes de retornar à sala mediúnica, com minha curiosidade atiçada, pensei no grande sarcófago de pedra dentro da tumba, pois não percebia a presença de mais nenhum espírito naquele local.

Realmente havia um corpo mumificado ali e, por inspiração, foi-me revelado ser de um dos reis-faraós do antigo império, antes mesmo da unificação do alto e baixo Egito.

Percebi que, há muito, este espírito já tinha deixado o local, inclusive passado por várias encarnações educativas e que seguia seu processo evolutivo.

Os “sacerdotes” iriam promover um encontro de ambos no mundo espiritual para que Hamat se liberasse da promessa e encerasse esse trabalho, para ter um novo começo na sua jornada de crescimento.

Essa foi uma das experiências impactantes vivenciadas que me levaram a refletir sobre a valoração do trabalho, da importância de uma missão, do devotamento.

Há muitos aspectos nesta história, e na próxima semana continuaremos  com ela, falando da rigidez e da flexibilidade, da promessa com o outro e consigo mesmo.

 

Muita Paz para todos nós.

 

Francesca Freitas

17-08-10.

 

NOTA: Em egípcio, a palavra para verdade é Maat. O uso do Maat surgiu na Era das Pirâmides, iniciada por volta de 2700 a. C. No começo, Maat estava associado ao deus-sol Ra, ao faraó, à administração do país, ao homem comum, aos rituais dos templos e aos costumes mortuários.

Além disso, Maat eventualmente passou a ser associado a Osíris, o deus do outro mundo. Para os egípcios antigos, a palavra Maat significava não só verdade, mas também retidão e justiça e seu símbolo era a pluma de avestruz.

 

A pluma, como símbolo, é encontrada em toda parte do Egito, nos túmulos, nas paredes e colunas dos templos.  Pretende transmitir a idéia de que "a verdade existirá".

A pluma era transportada nas cerimônias egípcias, muitas vezes sobre um cajado e aparece como fazendo parte do toucado da deusa.

Para os egípcios que viviam na Era das Pirâmides, discernia-se o Maat como algo praticado pelo indivíduo. Era também uma realidade social e governamental existente, bem como uma ordem moral identificada com o governo do faraó. Durante toda a história do Egito Antigo, o Maat foi o que o faraó personificou e aplicou. Maat era a concepção egípcia de justiça; era justiça como a ordem divina da sociedade. Era também a ordem divina da natureza conforme estabelecida no momento da criação. O conceito tanto fazia parte da cosmologia quanto da ética.

 

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