VIVÊNCIAS MEDIÚNICAS (6)

26/08/2010 11:18

A nossa vivência mediúnica desta quinta aproveita os ensinamentos de Buda para manter sempre vivo o questionamento sobre os nossos propósitos nesta existência.

Nunca esquecendo que falamos no plural, pois os nossos propósitos, sendo nossos, também evoluem, nunca sendo dotados da definitividade,  ao contrário, sempre pautados nas necessidades.

Portanto, há a necessidade de nos despojarmos de pesos inúteis que fogem deste objetivo, dos nossos propósitos, de nossa evolução.

 

 

VIVÊNCIAS  MEDIÚNICAS (6)

 

Hoje, vamos continuar tecendo comentários sobre a promessa e o compromisso, lembrando de Maria Helena e Guilherme, e da missão, o “maat” de Hamat.

Em ambos fica evidente o comprometimento com seus propósitos. Tinham muitos pontos positivos: a força de vontade, o comprometimento, a dedicação à causa que abraçaram, a disciplina; entetanto seus focos estavam direcionados a um propósito que não incluía a evolução, a percepção do Divino, o aprendizado.

O apêgo a um amor-paixão, a uma missão-trabalho, que os encapsulou no tempo, também os afastou do contato com a realidade.

Ao nos debruçarmos reflexivamente sobre o significado do “propósito” da nossa existência, incluímos várias questões e ponderações  acerca da nossa missão ou das várias missões nessa vida, da oportunidade encarnatória que devemos abraçar com responsablidade.

 

Quando recordamos da nossa infância na nossa escala de propósitos, guardadas as devidas proporções, do que era importante naquela ocasião, fazíamos as perguntas: o que vou ser quando crescer? O que faria quando fosse grande?

Todos “crescemos” e temos nos perguntado o que temos feito com os nossos sonhos-aspirações, e possivelmente muito do que era importante numa determinada época da vida já não o é mais hoje.

Nossa escala de valores vai se modificando, nossa ética pessoal deve refinar-se com a ampliação da consciência.

Nesse caminho vamos juntando coisas, não só bens materiais, mas sobretudo crenças, conceitos intelectuais, emoções e afetos.

Fica difícil caminhar com tanto peso: como passar pela porta estreita com tanta bagagem?

 

É preciso ter um propósito, contudo um propósito correto e para a sua concretização é necessária a desciplina. Muitos de nós temos a boa aspiração, mas não temos a força de vontade, e outros são persistente no caminho, contudo trilham a estrada errada para seu objetivo.

Muitos Mestres vieram nos aconselhar, e temos muito o que aprender com todos que nos abençoaram com seus ensinamentos e exemplos.

Um dos desses mestres é o Buda, nascido há cêrca de 500 anos a.C. no Nepal como Sidharta Gautama. Como homem, passou por várias experiências, que o levaram a indagações filosóficas acerca da existência, do sofrimento, da dor e do prazer.

Filho de uma família nobre e muito abastada, ao sair, ainda adolescente, dos muros do palácio onde morava entrou em contato com outra realidade, deparando-se com a velhice, a doença, a “feiúra”, a pobreza como miserabilidade.

 

Esse olhar para o outro, para as diferenças, o levou a procurar um caminho diverso, questionando e refletindo sobre inúmeros aspectos do ciclo da vida. Buda não fundou uma religião, não se proclamou dono de uma verdade única, nem arrebanhou discípulos com práticas místicas. 

 

No conjunto de seus ensinamentos, de sua “doutrina”, observamos, como pilares, as chamadas Quatro Grandes Verdades de Buda, que tem a finalidade de nos orientar na superação do sofrimento para atingir o Nirvana (estado total de paz e plenitude), a “felicidade”,  por meio da disciplina mental e de uma forma correta de vida.

Vamos a elas:

1.     A existência implica em dor: o nascimento, a velhice, a morte fazem parte da roda dos nascimentos e renascimentos;

2.    A causa do sofrimento é o desejo: desejo como apego, como posse;

3.    O fim do sofrimento é alcançado com o fim do desejo ou desapego;

4.     A superação da dor/sofrimento pode ser alcançada através de oito passos, que nos guiam para o “Caminho do Meio”, do equilíbrio.

 

“Conhece a paz quem esqueceu o desejo de sentir prazer”

                                                                      Bhagavad Gita

 

Entre esses oito passos, está o do justo desígnio, e daí voltamos para o início desse texto, da reflexão sobre os propósitos da nossa existência, do sentido que estamos dando às nossas vidas, da necessidade do diálogo interior, da pergunta sempre opurtuna: para que?

 

Encerro esssa semana com uma observação de Leon Denis (do livro “O Problema do Ser, do Destino e da Dor), desejando a todos  um justo caminho:

A vida é uma vibração imensa que enche o universo e cujo foco está em Deus. Cada alma, centelha destacada do Foco Divino, torna-se, por sua vez, um foco de vibrações que hão de variar, aumentar de amplitude e intensidade, consoante o grau de elevação do ser.

 

Muita Paz,

                 Francesca Freitas                  

24/08/2010

 

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