MISÉRIA NA RUA

26/07/2010 07:03

Mais uma semana que começa com poesia para todos nós.

Que a arte de uma poesia nos inspire para a arte da vida, construindo cada momento com a mais bela rima e o mais puro amor.

Um abraço a todos e boa semana.

 

 

 

MISÉRIA NA RUA

 

Quando em noites cálidas, no aconchego

As lembranças voam nas ruas desertas

Vejo criaturas que não reconheço

Mas seus olhos tristes, vagam despertos

 

Alguns ate dormem no álcool embebidos

Nas drogas desmaiam, em vil desespero

Suprindo a falta de amor,  que dá vida

De abandono fartos, sem  paz , com medo.

 

As brisas noturnas despertam  seus sonhos

 Tremendo de frio, lastimam seus dias

 Pedindo a Deus que tenha piedade

E possam leva-los a mundos tranqüilos

 

Seu estômago chama pelo impossível

Dão soturnos roncos nas noites vazias

Uma sopa, um pão, algo comestível

Para  serenar  o dor e a agonia.

 

No tremor do frio, debilitado corpo

Pede no silencio, um cobertor amigo

Para serenar seu tremor no corpo

De frio, de fome, de desprezo perdido.

 

Acabrunhado, deitado, num canto

Vê passar o povo sem, nem ser notado

Parece um dejeto, contaminando a rua

Para  todos aqueles que passam de lado

 

Quem é esse ser, feio e desprezado

Perambula nas ruas barulhentas do dia

Um pai, uma mãe um ser sem passado?

Um drogado, um bêbado, uma alma vadia?

 

Quem é você, que passa de largo?

Olhar de desprezo, de alma ofendida.

Será que seu pai, sua mãe, seu filho

Não poderá estar, algum dia perdido?

 

Ho! Alma dura, fraca, arrogante

Desprezas os seres pela aparência

Se tens o ouro serás bajulado

Mesmo que não tenhas alguma decência

 

Por isso eu te digo, com toda humildade

Amealha os bens da eternidade

Mesmo que a vida te seja ingrata

Terás no futuro a felicidade

 

A você meu amigo, que sofres nas ruas

Levanta as preces ao Deus infinito

Que o resgate da vida te foi propiciado

Noutra vida serás, ditoso e bonito

 

Adriano C A

20/08/04

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