A MORTE DO ROUXINOL

14/07/2014 06:54

A poesia de hoje fala sobre a certeza da vida sempre continuar, não havendo como parar nosso canto.

Que tenhamos a certeza que, em todas as dimensões, seremos convidados a levar nosso canto.

Cantemos.

Ótima semana para todos.

 

 

A MORTE DO ROUXINOL

 

A se eu pudesse, abrir densas nuvens

Nos dias de frio, para que o sol,

Acalentasse o peito, de pássaros alegres

Voltasse o doce canto, do meu rouxinol.

 

Quando da janela, via suas plumas

De lindas cores, que a vista brilha.

Cabeça erguida, sobre a flor da relva

No lado esquerdo, ao subir da trilha.

 

Parado em silêncio, deste dia triste

Porque a brisa fria, no dia sem sol.

Deixa na garganta, o canto retido

A amargura invade, o meu rouxinol.

 

Sua amada linda, pulava nas ramas

Promessa de amores, para seu cantor.

Ele olhava triste, silencioso respeito

Por não cantar no peito, para seu amor.

 

A se eu pudesse, adiantar o tempo

Trazer a primavera, para meu rouxinol.

Construir seu ninho, junto dos vizinhos

E cantar triunfante, debaixo do sol.

 

As canções belas, dele e dos vizinhos

Junto de seus ninhos, nas ramas em flor.

Trazendo esperança, ao trecho do mato

Em belo retrato, da orquestra do amor.

 

Uma manhã de frio, adentrei o mato

Perguntar para ele, da dor e emoção.

A morte passara, na noite de frio

Congelara o rio, e o seu coração.

 

Deitado num canto, junto com a morte

Que era mais forte, que meu rouxinol.

Os dois abraçados, quem era mais morto?

A mortalha da morte? Ou meu rouxinol?

 

No silêncio sofria, com tristeza, a morte

Porque sua sorte, não tinha saída.

De aspecto triste, de feições torpes

Não sabia como, ir para outra vida.

 

Na outra vida alegre, o rouxinol cantava

Bonitas canções, com trinado forte.

O céu brilhava lindo, o espírito eufórico

Seu repicar melódico, a matar a morte.

 

ACA

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