A MORTE DO ROUXINOL
A poesia de hoje fala sobre a certeza da vida sempre continuar, não havendo como parar nosso canto.
Que tenhamos a certeza que, em todas as dimensões, seremos convidados a levar nosso canto.
Cantemos.
Ótima semana para todos.
A MORTE DO ROUXINOL
A se eu pudesse, abrir densas nuvens
Nos dias de frio, para que o sol,
Acalentasse o peito, de pássaros alegres
Voltasse o doce canto, do meu rouxinol.
Quando da janela, via suas plumas
De lindas cores, que a vista brilha.
Cabeça erguida, sobre a flor da relva
No lado esquerdo, ao subir da trilha.
Parado em silêncio, deste dia triste
Porque a brisa fria, no dia sem sol.
Deixa na garganta, o canto retido
A amargura invade, o meu rouxinol.
Sua amada linda, pulava nas ramas
Promessa de amores, para seu cantor.
Ele olhava triste, silencioso respeito
Por não cantar no peito, para seu amor.
A se eu pudesse, adiantar o tempo
Trazer a primavera, para meu rouxinol.
Construir seu ninho, junto dos vizinhos
E cantar triunfante, debaixo do sol.
As canções belas, dele e dos vizinhos
Junto de seus ninhos, nas ramas em flor.
Trazendo esperança, ao trecho do mato
Em belo retrato, da orquestra do amor.
Uma manhã de frio, adentrei o mato
Perguntar para ele, da dor e emoção.
A morte passara, na noite de frio
Congelara o rio, e o seu coração.
Deitado num canto, junto com a morte
Que era mais forte, que meu rouxinol.
Os dois abraçados, quem era mais morto?
A mortalha da morte? Ou meu rouxinol?
No silêncio sofria, com tristeza, a morte
Porque sua sorte, não tinha saída.
De aspecto triste, de feições torpes
Não sabia como, ir para outra vida.
Na outra vida alegre, o rouxinol cantava
Bonitas canções, com trinado forte.
O céu brilhava lindo, o espírito eufórico
Seu repicar melódico, a matar a morte.
ACA