CAOS RENOVADOR

25/11/2013 09:15

O Momento de Luz de hoje é uma reflexão, um passeio, sobre a nossa história. O personagem: a consciência do mundo.

Que a poesia de hoje seja momento para a reflexão das nossas escolhas como coletividade e novas posturas como individualidades.

Muita paz.

 

 

CAOS RENOVADOR

 

Caminhei na densidade

De furna escura e profunda

Sou a consciência do mundo

Sou túmulo e vastidão.

Na minha mão levo a espada

Que mata todas as eras

Que bota fogo nas trevas

Destruindo a escuridão.

 

Andei por caminhos áridos

Viajei estradas de luz

Caminhei junto da cruz

Nas trilhas de Jerusalém.

Aniquilei crianças tenras

Raptei filhos e donzelas

Nas prisões botei cancelas

Enchi de sangue o além.

 

Também levantei da morte

Despertei fé na indiferença

Na vida sofrida e tensa

Pus a bandeira da mansidão.

Pintei a Grécia de branco

Tornou-se árvore um dia

Da liberdade e filosofia

Heráclito, Sócrates, Platão.

 

Em Roma instituí o direito

Tornei-a rica e poderosa

Depois arrogante e vaidosa

Semeei discórdia e vilões.

Com minha língua de fogo

Destruí Roma e Pompéia

Do norte veio a centopeia

Que derrubou seus portões.

 

Criei Deusas no Egito

E em outros cantos da terra

Só serviram para guerra

E dominar os sofredores.

O sangue foi derramado

Endureceu as consciências

Patrocinou as demências

Chafurdando-se nas dores.

 

Desde as estepes da Ásia

Até as portas do Egito

Morte, abuso, dor e gritos

Destruição e escravaturas.

Vi gritos de desespero

Chamei exércitos do alto

Invadiu a terra de assalto

Com novas legislaturas.

 

Descobri os novos mundos

Nas latitudes da terra

Transformei homens em feras

Pelo ouro e pelo poder.

Lancei as pestes mortíferas

No coração das cidades

Botei os poderosos sentados

Sem forças de se mover.

 

Abri um túnel nos céus

Para ver mundos exteriores

Botei no homem pendores

De estudar os universos.

Ao verem tantos mundos

Nos confins do infinito

Ficaram muito contritos

Vendo como eram perversos.

 

Tão insignificantes vidas

Diante de tal vastidão

Que a Deus pediam perdão

Por tanta desgraça e morte.

Com tão bela arquitetura

Nestes desenhos de Deus

Contestadores e ateus

Buscavam ares da sorte.

 

Botei a terra doente

Do sol mandei trazer lume

Enchi os homens de estrume

Bactérias e vírus, fazendo dor.

Coloquei-os de joelhos

Para dar valor as vidas

De precoces despedidas

Dos seus filhinhos em flor.

 

Mandei invadir a Europa

Por Mongóis, Vikingues, Mouros

Mandei queimar as lavouras

Espalhei fome do sul ao norte.

Com tantas iniquidades

Os povos rangiam os dentes

De fome dor e dementes

Fonte de discórdia e morte

 

Cantei os cantos da morte

Nos poderes instituídos

Por religiões e bandidos

Falsa moral, torpes verdades.

Aos reinos, cleros e nobres

Enquadrei e disse basta

Desmascarei as nobres castas

Semeando a liberdade.

 

Espalhei ventos e tremores

Batendo os punhos na terra

Mais mortes fizeram na guerra

Que o homem se vangloriou.

Fiz tremer mães e filhos

Impondo temor nos lares

Fiz ajoelhar-se em altares

Que a humanidade mudou.

 

Corações embrutecidos

Em tão forte densidade

Que a força de sua maldade

Implodia os indecentes.

Como castelos de areia

Dissolviam-se em chão lodoso

Adentrando umbrais trevosos

Onde não há inocentes.

 

Gritos, castigos e dores

Sentiam-se nas alturas

Onde os olhos de ternura

Choravam de comiseração.

Os comandos do infinito

Prepararam sua viagem

Para descer nas paragens

E dissolver a escuridão.

 

Surgiram luzes e perfumes

De corações bondosos

Submetendo os belicosos

Presos em seus pantanais.

Impertinentes e danosos

Encharcados de negrume

Por dentro ardendo no lume

Das atitudes imorais.

 

Sofridos sentiram o sopro

Da brisa que se acercava

De criaturas aladas

Para acabar com as guerras.

Com corações altruístas

Com a espada da ternura

Dissolviam a amargura

Que os maus geraram na terra.

 

Desceram em carros de fogo

Para amenizar as dores

Os nobres consoladores

De que o Ungido falou.

Através de vastos livros

Escrito por nobres seres

Sem fazer mais que os deveres

Que Jesus Cristo mandou.

 

ACA

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