CASA DOMINADA PELAS SOMBRAS
O Momento de Luz de hoje traz um relato de sombra, que nos ajuda a compreender que é sempre possível o caminho pela luz.
Acompanhem o tratamento, realizado em nossa casa, de uma família em que a matriarca, por diversas vezes, havia tentado o suicídio.
Interessante notar as influências dos desencarnados, a influência dos encarnados, bem como a nossa autossugestão, tanto para a materialização de coisas negativas como para a materialização do amor e da regeneração.
Agradecemos a oportunidade de aprendermos com a superação de cada relato.
Esperamos que seja útil para todos.
Muita paz.
CASA DOMINADA PELAS SOMBRAS
A casa e a família que trabalhávamos naquela noite, era de um lugar distante, noutro pais. A matriarca havia tentado o suicídio por duas vezes e fora pedido ajuda à CACEF.
O trabalho daquele núcleo familiar começou com uma médium bem equilibrada. Mas o que se avizinhava parecia muito perturbador. Apesar da concentração, não conseguia qualquer vislumbre do ambiente que queríamos adentrar para o socorro que se pretendia.
Voltamos nossa concentração para a sala que estávamos, fomos criando, a partir de nós, um belo caminho de luz (campo magnético) pelo qual pudéssemos, nós e os socorristas, viajar com relativa segurança e força divina suficiente para dissolver os entraves energéticos que supúnhamos iríamos encontrar.
A psicosfera da casa era uma barreira intransponível à nossa visão. Por mais que tentássemos sondar o ambiente, nada nos era permitido. Mesmo assim, pedindo permissão ao divino mestre, com voz mansa e profunda, fui conduzindo a médium à confiança, com intuito de que se expandissem nossas energias sublimadas e viajassem através desse túnel de luz que havíamos criado.
Pouco a pouco, fomos comandando a dissolução dos bloqueios, limpando o entorno da casa, dos miasmas escuros que a envolviam. Numa voz profunda e confiante, rompíamos as barreiras estabelecidas por criaturas das sombras.
Penso que, diante do medo de que adentrássemos a residência, comunicou-se uma criatura, com voz violenta, com palavras severas. Parecia que comandava um grupo que lhe seguia ordens, pois, da mesma forma, nos advertia que ali ninguém entraria. Repetia guturalmente este comando, sem querer ouvir, talvez para que não se desfizesse o cordão de asseclas que protegiam o ambiente já dominado por eles.
Acreditava que repetindo que ali ninguém entraria, que ali ninguém entraria, teria a força de que precisava para a turba não se render. Vimos quantidade incontável de seres dementados, que gritavam fazendo uma barreira, abraçados em fila, como policiais diante de multidão, para contê-la.
Seus rostos eram deformados, suas bocas, aos berros ininteligíveis, abriam-se desmesuradamente, com se fora uma matilha de cachorros defendendo seu reduto. Era a tentativa de intimidação pelo medo o que eles pretendiam
Nesta noite, nada mais pôde ser feito. A médium, cansada, demandava repouso. Deixamos este caminho imantado para aquele local, com o intuito de, outro dia, tentarmos o acolhimento ou a dissolução desta trama umbralina.
Na segunda semana, outra médium tentou entrar no ambiente. Emitia carinhosos eflúvios de energias revigorantes e transformadoras. Mesmo assim, a paciente não conseguia ter lucidez para receber ou perceber as energias que eram colocadas no ambiente doméstico, mas seu esposo parecia que tinha essa noção, ainda que a nível inconsciente.
Notou, a médium, muita dificuldade e não conseguindo transpor as barreiras de ódio e violência que pressentia, deixando que seu trabalho fosse apenas de doação.
Na terceira semana, retomando o caminho de luz deixado durante a semana estendido até a residência em epígrafe, fomos levando a médium a sondar a psicosfera do ambiente a ser trabalhado.
Chegou uma criatura irritada e, ao mesmo tempo, lamentosa, mas não nos parecia que fosse de índole tão violenta como os que havíamos trabalhado em noites anteriores.
Dizia-nos que não se entregaria a nosso convencimento, que sua vingança era sua recompensa pelos atos sofridos. Fazíamos ver que suas dores eram conseqüências da persistência no ódio e que de nada lhe adiantava continuar na vendeta depressiva que lhe acompanhava por tantos anos.
Tentamos mostrar, intuídos, que as dividas contraídas pela vitima/agressor seriam sanadas a seu devido tempo e que poderia se recuperar para uma nova vida, sem que, por isso, o agressor de outrora não tivesse que render contas diante da vida.
Narrou-nos que fora envenenada pela criatura perseguida de hoje, que sofrera as agruras da dor do veneno e agora sofria pelo registro mental e perseguição inabalável durante os tempos imemoráveis de sua desdita.
Colocamos remédio para curar as feridas provocadas no seu trato gástrico. Limpamos os miasmas que recobriam seu coração e sua mente. Colocamos, dentro de seu peito, energias sublimadas, para preencher o vazio que se instalara pelo ódio.
Assim, foi se acalmando, dizia que, mesmo com o remédio que déramos para dormir, o problema continuava aí. Foi adormecendo e sendo levada para o necessário repouso.
Na quarta semana, voltamos na casa, o ambiente já parecia mais desanuviado, mas apresentou-se um indivíduo que estava algo revoltado, pois estávamos invadindo seus domínios. Era o dono da referida vivenda, tinha provas de que fora ele que construíra aquele lugar e tinha documentos que o comprovavam.
Afirmava que nós o teríamos invadido sem nenhuma permissão, levando aquela luz, que ofendia e assustava o seu povo. Já o tinham despejado do andar de cima, continuou seu relato, e, agora, encontrava-se no porão, ultimo reduto, sujo e sem boas acomodações.
Queríamos limpar este ambiente, mas ele não concordava, não nos queria, nem como faxineiros dos seus domínios. Mesmo assim, começamos a limpar os miasmas que o envolvia e o ambiente parecia mais confortável.
Propusemos-lhe que daríamos um lugar para ele viver. Relutava, pois naquela ambiente conseguia mantimentos e demais necessidades mínimas para seu povo. Perguntamos quem era seu povo e nos respondeu que eram as criaturas que ele havia acolhido, por não terem onde viver.
Vimos que o amigo não era de má índole, já que recolhia os mais desesperados, dando-lhe o mínimo de conforto. Mostramos, novamente intuídos, que aquela não era mais a sua morada e que a documentação não estava em seu nome. Quando a espiritualidade lhe apresentou um documento em nome de José, que ele não conhecia, afirmou que devia haver algum engano, pois seu nome era Joaquin Josefino da Silva.
Mostraram-lhe que os mantimentos que recebia eram impróprios para uma boa saúde e que lhe daríamos comida apropriada. Não reconhecia os mantimentos que via agora, sem a enganação que outros lhe haviam incutido.
O ambiente, segundo ele, já estava mais agradável. Tínhamos pintado as paredes, na verdade tínhamos feito as paredes que, antes, ele não conseguia ver. Colocamos no salão uma farta mesa de frutas e sucos, pedimos para chamar seu povo para o repasto.
E todos vieram de forma desesperadora. Gritava com eles, não aceitava aquilo, como poderiam se comportar daquela maneira, subindo na mesa e pegando a comida desesperados. Realmente, nunca os tinha visto assim como animais. Aos poucos foram se comportando, e ele, surpreso, viu que todos se sentavam educadamente.
Oferecemos-lhe nova residência, uma casa bonita, onde poderia continuar a dar assistência a muito mais criaturas em busca de ajuda. Admirou a bonita casa que lhe apresentávamos, em que pese um pouco resistente, pois no novo ambiente, não imaginava como iria conseguir comida para todos.
Apresentamos um amigo que ajudaria e providenciaria o repasto necessário, além de outras necessidades, como cuidados médicos e roupas. Admirou-se e gostou de ter um mordomo que lhe ajudaria, pois, até agora, todos estavam às suas custas. Uma ajuda lhe daria um pouco de tranquilidade.
Aceitou mudar-se diante de tantas possibilidades e conforto que lhe oferecíamos, pois, segundo ele, até camas para todos tinha na nova residência. Afirmou que, na anterior, quando queria dormir, tinha de empurrar a mulher encarnada para fora da cama, ela resistia e era uma luta diária para conseguir algum conforto.
Saudamos o amigo e deixamos a cargo da espiritualidade a seqüência das providências, que é quem tem condições de seguir com a faina que aqui foi iniciada. Continuaria, por algumas semanas, a trabalhar no ambiente residencial, para que fosse possível arejar e limpar os restos da psicosféra deletéria que se havia estabelecido, por desequilíbrios dos desencarnados e agressão de inimigos de outrora.
Na quinta semana, fizemos o caminho até a moradia da senhora em tratamento, pedimos a médium para envolver a encarnada em energias de amor, limpando sua psicosfera e tentando adentrar sua emoção para poder reequilibrar suas idéias.
A própria encarnada se comunicou, estava desesperada, em desequilíbrio. Falava que tinha de pagar seus erros, que tinha de sofrer, pois era uma criminosa e tinha de pagar sofrendo. Tentamos acalmá-la mostrando-lhe que seus pagamentos pelos erros deveriam se dar enfrentando as dificuldades, ajudando os necessitados, levantando a cabeça para a vida com respeito e dignidade.
Falamos que o ato de suicídio que tentava praticar levaria a mais sofrimento, seria um crime a mais contra os desígnios de Deus e sua mente entraria em mais desequilíbrio, pois o resgate deveria ser pelo amor e não de violência contra si mesma.
Debatia-se, ainda desesperada, mas, parecia que, em parte, compreendia a situação. Com passes dispersivos a distância, procuramos relaxar suas tensões e, aparentemente, dormiu com sensação de alivio, ainda que não parecesse que estava totalmente convencida.
Mais noites de trabalho com esta amiga aconteceram, inclusive com sua presença desdobrada. Parecia que se havia estabelecido um equilíbrio relativo. Assim, a partir daí, era uma questão terapêutica.
Tempos depois, em contato que tivemos com amigo nestas terras distantes soubemos que nossa amiga estava em muito bom estado de saúde mental, apesar de que ainda fazia uso de remédios psicotrópicos, porque seu problema físico e psicológico, ainda não estava totalmente resolvido
ACA