COMPARTILHANDO DESCOBERTAS E SABERES

05/08/2013 21:43

Às vezes não sabemos o que fazer. Sentimo-nos frágeis e incapazes. Resta-nos o desânimo, o medo, a vontade de desistir. Temporariamente cegos, não reconhecemos em nós a força para seguir.

Esta semana, no Momento de luz, Gregório, no estimula a reconhecermo-nos como aprendizes. Ao não temer o erro, mas considerá-lo um ponto de partida para o conhecimento.

Orienta-nos a dialogar com ele e a identificar, em nós, o motivo de sua existência, despertando-nos para o processo transformador que este diálogo nos possibilitará.

Boa leitura e reflexão!

Andréa

 

 

COMPARTILHANDO DESCOBERTAS E SABERES

 

O dia amanheceu límpido e claro. Um convite ao caminhar. Resolvi aceitá-lo. Passeei pelos jardins e comtemplei a atmosfera de luz e paz que me acompanhava.

Desde que tive coragem de revelar meu desejo de acompanhar Claus em sua nova jornada, sentia-me forte e bem disposto. Forte o bastante para enfrentar meus medos e bem disposto a confiar em mim.

Confiante em que eu era agora, um eterno aprendiz, acalmei meu coração. Com certeza erraria, e daí? Era maduro o suficiente para identificar o erro, reconhecer a responsabilidade e reagir, corrigindo-o.

Este era eu agora. Um ser capaz de se reconhecer humano. Possuidor de luz e trevas, de certezas e dúvidas. Capaz de sonhar e viver a partir de quem realmente é.

Tarefa não fácil. E muito menos contínua. Sabia que daqui a dois minutos poderia pensar diferente. Poderia apavorar-me, pensar em desistir devido a minha incapacidade de ser e agir. Eis-me humano.

Não é a certeza que nos faz grandes, imbatíveis. É a dúvida que nos faz perseguir a ignorância e construir o novo, transformando o velho, persuadindo o inconstante e concretizando a verdade.

Somos assim, feitos da contradição. Da união de tudo que somos: do novo e do velho, do feio e do belo, do sujo e do limpo, do que queremos manter e do que tememos ser. Não dá para esconder o que não gostamos, porque é nosso. Faz parte de nós. Somos nós.

Só é possível transformar o que é conhecido. Dialogar com ele, revendo se ainda é necessário em nós. Quando não precisarmos mais dele, podemos nos desfazer e dá lugar ao novo, mais condizente com quem queremos ser a partir de agora. Portanto, sem medo e com compaixão, olhemos para nós mesmos e desfrutemos da nossa companhia.

Com certeza não será de toda má e nem de toda perfeita. Ainda estamos longe da perfeição, mas também estamos do primitivo. De onde estamos, podemos visualizar o horizonte luminoso. Já vivenciamos muitas situações, cada um de nós, e já aprendemos muito.

E não dá para ser o mesmo, depois de tantas vivências. Acreditem somos melhores, hoje, do que jamais fomos antes. E sempre podemos compartilhar do que somos, sem medo de oferecer só o pior de nós. Porque o melhor de nós, também existe.

Basta nos responsabilizar por isso. Desejar ser e se fazer luz para si e para o outro. E seremos. Simples assim. Podem acreditar. Se desejar dar o melhor, isso ocorrerá.

Estarão atentos. E isto é o melhor caminho. Estar atento a si e ao outro, observando e refletindo sobre as próprias ações, sentimentos e pensamentos. Estar atento ao erro quando ele ocorrer e enfrentá-lo, questionando o porquê de sua existência.

Ao perguntar para que ele se materializou, podemos identificar o que nos afligiu e, o precipitou. Corrigi-lo não é somente concertar o que erramos, é transforma-nos. É tornarmo-nos melhor. Não sendo mais necessário cometê-lo.

Diante deste novo caminho, sentia-me mais seguro, mais capacitado a seguir. Principalmente por saber que contava com o auxílio de quem já passou por tudo isso. Amigos dispostos a compartilhar de sua sabedoria, conquistada a parti das próprias vivências.

Agora seria a minha vez de vivenciar o lugar do quem cuida ao mesmo tempo em que é cuidado. Era confortável a ideia de ser cuidado. De ter alguém sempre atento a mim e disposto a me socorrer. Esta certeza causava-me uma grande sensação de segurança.

Por muitas vezes fui, por saber que alguém estaria a postos para me amparar e resgatar. Agora, mesmo mantendo esta certeza, reconhecia que também deveria estar lá para amparar e resgatar.

Senti, de repente, um frio na barriga, que me tomou por inteiro. Era ela. A temida responsabilidade que vinha ao meu encontro. Na verdade, o medo de não conseguir assumi-la.

Como poderia, a partir de agora, depositar-me no leito e sucumbir? Não poderia. Não poderia mais fugir. A segurança já ia deixando-me quando Samuel apareceu.

Sua presença trouxe-me um ânimo novo. Senti-me acolhido. Nada fez, apenas sorriu. Acompanhei-o. Seria mais um novo dia de trabalho, de descobertas e de aprendizado.

Caminhamos lado a lado, sem nada dizer. A cada passo ia refazendo-me, retomando a confiança em mim mesmo e na equipe a qual participava. Éramos um grupo amigo, sustentados pelo amor, pelo conhecimento e pela fé. Caminhávamos juntos, apoiando uns ao outros.

Quando chegamos, sentia-me melhor, encorajado para mais um dia. Encontramos o grupo sentado, a palestrar. O assunto era o crescer, a partir do conhecer.

Samuel convidou-nos ao estudo. Assim começávamos todas as manhãs. Reuníamos na sala de estudo e retomávamos a leitura interrompida no dia seguinte. Após o texto refletíamos sobre o assunto, compartilhando nossas descobertas e nossos saberes.

Estávamos lendo o Evangelho. Interessante como parecia à primeira vez que o lia. Cada trecho lido oferecia-me lições ainda não aprendidas, não captadas. Sentíamo-nos enriquecidos, fortalecidos após cada estudo. E assim, partíamos para as tarefas do dia.

Claus já nós esperava, quando chegamos. Parecia mais tranquilo e entusiasmado que o dia anterior. A reunião de família o havia deixado mais confiante. Sabia que podia contar com pais amorosos e seguidores das Leis de Deus.

Sabia também que podiam errar, mas estariam juntos, comprometidos com o compromisso maior de servir ao Pai, na orientação de Seus filhos, despertando-os para as leis divinas que se encontravam adormecidas dentro de cada um deles.

Seria um educador. Levaria a cada criança, jovem ou ancião o conhecer, potencializando em cada um deles a capacidade de aprender, refletir e, por conseguinte agir.

E em cada uma de suas palavras estaria contido o amor divino. Luz que ilumina e aquece os corações humanos, exprimindo neles a caridade e a solidariedade, estimulando-os a viverem em comunidade, contribuindo uns com os outros na difícil tarefa do crescer.

Ao vê-lo assim, também me senti mais confiante. Estava cercado de espíritos benevolentes, que aspiravam ao mesmo objetivo de crescer e estavam dispostos a auxiliar uns aos outros nesta jornada.

Deixo-os para em breve retornar.

Abraço afetuoso,

Gregório

04.08.13

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