CRIANÇA ACORRENTADA

23/10/2011 19:57

O momento de luz de hoje relata uma história que nos faz refletir sobre os nossos julgamentos. É verdade que encontramos pessoas extremamente difíceis no dia a dia, mas a busca da compreensão deve pautar sempre os nossos atos.

Curtam a história de hoje, e busquemos compreender que não há presente sem um passado e que temos a oportunidade eterna de construir o futuro.

Um dia de muita luz.

 

CRIANÇA ACORRENTADA

 

Era uma noite bonita de reunião mediúnica, médiuns e doutrinadores esmeravam-se no atendimento às criaturas sofridas de Jesus. A espiritualidade a serviço do Mestre controlava todo o ambiente da casa espirita. A disciplina física e mental eram atributos destes anjos de Deus, que a todos consolavam e ministravam remédios tópicos e psíquicos, acalmando e seduzindo pelo amor.

Uma das fichas a ser trabalhada nesta noite fora colocada sob a mão perscrutadora da médium, que, aos poucos, foi sentindo a psicosfera do espírito que se aproximava. Trazia em seu coração a violência e arrogância de quem se sentia senhor de seu poder.

O chicote que trazia em suas mãos estalava no ar, submetendo aqueles que comandava com mão de ferro. Aninhados em cubículos e temerosos, não ousavam sair da caverna, que se transformara em masmorra, comandada por esta criatura ensandecida.

Contava-nos que viera com parte de sua tropa porque queria desafiar-nos, já que tentamos entrar em seus domínios. Não conseguíramos porque ele era poderoso, mas ele não se intimidara. Estalando o chicote, nos mostrava como era obedecido por seus comandados.

Ria e chicanava de nossa pequenez, desafiando-nos, não queria ouvir, não aceitava as palavras acolhedoras do doutrinador, como se estas ricocheteassem nas suas energias e ou no seu desequilíbrio mental, pois apesar de abraçá-lo com nossos sentimentos, era impermeável aos eflúvios que para ele direcionávamos.

Algo me falava de uma criança, induzi a médium para que viajando no sentimento do querido irmão, pudesse descobrir de que se tratava. Aos poucos ele foi falando: era ele uma criança abandonada por sua mãe, ficara sob os cuidados de rancoroso idoso que o mantivera acorrentado em pequeno cubículo de sua residência.

Nesta situação de impotência, era agredido com regularidade, como se fora dele a culpa das desgraças do seu agressor e objeto de suas desforras. O agressor colocava, na agressão ao menino, todo sua maldade, suas frustrações e desequilíbrios, vindo a transformá-lo em violenta criatura que lhe copiara a sandice e a prepotência para com seus semelhantes.

Abraçamo-lo com ternura, ministramos-lhe energias amorosa e compreensivas de sua situação. Chorando e rendido foi acolhido entregando-se mansamente aos trabalhadores da luz divina.

Seqüenciando o trabalho, estendemos um caminho de luz para as cavernas que foram seus domínios, atendendo e acolhendo aqueles que foram vitimas de sua vendeta: levando brisa refrescante, água e mantimentos, remédios e conforto, providenciados por trabalhadores do cristo.

Em seguida, uma senhora de fala mansa e lamentosa se comunica; era a mãe do querido amigo. Ela o havia abandonado nas mãos do verdugo, e sofria por ver seu filho na situação que se encontrava. Era jovem no tempo que fizera a escolha de sair pela vida, deixando seu rebento em mãos tão danosas, talvez para se livrar, ela mesma, das agressões e intempéries do degradado personagem.

 Agradecia a ajuda, mas sabia do longo tempo que ele levaria para se recuperar da degradação moral estabelecida em seu ser. Acolhemo-la induzindo-a ao serviço, para que ela se tornasse a trabalhadora que o ajudasse a levantar de sua desdita, resgatando assim o erro cometido.

 

ACA

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