CRÔNICAS ESPÍRITAS – 27

27/09/2016 05:50

É possível trabalharmos enquanto dormirmos?

Quais são os fatores que influenciam nesse trabalho no momento do nosso sono?

A Crônica Espírita de hoje fala um pouco do trabalho em desdobramento e a possibilidade de aproveitarmos as vivências durante o nosso sono.

Boa leitura então.

 

 

CRÔNICAS ESPÍRITAS – 27

 

Na penúltima Crônica Espírita relatei o reencontro com o Espírito Hamat, e fiquei de comentar o trabalho em desdobramento.

Estive numa unidade do Posto de Socorro ou Cidadela que é a Casa de Caridade Esperança e Fé no umbral, numa área bem moderna onde observei uma espécie de aeroporto espacial, com área de embarque e desembarque de naves, e uma espécie de instituição hospitalar para abrigar essas criaturas.

Nesses prédios havia alas distintas, a começar da triagem. Salões com equipamentos que nem ser descrever direito, pois ainda não existem no planeta, embora alguns se assemelhem a máquinas vistas em filmes de ficção científica.

Os pacientes nas suas respectivas macas parecidas a incubadoras portáteis eram colocados abaixo de aparelhos que procediam a leituras magnéticas e de imagem, e também em equipamentos como um ultrassom cujo transdutor percorria o corpo e fazia a leituras diversas.

Depois de diagnósticos e dos prontuários prontos, decidiam o tipo de tratamento e período de observação. Alguns passariam por procedimentos, outros ficariam em repouso num sono preparatório para o transporte e outros aguardariam uma nova avaliação.

Os Espíritos que iriam permanecer no Planeta eram removidos para outras unidades, depois de uma criteriosa avaliação da sua patologia cármica, do seu estágio evolutivo e disposição moral.

Não irei me delongar em pormenores difíceis de descrever, e a lição ficou bem clara de que o mundo real- espiritual é diverso, dinâmico e com várias dimensões.

Descreverei o processo de rememoração dessas experiências, pois pode auxiliar a alguém que tenha vivências semelhantes.

Vale ressalvar que esta atividade é fruto da vontade consciente do meu Espírito em aproveitar as horas noturnas para trabalhar e aprender, pacto com a Espiritualidade Maior e os Mentores, pois nada é realizado sem o nosso consentimento prévio. E como em todo trabalho sério, é a nossa disposição e responsabilidade que vão ditar o sequenciamento das atividades.

Às vezes acordo durante a noite com uma lembrança muito vívida e volto a “dormir” retomando a atividade em que estava, e desperto com a memória ativa. Em outras ocasiões, desperto com uma lembrança muito vaga, porém com uma forte impressão que algo ficou retido daquela experiência.

Observei que as lembranças vêm como um bloco de informações do cérebro perispiritual para o físico, como se guardadas em blocos de informações, semelhante a um arquivo para “download”. O que for importante para o aprendizado fica numa prateleira na nossa estante de memórias.

O acesso às informações é obtido por mim de diversas formas, por vontade própria e consciente ou desencadeados por um fator externo. Uma conversa, um documentário ou série na TV, uma palestra no YouTube, um trabalho na Cacef e etc.

Não há uma linearidade temporal e algumas vezes vêm muitos meses depois, com uma a sensação de “deja vú” que é seguida do complemento de informações, portanto do “download” das memórias, seja ele parcial ou total em referência a determinado fato e memória. Daí a consciência em estado de vigília pode associar, divagar e ampliar este conhecimento, inclusive atualizá-lo.

E é nessa atualização de informações que por vezes me pego remexendo em antigas crenças.

Os sistemas de crenças e tradições sejam elas religiosas, filosóficas ou científicas, serviram a propósitos em determinado espaço e tempo, portanto tem historicidade. O apego a esses sistemas é que pode ser um problema, pois devemos definir o que ainda é valido hoje, no século XXI, para o nosso Espírito em particular e para o Planeta. 

A cristalização de crenças religiosas e cientificas levou à condenação de Galileu, e novos Ideais, conceitos e informações transformadoras geralmente são combatidos, segundo Kardec, na proporção da sua importância. 

Estamos em plena transformação, informações científicas estão cada vez mais disponíveis e em campos vastíssimos, com embates entre a velha ciência e os novos cientistas. Reviravoltas na História Clássica com uma arqueologia bem mais aparelhada podem e devem reescrever os fatos. A tudo isto é somada a reforma nos conceitos internos, o que provoca um desconforto em grande parte da humanidade. Mas estamos mesmo para sair do conforto, e o principal confronto é consigo mesmo.

 

Encerro com Allan Kardec no Evangelho Segundo o Espiritismo, quando comenta a Aliança da Ciência e da Religião (grifos nossos):

“São chegados os tempos em que os ensinamentos do Cristo têm de ser completados; em que o véu intencionalmente lançado sobre algumas partes desse ensino tem de ser levantado; em que a Ciência, deixando de ser exclusivamente materialista, tem de levar em conta o elemento espiritual e em que a Religião, deixando de ignorar as leis orgânicas e imutáveis da matéria, como duas forças que são, apoiando-se uma na outra e marchando combinadas, se prestarão mútuo concurso.

Então, não mais desmentida pela Ciência, a Religião adquirirá inabalável poder, porque estará de acordo com a razão, já se lhe não podendo mais opor a irresistível lógica dos fatos.

A Ciência e a Religião não puderam, até hoje, entender-se, porque, encarando cada uma as coisas do seu ponto de vista exclusivo, reciprocamente se repeliam.

Faltava com que encher o vazio que as separava, um traço de união que as aproximasse. Esse traço de união está no conhecimento das leis que regem o universo espiritual e suas relações com o mundo corpóreo, leis tão imutáveis quanto as que regem o movimento dos astros e a existência dos seres.

Uma vez comprovadas pela experiência essas relações, nova luz se fez: a fé dirigiu-se à razão; esta nada encontrou de ilógico na fé: vencido foi o materialismo.

Mas nisso, como em tudo, há pessoas que ficam atrás, até serem arrastadas pelo movimento geral, que as esmaga, se tentam resistir-lhe, em vez de o acompanharem. É toda uma revolução que neste momento se opera e trabalha os espíritos.”

 

OBS. Penso que a palavra Religião tem aqui tem um significado amplo, de religiosidade como religação com o Divino, com a Espiritualidade, e não relacionada à tal ou qual religião em particular.

 

Muita paz para todos nós.

Francesca Freitas

19-09-2016

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