DESILUSÃO
A poesia que inicia a nossa semana trata da desilusão do poeta.
Um momento de serenidade em que podemos refletir sobre os rumos que estamos tomando coletivamente.
Que seja um instrumento para que corrijamos o rumo.
Paz no coração de todos.
DESILUSÃO
O dia, na minha abadia.
Falta de alegria, dá desilusão.
Perdida, minha fidalguia.
A dor me sorria, com desilusão.
Como adaga, dentro do meu peito.
Estendida no leito, a desilusão.
A gota, de sangue caído.
Do amor ferido, na desilusão.
Ó falta, da minha verdade.
Tira liberdade, é desilusão.
A mágoa, dentro do meu peito.
Cultivo perfeito, da desilusão.
No mundo, onde a dor campeia.
Tudo é receio, dá desilusão.
Nas famílias, indiferença prospera.
O amor vira fera, dá desilusão.
Meninos, perdidos na rua.
Perdem a candura, dão desilusão.
Bandido, prospera e se impõe.
Tudo se destrói, com desilusão.
Na terra, semente não germina.
A fome domina, grão desilusão.
Vizinhos, não se cumprimentam.
Vivem no lamento, é desilusão.
Idoso, perdido no tempo.
Deixado ao relento, dá desilusão.
Atmosfera, toda envenenada.
Não se espera nada, na desilusão.
A vida, muito mal cuidada.
Deus fica danado, com desilusão.
O amigo, tornou-se inimigo
Por futilidades, é desilusão.
A vida, não para o tempo.
Esvai-se em lamento, e na desilusão.
ACA