ESCREVENDO CRÔNICAS

30/06/2015 07:16

Esta semana, no Momento de Luz, uma jovem escritora, amiga de um velho e querido amigo, apresenta-se e compromete-se a partilhar suas experiências conosco.

De um jeito leve e divertido, inicia sua história, revelando que será contada por partes. E ao explicar que este é seu jeito de escrever, diferencia-se do amigo a quem diz ter incorporado ao escrever esta crônica. Acho que teremos momentos de leveza, sorrisos e aprendizado.

Bem vinda Madalena!

Boa leitura!

Andréa

 

 

ESCREVENDO CRÔNICAS

 

Chamo-me Madalena. Desencarnei já faz muitos anos. Nem saberia dizer quantos. Ou talvez saiba, porém prefiro abster-me de pronunciar. Não por medo da velhice, mas para não causar más impressões.

Percebo que são extremamente curiosos e acredito que isto seja normalíssimo, mas certos detalhes impedem-nos de ver o principal. Ficam presos a certas características não relevantes e perdem a verdadeira essência dos fatos.

Pois bem, deixe-me começar. Preciso dizer-lhes porque vim a vós. Foi meio por caso. Estava andado por aqui e o encontrei. Curioso como era, aproximou-se de mim com ar de que tudo queria saber. Achou-me jovem para estar por estes lados e quis me arguir sobre os motivos que me trouxeram ao mundo espiritual ainda tão jovem.

Tinha, na época, aparência de 15 para 16 anos. E portadora de grande beleza, chamava a atenção de quem por mim passava. Costumava ouvi: “Coitadinha, tão linda e jovem”. “Por que será que a desencarnação a arrebatou tão cedo? ” Como se fosse desnecessário o crescimento espiritual para os belos e jovens. Ou não foi para isso que encarnei e, agora, desencarnava, retornando aos meus? Meu processo evolutivo naquela existência havia terminado e eu estava feliz por estar em casa novamente.

Ao contrário dos encarnados e desencarnados que lamentavam a minha partida e chegada, eu estava verdadeiramente feliz! Havia ansiado por este momento. Quando consciente, ao desdobrar, contava os minutos para retornar. E para isso dediquei-me ao meu crescimento evolutivo enquanto encarnada.

Quando no mundo material, a família e os amigos não compreendiam porque eu sempre tinha tanto a fazer. Envolvida em mil e um compromissos, não me restava muito tempo livre. Sempre havia algo a fazer. Estudar, ler, escrever, desenhar... dediquei-me a escrita e as artes. A literatura era minha grande paixão. Vivia a ler. E bem cedo descobri que podia escrever e ilustrar o que escrevia. Logo, pus às mãos à obra. Tanto lia, como escrevia e saí preenchendo meu tempo, filosofando sobre o que acreditava.

Meus pais riam. Achavam lindo e incentivavam. E quando se deram conta que o conteúdo fazia sentido, orgulhosos, compartilharam. Eu tinha muito o que dizer. E como havia gente disposta a ouvir, digo ler, publiquei muitos livros. Pequenas histórias ilustradas, contos, poemas e, assim foi.

Gregório identificou-se comigo. Ah! Ainda não havia citado seu nome. Parece que me escolheu para retornar. Ou foi o contrário? Ainda tenho muito a dizer, se houver gente disposta a ouvir! Eis-me aqui

Como podem imaginar, a conversa fluiu sem entraves. Hora eu falava e ele ouvia. Hora trocávamos de lugar. Porém, a maioria das vezes, atropelávamo-nos e riamos. Riamos muito. Tornamo-nos amigos.

Gregório assustou-se com a minha alegria de retornar, pois achava o mesmo que todos os outros. Então resolvi contar-lhe minha história. A mesma que compartilharei com vocês. Mas já que sei que temos um canal semanal para conversar. Comprometo-me a retornar quantas vezes forem necessárias para que compreendam todo o ocorrido.

Fazer mistério? Também. Mas acredito que pequenas histórias ou grandes histórias contadas por partes prendem o leitor. Nunca fui escritora de muitas linhas. Motivo da nossa primeira discussão. Entre eu e meu amigo Gregório. Ele adora escrever e escrever e tem dificuldades para parar. Este jeito de fazer, eu vou manter. Mas olha eu, incorporando meu amigo e escrevendo crônicas. Adorei a experiência!

Grata pela oportunidade!

Até mais.

Madalena

16.06.15

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