ESPERANÇA

29/12/2014 07:53

A nossa última segunda do ano não poderia estar em melhor companhia.

Mario Quintana, através da sua poesia, fala do ano que se encerra e o novo que se anuncia.

Que todos nós encaremos as novas oportunidades de crescimento do porvir.

 

 

ESPERANÇA

Mário Quintana

 

Lá bem no alto do décimo segundo andar do Ano

Vive uma louca chamada Esperança

E ela pensa que quando todas as sirenas

Todas as buzinas

Todos os reco-recos tocarem

Atira-se

E

— ó delicioso vôo!

Ela será encontrada miraculosamente incólume na calçada,

Outra vez criança...

E em torno dela indagará o povo:

— Como é teu nome, meninazinha de olhos verdes?

E ela lhes dirá

(É preciso dizer-lhes tudo de novo!)

Ela lhes dirá bem devagarinho, para que não esqueçam:

— O meu nome é ES-PE-RAN-ÇA...

 

 

Texto extraído do livro "Nova Antologia Poética", Editora Globo - São Paulo, 1998, pág. 118.

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