GOTAS DE LEMBRANÇAS

16/01/2011 22:14

A CACEF deseja mais uma semana de muita poesia para todos.

Acompanhem as nossas gotas de lembrança.

 

GOTAS DE LEMBRANÇAS

 

 

Do norte vinha o vento ferino que intumescia os músculos

O frívolo casaco de muitas primaveras, pouco protegia.

Pois de uso, abriam-se janelas disformes no tecido rasgado

Piorando no crepúsculo do dia

 

Os pés parecendo nacos de madeira, que o duro frio impunha

Revestidos malmente de tamancos de couro, desgastados

E meias, sem cor, desbotadas pelo tempo

E o pior; fogueiras apagadas.

 

Mãos desnudas já não mais articulavam movimentos lúcidos

Em garras se fixavam, pelo frio intenso nos nódulos dos dedos

Que por falta de aconchego, ficavam ao vento frio

Desnudos de amor e de desvelo.

 

Rosto avermelhado do parco sangue que insistia no rosto

Em proteger a epiderme do bandido que vinha do norte

Colorindo o rosto como maças vivas e vermelhas

Para evitar congelamento e morte

 

Uivante, que do norte procedia em ondas de rajadas

cortando a pele sem ferir a carne, noite e dia

trazia o pólo norte em suas entranhas disfarçado

impondo sua dor e agonia

 

Gotículas de nevE derretida, acompanhavam a vil fera

Que PERFURAVA invisível, o cassaco pelo tempo carcomido

Deixava o corpo tenso, pelo intenso frio

E o raciocínio já dormido.

 

O coração pulsava rápido, combatendo a truculenta fera

As veias injetavam vida nos caminhos do corpo percorridos

Levando alimento e força aos famintos órgãos

Competentes, mas, sofridos.

 

Languidas nuvens passeavam sonolentas, acima das montanhas

Que temerosas e experientes de medo se encolhiam

Pois conheciam o disfarce das torpes viajantes

Que acordavam e destruíam.

 

O cortante sopro desprovido de pudores, invadia tudo

Rastejava nas montanhas pradarias e caminhos

Levando às criaturas, bruto desconforto

Rasgavam a carne, seus caninos.

 

OS Valentes CARVALHOS, AO FRIO E À FORÇA do vento RESISTIAM

EUCALIPTOS E PINHEIROS BALANÇAVAM SUAS VESTES

NAVEGANDO NA VIOLENCIA DO DESTINO ENCONTRADO

DISEMINANDO SUAS PESTES

 

ERAM OS HOMENS AS CRIATURAS MAIS SOFRIDAS DAS PARAGENS

LUTANDO DIA E NOITE CONTRA O DESTINO E A SORTE

POIS, A ARIDA TERRA, NEGAVA SEU SUSTENTO

PROVOCANDO FOME E MORTE.

 

aca

Facebook Twitter More...