LIVRE-ARBÍTRIO: DESAFIOS E RESPONSABILIDADES
Esta semana, no Momentos de Luz, Gregório, retorna ao passeio do grupo de estudo, para refletir sobre as memórias compartilhadas por Eriberto. Fala-nos sobre livre–arbítrio, desafios, responsabilidade, escolhas e consequências.
Convida-nos a refletir sobre o porquê e o para que dos nossos desejos, uma vez que tais questionamentos embasarão nossas escolhas, pois, “Conscientes do que queremos para nós, saberemos que caminho seguir”.
E ampara-nos com a certeza da presença constante do Pai em nossas vidas. Encaminhando mestres, sinais, mensagens... “E se leva tempo, o Pai espera. E se está escuro para visualizarmo-las, envia-nos luz”.
Boa reflexão!
Andréa
LIVRE-ARBÍTRIO: DESAFIOS E RESPONSABILIDADES
Voltemos, hoje, às reflexões sobre o passeio pelas memórias de Eriberto. Espero que estejam lembrados da história de luta de uma mãe para encontrar e salvar sua filha do sofrimento ao qual escolheu.
Envolvidas pelo amor, mãe e filha restabelecem a ordem natural da vida, onde o caminho, após a morte, é de encontros, conhecimento e oração para um novo momento de aprendizado.
Sim, é assim que deve ser. Quando espíritos se perdem por caminhos escuros e ficam atolados na dor, o Pai fica a esperar sua condução para o mundo da luz.
Mundo que criou semelhante ao seio materno, que gera, orienta e ensina as Leis Divinas para que o espírito possa crescer. Este é o caminho esperado.
É doloroso para o Pai ver seus filhos entregues ao desespero, recolhidos ao sofrimento, permitindo-se serem escravizados por outros irmãos na mesma condição.
Não foi para isso que o Pai concedeu-nos o livre-arbítrio. Confiante no amor e na orientação que nos deu, lança-nos a vida para que sejamos vitoriosos.
Compreende que possamos cair no decorrer do caminho. O erro não é considerado pelo Pai como fracasso, mas como parte do aprendizado, pois é a partir dele que buscamos novas formas de fazer. Formas melhores e mais condizentes com seus ensinamentos.
Entristece-se ao ver Seus filhos mergulhados na culpa, entregues a derrota, desviando do mundo de luz e indo para o mundo da escuridão, onde a dor e o desespero arruínam e atrasam seu crescimento.
É neste interim que direciona os filhos mais desenvolvidos para contribuir com os que estão, ainda, no início da jornada. Ensina-nos a amar uns aos outros, auxiliando uns aos outros.
Por este caminho, foi conduzido o grupo de estudo. A mãe, no lugar do filho mais desenvolvido, auxilia o irmão iniciante, a filha, a qual aceitou receber.
Contaram com a ajuda de muitos outros irmãos, que estiveram atentos, durante todo o processo encarnatório e, também, depois da separação através do desencarne.
As relações construídas na Terra se dão muito antes, no processo preparatório para a reencarnação. Espíritos se comprometem a conviverem juntos, auxiliando-se mutuamente.
Embora pareça estranho estar, hoje, ao lado de quem tem certeza odiar pela eternidade, foi você, juntamente com ele, que aceitou passar por este desafio, na tentativa de modificá-lo.
É certo que, muitas vezes, o espírito, aturdido por suas dores, aceita vivenciar experiências que acredita estar preparado, mas que na verdade ainda não está.
Como o exemplo citado. A garota que aceita retornar, sem o benefício da riqueza, pois, sabia que ele a poderia fazer sucumbir novamente. Porém, desafiou-se além do que poderia ir.
Os espíritos benevolentes que ajudam em nosso planejamento reencarnatório, nos informam quando acreditam que o desafio é maior do que podemos acarretar, mas respeitam nossas escolhas e se colocam a nossa disposição para contribuir no desenlace de nossos projetos.
Na verdade, famintos por resolver nossas pendências pessoais, jogamo-nos em grandes tentativas de solução. Aspiramos, em uma só existência, resolver todas as nossas deficiências e saltar rumo ao crescimento.
A lição aprendida por mim e compartilhada com vocês, é que o acertado e mais seguro é caminhar passo a passo, embora nem sempre seja seguida. Damos saltos que nos levam a quedas trágicas e doloridas, que nos ocasionam grandes feridas, que precisam ser tratadas. O que leva tempo. O que nos causa dor. O que atrasa o seguir.
Um membro do grupo questionou o coordenador. Por que o livre - arbítrio precisa ser respeitado? Não impedimos nossos filhos de cometer erros, proibindo-os de certas atitudes?
Impedimo-nos? Respondeu o coordenador com outro questionamento, ainda mais difícil.
O grupo se entreolhou. Quase todos ali já tinham sido pais, mas com certeza todos haviam sido filhos, e sabiam responder aquela questão, sem dúvidas quanto ao acerto da resposta. Porém, ninguém teve coragem, e todos se mantiveram calados.
O coordenado, então, retomou a fala.
Sabemos que não. Conhecemos este caminho. Lembremo-nos de nós. Crianças, adolescentes ou adultos desejosos do fazer. Impedidos pela oposição de alguém, pais, familiares, professores, autoridades.
Questionamo-nos: por que não? Como vou saber? Como ele pode saber por mim, o que me fará bem ou mal? Quem lhe deu este direito de escolher o que quero ser ou fazer?
O espírito deseja experimentar, vivenciar, aprender por si mesmo. E isso não é ruim. Este é o caminho. Porém, é preciso se perguntar o porquê e o para que. São estas perguntas que nos auxiliam nas escolhas.
Conscientes do que queremos para nós, saberemos que caminho seguir. Para tanto, é preciso estar disposto a enfrentar as consequências provenientes de nossas escolhas. Isto é algo imprescindível.
O que ocorre, na maioria das vezes, são escolhas baseadas em desejos superficiais, que não sustentam, depois, as consequências geradas, ocasionando a transferência das responsabilidades dos próprios atos para terceiros.
E o terceiro mais utilizado é o Pai. Não podia ser diferente. Culpamos quem nos deu o poder de escolher. Neste momento, podemos até dizer: Ele sabia que não estávamos preparados.
Mas qual é o pai que não fica atento às necessidades de seus filhos? Não nos envia sem proteção, sem direção. Embasa-nos com Suas Leis e nos encaminha mestres, orientadores que serão responsáveis em reforçar Seus ensinamentos.
Porém, cabe a cada um de nós abrirmos para este conhecer. Recorrermos às leis que estão gravadas em nós e segui-las. E, se leva tempo, o Pai espera. E, se está escuro para visualizarmo-las, envia-nos luz.
Envia-nos sinais, mensagens, apoio. Não desacredita em nosso potencial de crescimento. Não desacredita na nossa capacidade de se fazer melhor. Não desiste de nós. Está por perto, presente, a qualquer tempo e lugar.
O grupo pareceu satisfeito com a resposta. Ninguém se colocou. Ficamos todos em silêncio exterior e interior. Nenhum pensamento era descoberto. Todos ansiavam vivenciar internamente aquele momento.
Era preciso recolher para refletir e absorver. O Coordenador, atento, percebeu tal necessidade. Voltou-se a Eriberto e Manoel, agradecendo-os pela contribuição. Agradeceu a disponibilidade e o interesse dos que estavam presentes. E encerrou a atividade daquele dia.
Não antes de uma prece de agradecimento. Simples e singela. Que tocou nossos corações embalando-nos para casa.
Senhor,
Agradecemos a confiança que deposita em nós.
Diante de seu infinito amor, ainda somos pequeninos em busca de aprendizado.
Que possamos contribuir com nosso esclarecimento, ampliando nosso desejo de encontrá-lo.
Abrindo-nos para Seus ensinamentos.
Despojamo-nos da ausência de confiança em nós mesmos.
Em nossa capacidade de parecermos contigo, pois, desacreditamos que somos capazes de amar, como És capaz de nos amar.
Que estejamos abertos ao Seu amor, ao nosso amor e a nossa capacidade de amar.
Assim seja.
Que envolvidos por esta simples prece, possamos refletir sobre quem verdadeiramente somos. Sobre como queremos ser e como queremos agir. Porém, estejamos cientes que este é um processo e não o fim.
Até breve.
Gregório
19.05.13