LUZ DO CONHECIMENTO

21/01/2013 07:42

 

Gregório cumpre o compromisso firmado na última semana e retorna para compartilhar conosco da luz do conhecimento, recebida por amoroso amigo, sobre a circunstância extremamente violenta que todos viveram.

Luz do conhecimento que permite um novo olhar sobre velhos ou precipitados conceitos, que nos afligem e provocam uma visão deturpada de nós mesmos, do outro e do Criador.

Coração aliviado, partilha de preciosas lições que transformam e que redirecionam nosso olhar, nosso sentir, nosso agir, se assim quisermos e fizermos.

Boa reflexão!

Andréa

 

 

LUZ DO CONHECIMENTO

 

O dia ia surgindo devagar. O sol levantava-se, convidando-nos a vida. Escolheu um lugar sereno no belo e grande jardim onde costumávamos palestrar e contemplar a vida.

Ao chegar naquela fonte rica de energias salutares, respirei fundo. Abri os braços como pudesse abraçar, não só aquele lindo lugar, mas, também, toda a sua energia. Não desejava absorvê-lo por inteiro, erro grave que cometemos quando encarnados.

Lembro que ao encontrar uma fonte externa de amor, abundante em boas energias, tentava sugá-la por inteiro. Assim fiz como a minha pobre amada Maria, fonte eterna de amor.

Por aqui aprendi que não preciso retirar toda a seiva da fonte, posso também alimentá-la, pois, aprendi que muito amor também tenho. Minha fonte interna está viva e também será abundante, se assim eu quiser e fizer.

Este é o motivo principal do nosso erro. Não sabemos acessar nossas fontes internas e delas extrair o amor puro e verdadeiro. Como acreditamos não conhecer sua existência, vibramos, surpresos, ao nos deparar com tão belo manancial externo.

Afoitos, carente do amor, partimos para cima dele, sem dó e sem piedade. Sem cuidado, sem apreço, sem gratidão. E o tomamos. E o utilizamos sem o menor critério.

Quão burros somos de não perceber que na ânsia de possuí-lo, o perdemos, o destruímos. Sua pureza e beleza se extinguem por não ter mais como se renovar, pois, nós ignoramos que nós somos fontes e devemos retroalimentá-lo.

Diante da beleza do mais puro amor, deslumbre-se, apaixone-se, deseje. Não o absorva e esgote-o. Abrace-o e alimente-o com todo o seu amor. Diz o Evangelho segundo o Espiritismo: ame muito e muito será amado.

Ele, pacientemente, esperou-me alimentar meu teor energético e quando me percebeu energizado, após tão bela troca com a fonte externa da natureza. Garanto-lhes que não há fonte tão rica como esta. Lindo presente doado pelo Criador.

Convidou-me a sentar e abraçando-me, lateralmente, iniciou nossa palestra, meu acolhimento e aprendizado.

- Caro Gregório, sei que passou por momentos difíceis nos últimos dias e vim para que pudéssemos contemplar a beleza do amor divino que nunca se esgota.

- Amor divino?! Naquela situação?! Confesso que não compreendo.

- Meu caro amigo, não consegue compreender por que está de olhos fechados simplesmente para o que vê. Amplie sua visão e retorne a situação. E encontrará a presença do amor divino. A encontrará não somente lá, mas em todas as situações.

- Saiba que o Pai não abandona nenhum de seus filhos. Sejam eles ricos ou pobres, cultos ou ignorantes, malfazejos ou bondosos. Isto porque, o Pai conhece cada um de seus filhos intensamente, profundamente, e reconhece, em cada um deles, a chama do amor que depositou em cada um de seus corações. Portanto, o Criador não duvida que todos os seus filhos têm condição de alcançar e praticar suas Leis. Que todos têm condição de abraçar a Lei do Amor e fazer bom uso do livre arbítrio que lhe foi entregue.

- Amoroso e sábio reconhece todas as dificuldades que um espírito pequenino apresenta, por isso lhe presenteia com cuidadores que estarão presentes durante toda a sua vida, uma extensão do Seu amor e do Seu cuidado. Sempre atento ao desenvolvimento de cada um dos seus filhos, libera-lhes mais responsabilidades, à medida que são capazes de recebê-las.

- Não os deixam sozinhos ao seu próprio dispor. Não os abandona a própria sorte. Não os deixam sofrer por sofrer, mas respeita suas escolhas, mesmo as mais simples e pequeninas que já conseguem tomar.

- Pensam, muitos de vocês, que o Pai é imune à dor humana. Enganam-se. Ele é o que mais sofre. Deseja que todos os Seus filhos sejam felizes. Que todos se deixem amar. Que sejam saudáveis e que estejam em seus braços e, paciente, os aguarda.

- Porque, assim como o pai terreno já percebeu, no decorrer dos muitos anos de paternidade, que os filhos rebeldes só aprendem o caminho de casa quando desejam.

- Que não é possível plantar os caminhos seguros em seu coração de forma abrupta e inconsciente. As sementes sempre estiveram lá, porém, cada um, a seu tempo, resolve por si só cultivá-las. Este, Gregório, é o caminho do aprendizado, do crescimento.

- Retorne ao passado na Terra, quando menino ou jovem, e lembrará as inúmeras vezes que seu velho pai o orientou. Que lhe segurando a mão mostrou-lhe o caminho certo a seguir e das tantas vezes que você preferiu experimentar por si mesmo, qual seria este caminho.

Parei diante de tantas revelações. Precisei aquietar. Ao silenciar-me internamente, captei imagens da minha infância e juventude terrena e das inúmeras quedas devido a não seguir as orientações paternas. Sofri!

Lágrimas rolaram sobre minha face e um aperto no peito me fez cair em pranto! Um sufocamento me tomou e precisei do ombro amigo a me confortar. Culpa, remorso, saudade, uma mistura grande de tantos sentimentos, pensamentos, acontecimentos.

E, quando mais controlado, pude ver, quando mais sereno, a presença do amor divino naquela situação de horror. Ao voltar a ela, agora, podia enxergar que eu e os dois outros companheiros não éramos os únicos naquela sala.

Muitos outros espíritos estavam presentes. Uns acinzentados, próximos aos dois algozes, insuflavam o desespero e a violência. Enquanto, em quantidade maior, amigos de luz os circundavam, cortando as energias deletérias e os impulsionando ao amor, a benevolência, a calma.

Porém, por mais que fizessem, os pequeninos em sofrimento não conseguiam se livrar da influência. Escolhiam, por afinidade, as energias ruins. Não aceitavam o amor proveniente dos amigos de luz ali presentes, embora, estes persistentes, não arredaram o pé dali.

Ao lado da mãe e do menino uma corrente energética foi formada para protegê-los, mas o pequenino, mais sintonizado com o lado cinzento, quebrou a barreira luminosa, permitindo a entrada do projétil.

Porém, a força energética de sua mãe, alimentada pela força maior do amor materno e da fé cristã, forneceu-lhe subsídios necessários para mantê-lo vivo. Uma vez que absorvia e transmitia a ele a energia amorosa recebida pelos iluminados do Senhor, as quais ele, ainda, não se permitia captar plenamente.

E foi assim, caros amigos, que a luz surgiu depois de uma noite de trevas. Compartilho da minha visão ignorante, banhada pela luz do conhecimento de um amigo amoroso benfeitor. Presente divino que me acompanha por muitas existências. Ao qual eu retroalimento com minha gratidão e amor.

Deixo-os para em breve voltar.

Gregório

17.01.13

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