MISÉRIA NA RUA
Mais uma semana que começa com poesia para todos nós.
Que a arte de uma poesia nos inspire para a arte da vida, construindo cada momento com a mais bela rima e o mais puro amor.
Um abraço a todos e boa semana.
MISÉRIA NA RUA
Quando em noites cálidas, no aconchego
As lembranças voam nas ruas desertas
Vejo criaturas que não reconheço
Mas seus olhos tristes, vagam despertos
Alguns ate dormem no álcool embebidos
Nas drogas desmaiam, em vil desespero
Suprindo a falta de amor, que dá vida
De abandono fartos, sem paz , com medo.
As brisas noturnas despertam seus sonhos
Tremendo de frio, lastimam seus dias
Pedindo a Deus que tenha piedade
E possam leva-los a mundos tranqüilos
Seu estômago chama pelo impossível
Dão soturnos roncos nas noites vazias
Uma sopa, um pão, algo comestível
Para serenar o dor e a agonia.
No tremor do frio, debilitado corpo
Pede no silencio, um cobertor amigo
Para serenar seu tremor no corpo
De frio, de fome, de desprezo perdido.
Acabrunhado, deitado, num canto
Vê passar o povo sem, nem ser notado
Parece um dejeto, contaminando a rua
Para todos aqueles que passam de lado
Quem é esse ser, feio e desprezado
Perambula nas ruas barulhentas do dia
Um pai, uma mãe um ser sem passado?
Um drogado, um bêbado, uma alma vadia?
Quem é você, que passa de largo?
Olhar de desprezo, de alma ofendida.
Será que seu pai, sua mãe, seu filho
Não poderá estar, algum dia perdido?
Ho! Alma dura, fraca, arrogante
Desprezas os seres pela aparência
Se tens o ouro serás bajulado
Mesmo que não tenhas alguma decência
Por isso eu te digo, com toda humildade
Amealha os bens da eternidade
Mesmo que a vida te seja ingrata
Terás no futuro a felicidade
A você meu amigo, que sofres nas ruas
Levanta as preces ao Deus infinito
Que o resgate da vida te foi propiciado
Noutra vida serás, ditoso e bonito
Adriano C A
20/08/04