MUITAS FORMAS DE DIZER: EU TE AMO!

27/09/2015 16:36

Após compartilhar com um grande amigo a sua alegria do amar e ser amado, recebo de Madalena esta mensagem. Em sintonia conosco, atenta as nossas necessidades de reflexão, presenteia-nos com a sua experiência de vida.

Nesta semana, no Momento de Luz, um brinde ao amor! Ao amor que sabe se fazer presente. Que acolhe, compreende e respeita o ser amado. E exercita-se, tornando-se mais consistente e verdadeiro.

Que exercitemos cada vez mais o amor!

Andréa

 

 

MUITAS FORMAS DE DIZER: EU TE AMO!

 

O meu anjo cuidador fez de mim uma pessoa melhor. Atento as minhas necessidades espirituais, acolhia-me em cada momento difícil de crescimento e auxiliava-me neste processo do crescer, oferecendo-me apoio, orientação, cuidado e muito amor.

Assustou-se quando revelei que estava apaixonada. “Como assim”? Questionei. “Não sabe tudo o que sinto e penso”? Resmunguei, já enfurecida, pois acabava de lembrar de Jacinto.

Eu e Jacinto conhecíamo-nos desde a infância. Erámos amigos e companheiros de travessuras. Até que crescemos, e as brincadeiras já não me eram suficientes. Queria mais: tipo mão dada, sorvete e passeio no parque.

Jacinto, inicialmente, achou estranho, esquivou-se, mas eu sabia ser convincente. E um dia, finalmente, recebi o desejado convite de namoro. Fiquei extasiada de alegria! E achei que seria tudo perfeito, lindo e fácil. Grande engano! Jacinto não sabia e nem podia dar conta de todos os sonhos que escrevi para nós.

Cabeça aberta, considerava o mundo um parque de diversão, aonde era só escolher o brinquedo e cair na farra. Não se preocupava com meus interesses, apenas nos comuns a nós dois e os que agradava a ele. E, salve engano, os seus vinham anos luz a frente dos de nós dois.

Caminhávamos em caminhos distintos mesmo de mão dadas e foi difícil manter percursos tão diferente sem desconfianças e atritos. Um dia, percebi que a amizade tinha ido embora e senti falta dela. E o romance simplesmente não existia e desesperei-me! Não podia perdê-lo. Então, resolvi mentir para ele, para o mundo e para mim mesma: tudo estava bem e ia ficar ainda melhor.

Jacinto e eu já não existíamos mais como casal, mas nos mantínhamos juntos, machucando um ao outro até a destruição de tudo que tinha de bom e bonito. Tremi. Não queria que acontecesse o mesmo com meu anjo cuidador e ouvi Jacinto repetir: “ Não fazia ideia do que você sentia e nem do que esperava de mim. Era só me dizer, mas você estava ocupada demais brigando comigo. Agora, não me culpe. Não sairei como algoz desta história” E partiu para sempre.

O que há com estes rapazes. Nunca entendem o que queremos dizer. Então, por que não perguntam? Uma amiga queixou-se do mesmo. “ Como poderia saber que não estava sendo clara, se ele nunca falou que não entendia!”.

Fácil lançar sobre os outros as suas responsabilidades, não?

Agora, lá vinha meu anjo, que tudo sabia, dizer que não sabia. Fiquei zangada! Ele, como sempre cavalheiro, segurou minha mão e desculpou-se. “Perdoe-me! Deixe-me explicar”. E começou: “Não quero fazer-me de desentendido. Só queria devolver-lhe a pergunta para reflexão”.

“Ah!” Não entendi bulhufas. E ele continuou: “Será que realmente deseja-me como companheiro romântico ou simplesmente ama-me como irmão, porque tenho sido seu grande apoiador. Acha mesmo que já é hora de apaixonar-se? Mal conhecemo-nos. Há pouco chegou. Ainda há muito o que conhecer sobre si, sobre a nova vida que agora tem e conhecer muitas outras pessoas que por aqui vivem”.

“Não que não me sinta lisonjeado com a declaração. Amo-lhe muito! De todo coração quero permanecer ao seu lado, mas verá que por aqui temos muito mais a fazer do que entregar-nos as histórias românticas dos contos de fada. Principalmente, quando por aqui chegamos. Temo que se precipite. E antes que possa dizer algo, deixe-me contar-lhe uma história”.

Um amigo, quando por aqui chegou, encantou-se com sua cuidadora e confundiu-se. Dias depois que lhe declarou seu amor, viu-se diante do seu grande amor. O que você poderia chamar de alma gêmea. E confuso perante a gratidão que possuía pela cuidadora, que se tornou sua atual companheira, atrasou a convivência com quem o esperava por muito tempo. Magoando e magoando-se. “Meu Deus! Pensei que por aqui as questões do amar e ser amado fossem mais simples e seguras”. Confrontei-o

Ele riu e continuou: “Continuamos humanos. Continuamos aprendendo a sentir e a tentar compreender o que sentimos. Continuamos aprendendo a amar. Amar é um exercício que realizamos durante todas as vidas: material e/ou imaterial. E acredite, ainda cometemos muitos erros. Ainda tememos vivenciá-lo. Ainda magoamos e somos magoados. Ainda temos muito o que prender sobre o amor. Ah! Será uma honra poder compartilhar este aprendizado com você”.

Continuam confuso estes rapazes. Depois deste discurso, não entendi se era sim ou não. Fiquei também confusa e resolvi dar mais um tempo para mim.

Depois que Gregório tornou-se meu cuidador, muito aprendi com suas histórias pessoais e com as compartilhadas por outros espíritos. E acabamos por nos afastar. Ele voltou a peregrinação e eu fiquei a escrever. E foi através das escritas que fomos nos conhecendo e reconhecendo. Já havíamos compartilhado algumas vidas juntos e descobri que cometemos muitos erros. Desta vez, fomos com calma. E hoje, convivemos juntos, aprendendo diariamente, juntos, o exercício do amar.

Madalena

06.09.15

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