O GRITO DA DOR
Os momentos de sofrimentos devem ser falados, a nossa revolta deve ser externada. Nada melhor do que usar a poesia para isso.
Somente colocando para fora o que sentimos podemos nos conhecer e, assim, podemos aprender, entrar em contato com o que esta dentro do nosso peito e crescer.
Que esta semana, que começa com poesia no nosso Momento de Luz, seja de muito crescimento para todos nós.
O GRITO DA DOR
Onde estás Deus com teu sorriso santo
Para secar dos olhos o meu pranto
De dor, por ver sofrer os filhos teus
Que de amargura morrem mais que vivem
Nas esquinas, buscando os braços teus
Onde esta a luz que do TEU céu jorra
Para que de tristeza eu não morra
Na minha escuridão que me rodeia
Não vejo meu caminho iluminado
Só vejo que deste mundo o bem apeia
Cadê o guia da terra que não encontro
Busquei-o nesta vida ponto a ponto
Nas ruas e vielas de meu Deus
Só encontrei vileza e sofrimento
E nada que parecesse ser dos Céus
Parece que nos sonhos eu o via
E com ternura sempre me dizia
Que a luz que procurava esta a frente
Mas depois de andar na imensidão
De frio, fome e sede, fiquei demente
Sei que sou pobre de conhecimento
Que não deveria ser triste, mas contente
Sei que estás no jardim do universo
Que não tenho grandeza de encontrá-lo
E só posso cantá-los nos meus versos
Por onde anda a alegria do meu peito
Que de dor sufoca neste leito
Enchendo de água os olhos meus
Manda-me os anjos da ternura
E que me levem ate a luz de Deus
Para que seja suave minha dor
E que voe nas assas do condor
Alcançando as montanhas do saber
Pois a emoção lateja no meu peito
E de direito suas benções possa ter
Onde esta o carinho dos teus braços
E a candura sublime dos abraços
Que a dor amainasse no meu ser
Para que o corpo velho desnutrido
Passasse para outro mundo do viver
Sei que busco fora do meu peito
O que está dentro dele por direito
Pois sou criação do teu jardim
Que resplandece tua luz quando acessa
E teu reflexo se expande em mim
Ao compreender isso com amor
Foi verdadeiro lenitivo desta dor
Que turvava os sentidos meus
Encheu-se meu ser de esperança
Descerraram-se para mim todos os véus
ACA