O MAIS NOVO EU

17/09/2012 11:52

 

Quem poderá dizer que é o mesmo que foi ontem? Que nada mudou no decorrer dos anos? Que nada aprendeu e nada modificou durante a caminhada da vida?

Quem somos, depende do que construímos ontem. E seremos, amanhã, o que construímos no ontem e no hoje, pois cada “tijolo” assentado reflete um pouco de tudo que vivenciamos. Portanto, acreditar que podemos nos fazer diferentes, nos impulsiona para um amanhã melhor, se assim quisermos que seja e se fizermos acontecer.

Esta semana, Gregório mergulha dentro de si mesmo, numa viagem de reflexões. E emerge seu mais novo eu. Porém, este, ao retorno de uma nova contemplação de si mesmo, pode deixar de ser, dando lugar a um outro, uma vez que a reforma íntima é um processo continuo, que se faz necessário durante toda a trajetória do espírito.

Coragem! Embarquemos nessa jornada interna com carinho e respeito, identificando nossas luzes e sombras, fortalecendo o que nos serve e retirando o que não nos favorece mais. Aceitemos o convite de ir ao encontro do ser absoluto que somos e que implica no encontro com Deus.

Linda viagem!

Andréa

 

 

O MAIS NOVO EU

 

Todas estas lembranças levaram-me ao começo de minha história. Do menino assustado, ao adulto politico que se entrega a derrota pela paixão de escrever.

Lembrei-me de fatos curiosos: perseguições politicas, escritos proibidos, pobreza, desavenças, o amor. Deste último já enderecei a vocês momentos valorosos, aos quais estarei ligado por toda minha existência.

Dos outros assuntos, lembro tê-los informado a respeito, porém, volto ao assunto hoje para persuadi-los a, como eu, refletir sobre o que já foi feito e impulsioná-los, se assim aceitarem, a reescrever uma nova história.

Não uma história perfeita, porque a perfeição é algo longe de todos nós. Convido-os a uma história harmoniosa com as Leis Divinas, ao que todos nós somos habilitados a chegar.

Não objetivem o impossível, que desestimula e faz desistir ao longo do percurso. Visem o real, e alcance, pouco a pouco, o mais difícil dos percursos e, logo, verá a entrada para a casa do infinito.

 Não esperem por momentos favoráveis, pois se prestarem atenção, perceberão que a brisa da vida venta a nosso favor a todo o momento, nos direcionando para o caminho correto, seguro e condizente com os desejos do Pai. Porém, nós, afoitos e indisciplinados, recorremos aos desatinos, esquecendo-nos dos compromissos de fazer diferente e melhor.

Observemos, então, nossas praticas de vida, nossos desejos, a direção de nossos pensamentos e o uso de nossos sentimentos perante nós e os outros. Ao refletirmos sobre quem somos e o que temos feito, concluiremos se estamos no caminho certo ou não.

Há pouco, retornei novamente para dentro de mim mesmo, no impulso de identificar onde me encontrava. Assustado, percorri longo percurso sem, ao menos, me encontrar. Pensei: estou perdido?

O que faria então? Como era possível perder-me dentro de mim mesmo? Como encontraria o caminho de casa? Como saberia se estava no caminho certo? Sucumbi!

Nesse processo, adoeci. Sem forças, não consegui recorrer aos amigos. Na verdade precisava estar sozinho, ou melhor, comigo. Companhia suficiente para as grandes descobertas que precisava fazer.

Fui cauteloso, respeitei meus limites, minhas dificuldades. Esforcei-me por me compreender e, calmamente, fui captando minhas falhas, reconhecendo-as. Primeiramente, arrasei-me com o que vi. Condenei-me, apesar de todo preparo para não fazer isso, mas fiz.

Senti raiva de mim mesmo. Chorei. Envergonhado, fechei os olhos e, dolorido, pensei em desistir. Mas identifiquei, neste mesmo instante, um ponto de luz que teimava crescer e ser visto. Chamou-me atenção de tal maneira que cedi ao seu encanto e parti em sua direção.

 Cada vez mais perto, percebi que a luz crescia, tornava-se mais intensa e, curioso, voltei-me somente para ela. Ao refletir, percebi que se tratava também de mim. Percebi que, também, eu era luz, e não somente escuridão.

Então, fortalecido, sentei-me. Olhos atentos, me coloquei a observar. Pude, então, enxergar de uma forma diferente. Constatei que onde há escuridão e sombra, há também a luz. E que ela fortifica-se, cada vez que dou mais atenção e valor a ela.

Passei horas a me comtemplar. De simples investigador presunçoso, tornei-me um pesquisador consciente do que quer, e que sabe que nem sempre encontrará o que espera, mas acredita que pode encontrar caminhos para superações, complementos e novo fazer.

Foram longos dias de introspecção. Um trabalho duro, que me exigiu dedicação e olhar apurado. Que moveu falsas crenças, deslocando-as para um novo ser, transformando-as. Remexeu velhos sentimentos, renovando-os para uma nova luz, mais brilhante, intensa e condizente com meu mais novo eu.

 Os pensamentos acompanharam a faxina e se deixaram realinhar às novas ideias e seus novos sentidos. Novos conteúdos foram surgindo, brotando de outros espaços, vindo de novos lugares, adquirindo maneiras novas e melhores de ser.

Novo, novas..., pode parecer repetitivo e retumbante, mas não posso deixar de usar esta pequena grande palavra por muitas vezes hoje. É que não encontro outra melhor, para traduzir-me neste momento.

Sinto-me renovado, passado a limpo. Sem os resquícios de um velho sentimento de que tudo sabia, de que todas as perguntas já haviam sido respondidas.

Este falso saber é a morte para um pensador. Um bom escritor deve morrer e ressurgir várias vezes, pois se fazem necessários outros saberes, outros questionamentos, novas respostas. Faxinar o velho para conquistar um novo conhecer.

Porém, acredito, hoje, que está prática faz parte de todo homem. Que o se refazer é indispensável ao crescer. Que, a cada parada para se repensar, se ouvir e refletir, é um diferencial para aqueles que estão a caminho do processo de evolução.

 Estes, ao se perceberem e proporem a si mesmo mudanças, despontam para cima, subindo degraus. De um em um, com certeza, chegaremos lá. Sem pressa, sem querer tudo de uma só vez.

Percebem que é um processo? Que se faz preciso ter paciência e compaixão com nós mesmos? Que pode ser feito várias vezes, numa mesma vida ou em outra, no material e/ou no espiritual?  

É apenas um convite. Não uma cobrança. Uma singela orientação. Um compartilhamento de um caminho que serviu para mim e para muitos outros, com os quais tenho conversado e que exprimem suas experiências.

Cada qual deve fazer do seu jeito, mas, como já foi falado antes, em outros momentos, a reforma íntima é necessária. Um caminho indispensável a qualquer um que queira avançar e alcançar a Deus, o objetivo de todo espírito.

O viver prepara para isso. Uma escalada ao supremo Ser, fonte de todos nós. Pode parecer estranho, intenso, desconhecido, e o é. Não sabemos, na verdade, o que é, mas sabemos que é o ponto final da partida.

Não sei explicar o quê significa. Tenho tantas duvidas quanto vocês, mas, agora, do lugar onde me encontro e o olho, sinto que este é o caminho.  O encontro com o ser absoluto que somos nós e que se exora com o encontro com o Criador.

Procurando a nós mesmos, encontramos a Ele; sendo melhores encontramos o melhor; sendo amor, encontramos o Amor; sendo luz, encontramos a Luz.

Sem dúvidas, quanto a isto, sigo em busca das outras respostas. Confiante que, quando encontrá-las, estarei pronto para compreender quem é Deus, quem verdadeiramente sou e o que significo para o universo.

Deixo-os a pensar. Cada um de seu modo, com o objetivo maior que um dia nos encontraremos.

Até mais.

Gregório

07.09.12

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