O MATERNO EM NÓS
Esta semana, no Momento de Luz, Gregório pausa nossa história, para direcionarmos nosso olhar e nosso carinho a quem considera ser o ponto de partida para nossa existência. Nosso porto seguro, nosso primeiro lar na vida material, seres de luz que permitem nosso renascer.
Convida-nos a despertar o materno dentro de nós e a vivenciar o amar e o instruir. A vivenciar a família, as relações com o materno e o paterno e construir o fraterno, proporcionando o crescer em conjunto.
Que possamos refletir sobre nossos laços familiares. Sobre nossas condutas perante aqueles com os quais planejamos conviver. Como estamos desempenhando os papeis aos quais nos propomos?
Boa reflexão!
Andréa
O MATERNO EM NÓS
Pausarei nossa história esta semana, para que possamos refletir sobre a dádiva do seio materno. Seio que acolhe, alimenta, ensina, nutri o coração, ainda pequenino, da moral, relembrando ao espírito, em forma infantil, das Leis do Amor.
Homenageemos estas que são o ponto de partida para a nossa existência. Que nos abriga em nosso primeiro lar, na vida terrena. Que permite que possamos renascer nesta nova vida, cedendo-nos suas características, suas impressões da vida, ensinando-nos a sonhar, andar, sentir, agir, ser.
Papel fundamental em nossas vidas. Porto seguro que nos acalma, liberta dos medos, protege-nos dos perigos. Seres de luz, com a grande responsabilidade do formar e do cuidar.
Que seriamos sem elas? Quem nos alimentaria? Aqueceria? Seguraria em nossas mãos, auxiliando-nos e incentivando-nos a caminhar, por toda a vida material e espiritual.
Percebem o aprofundamento dos vínculos que criamos, com estas que se disponibilizaram a nos fazerem ser? Ser, novamente, seres materiais em busca do aperfeiçoamento.
A vocês, nossa gratidão! Nosso respeito e carinho! Nossa devoção! Entregamos nosso profundo ser a quem desejou nos auxiliar, neste difícil processo do crescimento.
Juntos, planejamos o nosso encontro. Acordamos nossa convivência. Permitimos nossa união familiar. Porém, às vezes, não damos conta da responsabilidade e do compromisso que assumimos um com o outro e sucumbimos, desviando-nos do que desejávamos fazer acontecer.
Grande infortúnio! Famílias degradadas, que não se suportam. Mães que rejeitam seus filhos antes mesmo de nascerem. Filhos que desrespeitam os laços de amor a que propuseram vivenciar.
Sonhos que se desmancham, em vez de serem realizados. Seres que se magoam, em vez de se amarem. Planos destruídos. Crescimento interrompido. Espíritos sofridos, sem o amparo de quem veio os auxiliar, na longa e difícil jornada do crescer.
Infelizmente, esta é a realidade de muitas de nossas famílias. Mães e pais separados de seus filhos, fisicamente e/ou emocionalmente. Entes queridos que se desligam, uns dos outros, desperdiçando a dadiva do viver harmoniosamente um ao lado do outro, em auxílio mútuo.
O que fazer? Perguntei, certa vez, durante uma palestra sobre o assunto. - Amar e instruir, respondeu-me o facilitador. E complementou:
A família é o princípio da vida comunitária. É nela que descobrimos a dádiva do amor. Do amor ao outro, pois, é a partir do amor do outro, que o amor residente em nós é descoberto.
Deste outro tão próximo, que nos fornece a vida. A possibilidade de uma nova existência. Que cuida de nós, fazendo por nós o que ainda não conseguimos fazer por nós mesmos.
Então, descobrimo-nos como fonte de amor. E partimos para conhecer novas fontes, externas a nós e para o relacionamento com elas. Mães, pais, irmãos, tios, primos, amigos vizinhos...
Como veem, é a partir da relação com o materno e com o paterno que construímos o fraterno. Sãos estes primeiros seres, em nossas vidas, que nos instruem a relação com nós mesmos e com o outro.
Amar e instruir são responsabilidades de todos nós, como mães e pais acolhem seus filhos e os encaminham amorosamente pela vida. Preciso se faz que nos enxerguemos assim, como membros da mesma família, como responsáveis uns pelos outros, auxiliando uns aos outros na tarefa do crescer.
Por que será que tantas mães desistem de seus filhos? Pensei. Ele atento, respondeu-me completando, antes, meu questionamento.
Por que será que desistimos uns dos outros? Mães, pais, filhos ou conhecidos.
Porque agarramo-nos a dor, a raiva, ao egoísmo. Porque nos deixamos cegar pelas faltas ou erros dos outros, não visualizando mais nada de luminoso.
Coração trancado, simplesmente, indisposto a ver, ouvir, sentir ou fazer nada, para que a luz assuma a escuridão. E, do nada encontremos, mesmo que seja pequeno, um caminho para a reconciliação.
Para tanto, é preciso estar disposto a desfazer as amarras que nos prendem ao esquecimento de quem fomos e do que ocasionamos uns aos outros, que nos faz preencher, muitas vezes, de ódio o nosso ser.
Tentemos olhar para nós e para o outro, com olhar ampliado pelo amor que permite a compreensão dos erros e das faltas, o respeito das dificuldades que estão presentes e a vontade do acolher, do perdoar e do novo viver. Diferente do que já foi vivido antes.
Limpemos nossos corações da dor que o estraçalha, impedindo de sentir os nobres sentimentos que favorecem a convivência familiar, tão necessária ao nosso desenvolvimento espiritual.
Lembremos que escolhemos e/ou acordamos estar onde estamos e com quem estamos, com objetivos planejados a cumprir, vencendo os atributos que ainda possuímos e desejamos modificar, tornando-os melhores.
Neste dia, voltei para casa, pensativo. Lembrei-me dos meus pais, esposa e amigos e revivi a emoção dos lindos e desafiadores encontros que vivenciamos.
Tentei lembrar-me dos planejamentos e acordos que fizemos antes de encarnar, mais nada me vinha à mente. Até que, ao chegar num robusto carvalho, imagens começaram a surgir em minha mente.
Um diálogo com meu cuidador, logo após a primeira visita de minha amada. Questionava o porquê de tantos desencontros, no nosso lindo encontro. Lembro-me de não me considerar digno de sua escolha.
Caro amigo Gregório, o amor de vocês foi concebido em outra época, num momento propício aos dois, porém, apenas um de vocês estava disposto a vivê-lo. O outro não aceitou a recusa e guardou em seu coração a raiva pelo o que considerou abandono, levando consigo até a nova existência.
Mesmo, estando antes da encarnação, no momento preparatório, disposto a vivenciar a nova história liberto das amarras anteriores, não conseguiu liberta-se de tudo que o angustiava, mantendo a desconfiança que o outro podia abandoná-lo novamente.
Acordos e planejamentos foram feitos pelos dois, mas um, não superando suas dificuldades, proporcionou ao outro, também, o renascer das suas, dificultando a aliança amorosa a que se propunham.
Por que somos tão burros?
Isto não é burrice. É a falta de fé em si mesmo, no outro, no planejamento que fizeram juntos, no criador. Falta de confiança que serão capazes de se fazer diferentes e agir conforme desejam fazer dali por diante. Falta de confiança no Criador, nas Suas Leis, na Sua presença em nós.
Falta de confiança no amor que vive em nós, de se entregar a ele e entregá-lo e recebê-lo do outro, ao qual nos comprometemos amar, a caminhar juntos.
Tal o amor de mãe para com o filho. Que surgi bem antes da concepção do novo ser e se destrói mesmo antes do nascer, pois que, desacreditando na capacidade de amar àquele, ao qual nos propomos perdoar ou ser perdoado, a cuidar e instruir, transformando-o e, também a si mesmo, num ser mais evoluído, após o aprendizado em conjunto.
Queridas mães, amados filhos. Onde estamos hoje? Como estamos hoje? Onde e como poderemos estar amanhã?
Juntos ou separados? Unidos ou degradados? Avançando ou estacionados?
Se viemos juntos, foi por uma causa justa, pois, se o Pai é justo, justa é a causa. Confiemos Nele. Confiemos em Sua fé em nós. Fé que somos capazes de nos amar e construir uma nova vida juntos, nesta nova existência.
Que ela seja proveitosa, amorosa, respeitosa e feliz! Busquemos o melhor em nós e ofereçamos ao outro. Assim como, mobilizemo-nos para acolher do outro o seu melhor, vivendo o amor.
Abraço carinhoso no seio familiar,
Gregório
12.05.13