O PASSEIO

22/04/2013 10:19

 

O que pode acontecer antes, durante e depois de um simples passeio? Este questionamento nos guiará nesta e nas próximas semanas, pelas aventuras vivenciadas e compartilhadas por Gregório.

Nesta semana, nos convida a reflexão para o preparo desta e de outras ações em nossa vida. Preparo para que possamos aproveitar as experiências que nos chegam e não deixá-las, simplesmente, ocorrer e partir, sem nada deixar de positivo em nós.

Também não permitir que elas nos aprisionem em nossas dores, paralisando-nos e impedindo-nos de seguir, perdendo a função a que se proporiam.

Para auxiliar nosso processo reflexivo, presenteia-nos com uma bela e instrutiva oração. Que abre caminhos não só para os preparos que precedem como para o decorrer do processo.

Boa reflexão!

 

 

O PASSEIO

 

Eis que amanheceu o dia. Dei graças a Deus. Era o fim de um tormento. A noite anterior foi marcada por temores, angustias, desconfiança e falta de fé. Assim denominou meu cuidador: falta de fé.

Vou começar do início. O dia era propício para grandes aventuras. Fui convocado para um passeio. Acordei animado. Papel e lápis na mão, pensei: Hoje terei novas histórias.

Saí apressado ao encontro do grupo, que já me esperava. Os membros iam chegando pouco a pouco. Éramos em número de cinco. Amigos e desconhecidos estariam presentes. João era um dos conhecidos.

Depois de crescido, passamos a nos encontrar em grupos de estudos. Não fazia parte do grupo que se preparava para mais uma excursão a Terra, mas uns dos muitos outros nos quais me metia.

Grupos de oração, estudo das artes, da natureza, reflexão, leitura. Como veem, mantinha-me ocupado. Neste momento, estava na biblioteca encarregado de produzir informação e conhecimento. Este era o setor que tanto aspirava.

Tinha passe livre, sempre após autorização, para frequentar grupos, eventos, setores e copilar informações. Era, agora, jornalista escritor. Esta nova missão, gostava de chamar assim, não me afastava da preparação de retorno a Terra. Acho que esta, sim, era de minha predileção.  

Aguardo a conclusão dos estudos, para fornece-lhes todo o material que temos produzido. Têm sido riquíssimos os encontros que temos tido, por isso, achei melhor fornecê-los de uma só vez, de forma mais didática.

Os retornos a Terra são de grande valia para nós espíritos, encarnados ou não. Visualizamos o mesmo, que já acreditávamos conhecer, com outra face, com outras implicações.

Não me canso destas excursões. Considero-as minha grande paixão. Meu grande aprendizado. A partir delas, construí novos caminhos. Não que as outras experiências não sejam tão enriquecedoras, mas esta, em questão, é de uma proporção aquém do esperado.

Este passeio que iríamos realizar fazia parte do grupo de leitura. Lemos um capítulo do Evangelho, do Novo Testamento, que nos falava sobre as provisões do Cristo, as provisões de Deus.

Era a passagem que nos fazia refletir sobre nossa confiança no Pai e nas prioridades de nossas vidas. Dos caminhos que escolheríamos, a partir destas reflexões.

As discussões foram aceradas durante a leitura, então, o coordenador do grupo nos convidou ao passeio desta manhã. Estava ansioso para saber onde iríamos e o que descobriríamos nesta iluminada manhã.

O coordenador foi o último a se aproximar. Passou algum tempo recolhido às orações, bem perto de nós. Dizem que foi o primeiro a chegar ao lugar acordado para o encontro, e se pôs ali, nem perto, nem longe, a orar.

Acredito que estivesse a se preparar. Caminho que preciso aprender.  Minha ansiedade só permite que eu pegue o bloco de papel e a caneta, e parta.

Tenho tentado refletir antes e depois. O depois sempre o faço. Preparo-me para a conclusão da escrita. Porém, antes, só aguço os sentidos para tudo captar. Estou trabalhando-me para preparar-me para esta percepção.

Talvez não caia nos abismos que estou acostumado a cair. Assim como o da historia que lhes contarei hoje. Ou talvez somente comece a contar-lhes. São tantas imagens, que talvez seja necessário mais uns dias de prosa.

Vamos lá.

Ao se aproximar, com delicadeza e alegria, deu-nos bom-dia, e convidou-nos a darmos a mão e rezar. Foi uma prece simples, mas contemplativa. Lembro-me de palavras que marcaram meu ser. Vou tentar trazê-las a vocês.

Querido irmãos,

Voltemos nossos corações ao Pai, que é todo amor e compreensão e captemos Dele um pouco destes tesouros, que permanece em nós muitas vezes adormecidos.

Permitamos que esta luz Divina nos envolva e nos banhe com Sua amorosidade e sabedoria, despertando em nós a luz interior que partiu Dele e repousou em nós, a espera do desabrochar e do crescer.

Que esta luz interior, a presença do pai em nós, se faça presente hoje e sempre, iluminando nossos caminhos e nos favorecendo a escolha assertiva dos caminhos que queremos percorrer.

Para que nossa caminhada não seja em vão. Para que ela tenha um proposito: o conhecer para crescer. Para que não desperdicemos as experiências que nos chegam e fiquemos paralisados à espera do amanhã para retornar ao processo do aprendizado, atrasando nosso processo evolutivo.

Este atraso amplifica nossos sofrimentos. Resultado não esperado pelo Pai, que aspira nossa entrada ao Seu reino de felicidade pela conquista do amor.

Que aproveitemos deste momento de aprendizado, ao qual estamos nos propondo hoje, para compreender suas leis de amor e justiça. Leis que prezam a união, a amorosidade, a compreensão, o respeito, a convivência pacifica entre todos os seus filhos. O que permitirá a reunião amorosa de toda família planetária.

Para tanto, é preciso buscar dentro de si a Luz Divina e fazê-la brilhar. Utilizar dos tesouros contidos no coração e fazê-los acordar. Acolher os ensinamentos registrados em nós e fazê-los agir.

Que o Pai, reforce em nós o convite da fé, da esperança e do amor. E que nós o acolhamos, fortalecendo-nos para a caminhada do conhecer para crescer.

E finalizou a oração.

Antes de retornar a história, gostaria de ressaltar algumas passagens desta oração. Ao ouvi-la, algo aterrorizador bateu-me no ombro, exigindo reparação. Achei que era minha consciência, mas fui pego por minha culpa.

Os minutos de silêncio após a oração pareceram uma eternidade. Senti-me aprisionado por uma força maior, que me achatava em direção ao solo. Pensei que iria sucumbir, mas a energia do amor que nos envolvia me sustentou de pé.

Sabia que era preciso me manter na mesma vibração do grupo, então, recorri à oração. Enviei ao Pai um pedido de sustentação que, logo, me veio. Acordei, também, que ao fim daquela jornada, meditaria as palavras do mestre amigo.

Ressalto trechos que me marcaram:

Os tesouros que precisam desabrochar e crescer.

A Luz Divina presente em mim que deseja falar e que eu preciso ouvir.

A aspiração do Pai.

Deixo-os hoje. Retomaremos na próxima semana.

Abraço afetuoso,

Gregório

21.04.13

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