OFICINAS DE ASSISTÊNCIA

07/04/2011 07:23

Em continuação ao tema trabalhado no texto de ontem, o Momento de Luz desta quarta indica que a maior das assistências consiste na reforma íntima. Nesse contexto, a religião, seja qual for, é apenas um dos caminhos para o reencontro com o nosso divino, com a nossa existência plena.

Um provérbio chinês relata que uma história em que um dedo aponta para a lua. Nela ainda existe gente que só consegue enxergar o dedo.

A religião é apenas o dedo. Não podemos esquecer que o objetivo final é a lua.

Um ótimo dia para todos.

 

 

OFICINAS DE ASSISTÊNCIA
Augusto Cezar

E porque nós outros – um grupo de rapazes – nos acercamos do Mentor, indagando que opinião era a dele sobre as oficinas de assistência aos necessitados, nas realizações cristãs, ele nos respondeu cortesmente:

   - O assunto é do maior interesse. A propósito, desejo contar-lhes a experiência de um companheiro. Um amigo, que foi batista na Terra, chegou à Vida Espiritual com grande prestígio pelos serviços prestados à Causa do Senhor. Conduzido por devotados benfeitores à grande cidade da Vida Maior, passou a visitar os setores de trabalho que o empolgavam. Tomando a companhia de um professor, entrou a movimentar-se.

Na sequência de suas excursões, viu-se diante de vasto sanatório, em cujo interior e em todas as dependências se notava tremenda algazarra. Impropérios, acusações mútuas, insultos e rixas. A balbúrdia era enorme.
Impressionados, ele e o acompanhante, perguntaram a um dos diretores da instituição se ali estava algum setor da zona infernal, ao que o interpelado replicou humildemente:

- Sim, a nossa casa pode ser considerada uma região de inferno, onde alguns de nós, irmãos acordados para a vida, devemos treinar abnegação e tolerância.
Nosso amigo inquiriu:

- Poderá nos informar se aqui vivem alguns batistas?

- Muitos, foi a resposta.

E o diálogo prosseguiu:

- E presbiterianos?

- Grande quantidade.

- E católicos?

- Número imenso.

- E luteranos de outras interpretações?

- Igualmente muitos.

- E espíritas?

- Legião incalculável.

Nosso companheiro considerou:

- É uma lástima! E como se comportam na comunidade?

- Infelizmente – esclareceu o diretor – os religiosos que se acham aqui são espíritos cristalizados nos enganos que abraçaram. Foram, todos eles, homens e mulheres, habitualmente discutidores e intimamente revoltados. Agarrados aos próprios pontos de vista, são rebeldes, indiferentes, vaidosos e intolerantes. Viveram no mundo físico em teorias e anátemas, mergulhados em preguiça mental, a ponto de muitos deles não aceitarem a realidade da vida espiritual em que se encontram...
- E quando estarão libertos de tanta cegueira?

O diretor explicou:

- Quando demonstrarem a renovação espiritual precisa, a fim de merecerem o privilégio de aprender a servir.

Indiscutivelmente, os visitantes saíram dali desolados e depois de alguns quilômetros surpreenderam grande colônia espiritual, de cujo interior se irradiavam luz e harmonia.

Pararam observando...

Em seguida solicitaram a um dos guardiões da porta, a presença de alguém que lhes pudesse prestar os informes que julgavam precisos.
Veio um diretor e repetiram a indagação sobre a natureza e finalidade daquele instituto.

O amigo respondeu:

- Aqui somos todos uma só família; todos os que residem aqui são aqueles que acreditaram em Jesus e seguiam-lhe os passos, trabalhando e servindo, por amor aos semelhantes. Não há denominações religiosas que nos diferenciam, até porque temos conosco muitos ateus que se consagraram espontaneamente ao bem do próximo, ignorando que estavam acompanhando o Divino Mestre. A prestação de serviço aos outros, sem idéias de recompensa, nos proporcionou a felicidade de estarmos todos juntos em Cristo.

Foi então que compreendi melhor o valor das oficinas de assistência aos necessitados. Aí, nesses recantos abençoados, é possível estudar as Lições do Senhor e segui-lo verdadeiramente no rumo das alegrias imperecíveis.
Somente os que aprendem a trabalhar e a servir, com esquecimento de si mesmos, acham-se no rumo exato da felicidade real, de vez que nada valem as preciosas argumentações vazias de boas obras, porque, sem as realizações do amor ao próximo, não teremos senão a alternativa de tudo recomeçar, aprendendo, por fim, a fazer o melhor de nós e de nossa vida, para que possamos justificar o privilégio de conhecer...

(Do livro "Fotos da Vida", pelo Espírito Augusto Cezar, Francisco Cândido Xavier)

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