OS DEMÔNIOS
O Momento de Luz de hoje nos convida a refletir sobre os nossos demônios.
Não no sentido de figuras externas que nos atacam, mas, principalmente, construções internas que nos minam.
Que a poesia seja candura em tema tormentoso, em que nossas escolhas sejam refletidas a cada minuto.
Ótima semana para todos.
OS DEMÔNIOS
Demônios em demasia
Campeiam pelas cidades
Distribuindo maldades
Interditando o perdão.
Semeando dissabores
Implantando a discórdia
Quando a criatura acorda
Perdida em desilusão.
Demônios da triste inveja
Da preguiça e da luxúria
Trazendo à alma penúria
Do coração desregrado.
Demônios da gula e vício
De raivas e vãos lamentos
Impregnando de tormentos
O homem no seu pecado.
Demônios estão por dentro
Das mentes e corações
Ao chafurdar nas ilusões
Da impiedosa ribalta.
As luzes cegam a alma
Nas coisas do nosso dia
Imperando a rebeldia
No bom senso que falta.
Os demônios impiedosos
Construídos pelo ego
Quando falta desapego
Das coisas materiais.
Ofendem-se os amigos
Abandona-se a família
Conviver vira desídia
De tormentos infernais.
O ter, vira altar da vida
Dissipa-se a consciência
Em lamentosa demência
Adentra-se nos umbrais.
Pisa-se no mais oprimido
Com ilusão do poder
Que nada nos faz temer
As quedas descomunais.
Demônios em atitudes
Comportamentos e atos
Agressões e destratos
No meio em que vivemos.
É viajar sem candeeiro
Enxovalhar o que amamos
Perdidos, desesperamos
E sem amor, perecemos.
ACA