OS MEDOS

29/11/2010 14:38

Começando uma semana repleta de realizações, nada melhor do que a poesia para nos apresentar a nossos medos.

Uma boa semana a todos.

 

OS MEDOS

 

 

O medo que me persegue

De dentro do coração

É resquício da maldade

Que permeia a ilusão.

 

É ainda pequenez

Desequilíbrio moral

Perseguindo os infelizes

Nesta vida corporal.

 

Medo do dia e da noite

Da cidade e do matagal

Da floresta impenetrável

E também do laranjal.

 

Medo do ódio e da dor

Da doença e do doutor

De perder o equilíbrio

De a planta, perder a flor.

 

Da fera escondida em nós

Do olho que nos vigia

De semear a discórdia

Durante o sono ou vigília.

 

Medo do meu inimigo

Também da lepra moral

Do sol que esquenta o dia

E também do temporal.

 

Do raio que tudo queima

Da chuva fora do leito

Do frio que adoece

O valente, de maleita.

 

Temo a saudade do vento

Da brisa da primavera

Do orvalho das manhãs

Do aconchego da tapera.

 

O que mais temo é o ódio

Saturando os corações

Que destroem sem parar

As mais sadias emoções.

 

Mas, o que eu temo mesmo

Não é o sol nem o vento

Nem a chuva, nem a neve

É o frio que vem de dentro.

 

Transmite vento danoso

Solidão indefinível

Sensação de displasia

Da alma endurecida

 

É choro amargurado

De água que sai do leito

Permeando o entorno,

Vazio dentro do peito

 

Para acalmar o dor

Do frio, que vem de dentro

Só preenchendo de amor

O vazio dos lamentos

 

ACA

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