OS MENINOS DE JESUS
A poesia desta segunda chama a todos para conhecerem a história dos meninos de Jesus. Que, na sua pureza, estes meninos preencham o nosso coração para a noite de natal que se aproxima.
Uma semana espetacular para todos.
OS MENINOS DE JESUS
Encontraram as tristezas nas esquinas da vida
Sofriam sozinhos, contritos de dor
Suas lagrimas lavavam o manto da noite
Mostrei-lhe buscar a esperança no amor
Os meninos choravam na mão do destino
Os ecos dos seus lamentos invadiam o peito
Caminhos desertos e esperanças perdidas
Dormindo nos becos por falta de leito
Semblante de mágoa espelhado no rosto
Mesmo assim caminhavam, as suas virtudes
O abandono na vida era sua estrada
Sem comida, sem casa, sem leito ou saúde
Apesar da tristeza de estar esquecidos
Nesta lepra moral da civilização
Em seu mundo não havia revolta nem magoa
Só se via no rosto uma bela emoção
Vieram de outras paragens por sua pobreza
Em busca de dias melhores na nova cidade
Pedindo na rua a moeda do parco sustento
Pois, para o trabalho formal não tinham idade
Em momentos de prosa fui chamado de tio
Talvez porque dava atenção a estes corações
Pois lembravam a infância de anos passados
Sublimada como eles, em muitos perdões
Ao findar suas buscas, já no fim do dia
Buscavam aconchego e o saco de pão
Que cuidavam dele com muito desvelo
Sem perdê-lo de vista agarrado na mão
Num dia a policia revisava o transporte
Donde estavam aqueles pedaços de céu
O menor destemido, afrontava a policia
Este saco não pega, foi o tio que deu
No argumento decente da autoridade
Buscavam cumprir o que o povo mandou
O menino arfava e gritava suando
Podem me matar, mas o saco não dou
Salvou o menino a previdência divina
Em dado momento declinou o meu nome
O bendito soldado que me conhecia
Deixou que o menino matasse a fome
Num belo natal chegou uma deles
Falando baixinho com vergonha na luz
Queria um vestido para a noite bendita
Que estivesse bonita para ver Jesus.
Não lhe foi negada tamanha beleza
Casaco, vestido e sapato, ganhou
Eu sei que o Cristo sorria feliz
Por ter recebido o que ela sonhou
O tempo passou e as crianças viviam
As mesmas misérias aqui comentadas
O ritmo da vida não tem sobressaltos
Crianças na rua só são maltratadas
Num belo dia chegaram felizes
Estavam voltando no pau-de-arara
Para sua terra de Pernambuco
Pois, a nova terra não os melhorara
Veio vestida com aquele traje
Mostrando para mim que estava bonita
Era a despedida das nobres crianças
Talvez enfeitando a sua desdita
Alegria no peito e a voz embargada
Ela brilhava como facho de luz
Um ser divino estava presente
Penso que a menina, abraçava a Jesus
Não pude mais velos, pois foram para longe
Perdi seu sorriso, nem sei seus destinos
Jesus me consola quando, lembro deles
Só espero que cuide daqueles meninos
ACA