PARA SEMPRE. SERÁ?

27/07/2015 06:22

Mais uma vez, no Momento de Luz, o diálogo entre Madalena e Gregório convida-nos ao aprendizado. Nesta semana, ao autoconhecimento e a sua importância no nosso processo de evolução.

Afirma Joanna de Ângelis no livro Momentos de Iluminação: “O homem que se conhece possui um tesouro no coração. O discernimento que o caracteriza é a sua luz acesa no imo, apontando-lhe rumo”.

Boa leitura!

Andréa

 

 

PARA SEMPRE. SERÁ?

 

Um dia estava conversando com Gregório sobre a eternidade do espírito. E disse bobagens como: “Creio que serei eternamente gentil como sou agora”. Gregório sorriu. Olhar debochado, me deixou tiririca!

- Do que ri? - questionei mal-humorada. - Não acredita que poderei ser eternamente doce e gentil?            

Respondeu-me com a ar insolente: (Minha percepção do momento. O que me deixou ainda mais chateada).

- Perceba-se agora e diga-me o que vê.

- Como assim? - retruquei.

- Observe-se. Perceba-se. Como poderia descrever-se neste exato momento.

- Sou quem sempre fui e sempre serei. - respondi na lata!

Sorrindo. Levou-me a beira do lago e pediu para que eu me olhasse. Fiz a contragosto.

- Não vejo nada do que não vi antes.

- Calma. Não tenha presa. Feche os olhos. Faça uma longa respiração e volte a se olhar. - orientou-me.

Curiosa para saber aonde tudo aquilo ia dar, obedeci. Travei os olhos respirei rapidamente e o olhei-me. Via o mesmo que havia visto há dois segundos atrás. Olhei impaciente para ele, que fechou os olhos levemente e respirou profundamente. Resolvi, impaciente, segui-lo. Já havia cansado de tudo aquilo e contava os minutos para acabar. E como bem conhecia Gregório, percebi que ele não ia desistir até me dá uma “lição”.

Fechei os olhos levemente e respirei profundamente como o observara fazer. E repeti algumas outras vezes. Cada vez que respirava, sentia-me mais leve. Gostei! Continuei fazendo. Fui sentindo-me diferente. Mais relaxada a cada minuto. Quando orientou-me abrir os olhos e visualizar o lago, obedeci tranquilamente.

E ao me ver assustei-me! Parecia outra pessoa. Os contornos do meu rosto estavam mais definidos. A pele parecia mais viçosa. Havia leveza no meu olhar. Doçura e delicadeza descreviam minha face sem nenhum outro atributo que me interessasse. Embora, confesso, senti-me muito mais bela.

Gregório me fez levantar, e me conduziu a um banquinho de frente para o lago. Pousou sua mão sobre a minha e questionou-me como me sentia. Respondi que bem, assim como estava antes.... Parei. Compreendi. Estava completamente diferente. Minutos antes, ao olhar-me para o lago, vi refletido um olhar pretencioso bem distante da doçura que achava que transmitia. Minha face estava contraída, possibilitando uma expressão ardilosa. Agora pouco, ao me rever, desconheci a primeira Madalena. Nem respondi. Balancei a cabeça, lancei meu sorriso mais sem graça e suspirei, compartilhando meu olhar vencido e solicitando piedade.

Gregório não deixou por menos:

- Que graça sermos hoje que fomos ontem? Do que serviria continuar no mesmo lugar. A beleza da existência é sempre estar um passo à frente. É continuar caminhando, crescendo.

Detesto quando ele é elegante. Queria que pontuasse firme e verbaliza-se rigidamente:

- Como conseguirá ser eternamente gentil se não consegue sustentar a gentileza por um único dia? - Foi a pergunta que me fiz.

Inconvenientemente, ele me leu. E amorosamente respondeu.

- Não se angustie. Está em crescimento.

Depois desta, só indo respirar. Quem sabe retorno mais crescida um pouquinho.

Abraços

Madalena

26.07.15

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