PARAR PARA, SÓ DEPOIS, CONTINUAR A CAMINHADA.

24/02/2014 08:33

Esta semana, no Momento de Luz, Gregório compartilha conosco de uma grande lição. A de saber interromper a trajetória para aprimora-se. E, somente depois, recomeçar de onde parou.

Ter coragem de admitir que ainda não é a hora não representa fraqueza. Não gera vergonha. Pelo contrario, significa maturidade, inteligência, esperteza.

Saber ouvir a si mesmo. Reconhecer que precisa de mais tempo, de mais preparo é sinal que avançamos no nosso processo de crescimento, de autoconhecimento.

Sabermos fazer escolhas que favoreçam nosso processo evolutivo, buscando superar nossas dificuldades, com respeito e compreensão, facilita nossa caminhada, impedindo-nos de cometer os mesmos ou, até mesmo, novos erros.

Atentos a nós. A quem somos. A quem queremos ser. E como estamos nos posicionando perante a vida. Garante-nos a construção de uma trajetória mais proveitosa, harmônica e feliz!

Boa leitura e reflexão!

Andréa

 

 

PARAR PARA, SÓ DEPOIS, CONTINUAR A CAMINHADA.

 

Hoje acordei cedo. Queria estar tranquilo para nossa conversa. Sabia que estaríamos juntos. Pensamos e atraímo-nos. Em uma ligação única que parte do coração. Que une as almas. Somos espíritos afins. Que vibram na mesma energia e comunicam-se, assim como muitos outros.

Foi assim, que no dia que cheguei aqui, encontrei Samuel. Fomos amigos uma vida toda. Ano após ano, acompanhando um a evolução do outro. Às vezes mais perto, às vezes mais longe, mas sempre na mesma caminhada. Almas irmãs.

Com Claus aconteceu o mesmo. Com uma diferença: não tínhamos tanta jornada juntos. Foram menos experiências compartilhadas. Acharam que precisávamos de mais tempo juntos. Um contribuindo com o outro.

Pode parecer estranho. Confuso. Talvez, ainda, não possam compreender. Falarei pouco. O suficiente. O necessário. O que é possível dizer e entender.

Somos muitos. Interligamos nossas almas por vínculos de amizade, de amor. Temos a origem do mesmo Pai. Partimos dele para nos encontrar novamente. Para quê? Devem perguntar. Para que sair, para voltar?

Somos como sementes que precisam se desenvolver. Saem de suas mães, plantas geradoras e se desenvolvem formando novos seres que germinarão outras vidas, mantendo a vida.

O nosso desenvolvimento dura um pouco mais. Assim como somos mais evoluídos, uma espécie mais evoluída, precisamos de mais tempo para chegar... digamos... a maturação. A maturidade do espírito vem com o tempo. Com a construção diária. Que se faz materialmente e espiritualmente.

Assim como uma bactéria torna-se latente e precisa encontrar condições ambientais para se desenvolver, construindo a vida novamente. Passamos períodos encarnados, construindo o nosso espírito, tornando-o melhor, mais evoluído.

Somos irmãos, filhos de um mesmo Pai. E crescemos juntos. Convivemos. Aprendemos um com os outros. Assim como na escola separados por classes, por idade, por desenvolvimento. Aproximados pelas afinidades, pelos gostos, pelos objetivos. Tornamo-nos amigos, companheiros.

O mesmo acontece com as almas. Não fazemos um único amigo. Não encontramos um único companheiro que nos ajuda a desenvolver nossas habilidades. Compartilhamos a vida com muitos. Com eles aprendemos, caminhamos, ensinamos, crescemos.

Eu, Samuel, Claus, Simone, você: almas afins. Muitos outros estão reunidos. Os grupos que formamos. Composto por desencarnados ou não. Reunidos, um auxiliando o outro a crescer.

A isso me levou ao início da jornada. O sonho, a inquietação, a busca por informação, o estudo. Eu e Claus descobrimos juntos, embora eu tenha certeza que ele já sabia.

Companheiros de muitos anos. Mas com níveis evolutivos diferentes. Não distantes. Somente diferente. Outra coisa que aprendi. Sentia-me tão longe deles, mas estava muito perto. Possuíam algo que eu ainda não tinha, mas eu, também, tinha algo que eles ainda não possuíam. Por isso, pude acompanhá-lo em sua nova trajetória a Terra. Estávamos a compartilhar.

Os dias passaram devagar. Debruçados sobre os livros. Refletíamos juntos sobre cada descoberta. Curioso como sempre fui, deseja não parar. Claus dava-me limite. Lembrava-me das obrigações que possuía, dos compromissos que assumi. Então, deixava a biblioteca, ansioso por voltar.

Não lembrei muito da vida passada. Acho que não seria preciso. Guardava em mim o que precisava saber e fazer. Buscar o conhecimento. Fleches que chegavam, reforçavam os conhecimentos aprendidos, como a prática da teoria que me dispus a estudar.

Foram dias, meses. A cada descoberta uma luz no meu caminhar. Senti-me seguro para partir em novas trajetórias. Percebi que o já vivido trazia-me recursos para a construção do meu hoje e do meu amanhã. Não senti mais culpa e sim, esperança.

Esperança de um mundo novo. Meu mundo tornou-se novo. Esperança de uma nova vida que me propus constituir. A partir deste dia, o tempo passou mais rápido, deixando-me com saudade. Claus, em breve deveria partir. Não foi possível dizer-lhe antes, mas sua reintegração a vida material foi adiada, por que havia coisas urgentes a fazer.

Tive vergonha de contar porque achei que era minha culpa, sentia-me despreparado. E, realmente, estava. Mas a verdade que nunca um só lado é ouvido. Claus tinha o que fazer. Os amigos que o receberiam também. Todos nós envolvidos tínhamos.

Hoje, longos anos depois, quando penso nisso, acredito que sabíamos que precisávamos de mais conhecimento e fomos em busca dele. Crescemos e realizamos nossa nova “tarefa” com empenho e dedicação.

Lembro-me de Simone, nossa coordenadora, olhar para nós e recitar um poema oração que dizia:

Feliz de nós, quando percebemos que é hora de parar e refletir, para só depois, recomeçar.

Deixamos de ser pequeninos, para sermos um milímetro maior. E transformamo-nos em um ser melhor.

Um ser capaz de se perceber e, sem medo, escolher parar ao invés de continuar.

Um espírito ciente de si constrói mais acertadamente a vida que deseja para crescer.

E se surpreenderá ao olhar para trás e identificar, que crescer um milímetro fez a diferença.

Sentir-se-á grande e feliz, competente por ser quem é. E fará mais do que imaginou que conseguiria fazer e será mais do que imaginou que poderia ser.

Então, humildemente, olhará para o alto e agradecerá o amor que o constitui. Que nele confiou e o auxiliou na construção do que é.

Neste dia, do seu coração partirá a luz divina, que encontrará outros corações, convidando-os a passar pelo mesmo processo que passou.

Obrigada Deus pelo Seu amor!

 

Até hoje, guardo em mim esta lição. A de parar, sem medo ou vergonha, e buscar preparação, aprofundamento, compreensão, para, só depois, continuar a caminhada. Com certeza eu farei o meu melhor.

Deixo-os, para em breve voltar.

Abraço afetuoso!

Gregório

24.02.14

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