PENSEMOS JUNTOS

28/01/2013 07:02

 

No momento de luz desta semana, Gregório nos convida a pensar. Apresenta-nos três pontos para a reflexão: o amanhecer, a oração e o amor. Qual será a relação entre eles?

Compromete-se em participar ativamente deste processo, mais uma vez, colocando-se no mesmo degrau em que nos encontramos, repletos de dúvidas e demandantes de questionamentos e reflexões.

Durante o percurso, apresenta-nos caminhos e guias. Compartilha experiências. E docemente nos pega pela mão e desenha trilhas rumo ao entendimento.

Boa Reflexão!

Andréa

 

 

PENSEMOS JUNTOS

 

Nem tudo é como parece. Às vezes somos surpreendidos por acontecimentos que nos fazem pensar sobre a adversidade da vida, das coisas.

Ficamos aflitos diante de demandas e fatos corriqueiros que se transformam em atos e gestos de proporções aberrantes. Que nos causam medo, angustia, sentimento de derrota e dor.

Pacífico, entregamo-nos. Agressivos, combatemos, muitas vezes sem preparo, inimigos desconhecidos de nós. Entregues a derrota, saboreamos o desespero. E com gosto amargo, passamos tempo indeterminado, presos ao pior de nós mesmos.

Iluminarei meus pensamentos. Pode parecer confuso, mas, na verdade, só queria convidá-los a pensar. Então, aceitam o convite? Prometo ser claro, compreensivo e atento cada uma das dificuldades que se apresentarem.

Começaremos, então, do ponto de partida. Ao amanhecer o dia, entregam-se a oração nos primeiros momentos de vida daquele dia? Sim, a cada amanhecer nasce-se de novo.

Explicarei melhor. A vida se renova a cada dia. A cada nascer do sol, surge em nós, a possibilidade de construção. Talvez você responda: como assim? Não sou construtor, engenheiro... Direi que a construção da qual eu falo, não está ligada à profissão, à construção física, mas a construção da moral humana.

Somos todos construtores da moral humana. Direcionados pelo Mestre Divino que esteve entre nós e, hoje, permanece dentro de nós. Sim, o Cristo, o maior construtor da nossa história.

O que veio, ao nosso auxílio, nos ensinar, através, principalmente, dos exemplos, o porquê, como e para que precisamos nos tornar construtores hábeis e, verdadeiramente, conscientes da tarefa designada por Deus.

Somos aprendizes, mas também profissionais à medida que já possuímos todas as informações, todos os saberes. É verdade que esses saberes estão em forma de semente e precisam ser germinados.

Porém, o Pai, em sua infinita misericórdia e seu eterno amor por nós, envia-nos, diariamente, subsídios necessários, para que possamos cuidar bem de nossas sementes e fazê-las crescer e brotar.

Portanto, reforço que a cada amanhecer, renova-se em nós a vontade do fazer, a capacidade de acolher o conhecer e os instrumentos que nos fortalecem, facilitando todo o processo.

Porém, como fazê-lo? Questionei-os quanto o orar, para que saibam que é uma das principais maneiras de captar o que foi enviado, de se fortalecer e de enviar pedidos de novos subsídios. É a nossa comunicação direta com o Criador.

Através da oração podemos acessar o Pai e toda luminosidade do Seu Ser. Podemos fortalecer o que tem em nós, o que veio dele. Tirar dúvidas, pedir apoio, sublimar as vitórias, aliviar o gosto das derrotas, cicatrizar as feridas, suportar a dor quando ela desabrocha em nós ou, até mesmo, impedi-la de ocorrer.

Milagres! Com certeza, alguém gritou. Podem chamar assim, porém, compreendam o que significa, o seu real significado.

Milagre é a materialização do amor.

Logo, todos nós podemos fazê-lo.

Vamos clarear as ideias.

Ao orar. Ao se conectar com o alto, captamos dele sua energia poderosa. E seu poder vem do puro e verdadeiro amor, que o Pai sente por nós e faz se espalhar por entre todos nós, fazendo-nos sentir amor uns pelos outros. Assim deveria ser.

Esta poderosa energia amorosa, quando verdadeiramente sentida e captada, torna-nos capazes de receber e fazer milagres, pois, nos capacita a materializar o amor. A transformá-lo em ação, o que chamamos: caridade.

Ensinamento fornecido pelo Pai e reforçado pelo Cristo e por tantos outros amigos, constantemente presentes ao nosso lado. Disse-nos Jesus: amai uns aos outros. Enviou-nos Paulo: sem amor nada seremos capaz de ser.

A caridade não é algo que sai de nós e é jogada sobre o outro. É nossa construção que acolhe e abriga o outro. Que transforma nossa vida, nosso dia-a-dia.

Alguns podem perguntar: como darei o que não tenho? Tenho tantas demandas, tantos problemas, tantas dores, como serei capaz de dar o que tanto necessito?

Respondo-lhes, que vocês têm muito amor. E que, quanto mais o colocar em ação, dentro e fora de si, mas amor terá, pois, lhes garanto que as fontes de amor internas são abundantes e se renovam ao se “alimentarem” das fontes externas de amor. Porque ao dar e receber, ao compartilhar, as fontes se “retroalimentam”.

Organizemos os pensamentos para que possamos refletir.

Somos preenchidos de caminhos e meios de percorrê-los. Contamos com professores, guias e colegas que nos auxiliam na caminhada. E podemos acessá-los através das nossas orações e da caridade, o amor compartilhado.

Somos agraciados com novas vidas, a cada amanhecer, para que possamos aprender as lições e praticar a construção da nossa moral, da moral humana.

Abençoados, diariamente, pelo Pai que não desiste de nós e, atento, nos fornece as habilidades e materiais necessários para que façamos uma bela construção.

Pontos organizados. Façamos nossas reflexões. Participarei, ativamente, delas, uma vez que, tudo acima transcrito faz parte do meu cabedal de dúvidas, questionamentos e reflexões.

Pensemos juntos.

O que estamos a fazer com tão poderosos instrumentos doados pelo Pai? Falo do amor, da oração e do amanhecer. Valorizamos o que temos e o utilizamos adequadamente?

Lembro-me de que quando encarnado, costumava rezar diariamente. Um pouco rápido, pouco sentido, mas o fazia porque assim deveria ser. Ensinou-me minha mãe a rezar todos os dias. Não sabia eu, que ao desviar os olhos para o céu e ao pronunciar as palavras ensinadas e repetidas por gerações, sem reflexão, nada dizia.

Aprendi, por aqui, que rezar, não é o ato de pronunciar palavras, e sim de senti-las. Ao sair do coração, podem ou não sair pela boca, mas, com certeza, já chegaram ao Pai.

Esta nova forma de comunicação com o Criador, tornou-me consciente de cada palavra que deixo sair de mim. Porque elas, ao alcançarem o Pai, retornarão a mim. O que devo então enviá-lo? Pedidos? Agradecimentos?

Então, é preciso fazer direitinho, sem que o Pai tenha dúvida do que preciso e quero? Afirmo-lhes que o Pai sempre sabe o precisamos e acolhe o que queremos, porém, mais sábio do que nós, reconhece o que já somos capazes de realizar e nos ajuda no que for necessário.

E nos fortalece e orienta, para que cheguemos mais longe, aonde ainda não conseguimos chegar. Ao que ainda não conseguimos alcançar. E nós, inexperientes, impacientes, desatentos reclamamos e bravejamos: Ele não me ama!

E o que é o amor? Já o sabemos? Já o identificamos em nós e já sabemos como utilizá-lo adequadamente? Lembro-me de observar a juventude ávida pelo amar, pelo viver das grandes paixões, que lançam, sem nem mesmo saber do que está falando, a palavra amor, pelo ar.

Ela deixa os lábios sem cuidado, sem seu significado real. Simplesmente, alcança o outro, que também a desconhece e a incorpora de maneira errônea. E o resultado são casais que se agridem, se machucam, dando sensação de fonte de amor seca, destruída.

O quanto precisamos aprender! O que estamos a fazer com tão preciosa seiva! Estamos a desperdiçá-la, a lançá-la ao vento e a deixá-la partir sem cumprir a missão a que foi designada.

E o amanhecer? Como o recebemos? Lembro-me de acordar mal humorado. Desejoso que o dia que acabara de começar, terminasse rapidamente, dispensando-me de sua companhia.

Quanta vida jogada fora! Quanto desperdício de tempo! Tanto o que fazer e eu ali a reclamar, a bravejar, a nada entender e fazer. A construção inacabada e, eu a pedir mais tempo, até que, o tempo acaba e o trabalho não é concluído.

Meu cuidador amigo, com todo amor que tem e sabe usar, pegou-me no colo. Assim me senti. E acalmando-me, disse:

- Que bom estar a refletir, porém, não deve estacionar-se no que não conseguiu enxergar e fazer. Prenda-se ao aprendizado e não a culpa. Sinta agraciado pelo conhecimento que agora já possui e não pelo sentimento de fracasso que corrói a alma.

 - Lembre-se do amor do Pai e o transforme em caridade dentro de você. E a deixe sair ao encontro do outro. E, partir de agora, aproveite cada nascer do sol, como oportunidade de aprendizado e construção e não se prenda aí. Foque no objetivo que quer alcançar e vá. E siga.

- E durante o percurso não se esqueça do dialogo profundo consigo, com Deus e com outro. Ouça-se e saiba o que já tem e o que ainda precisa. Converse com o Pai e acolha suas orientações. Aproveite da companhia do outro e aprenda junto, fortalecendo o que aprende ao praticar.

Então, fazendo minhas as suas palavras, deixo-os para em breve voltar.

Gregório

27.01.12

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