QUANDO A PRECE VENCEU A LOUCURA
É impressionante como um simples ato de caridade pode nos ensinar muito.
Neste contexto, o Momento de Luz desta semana compartilha uma experiência vivenciada em um dos trabalhos da CACEF, em que a prece serenou o medo, a raiva e o ódio.
Que tenhamos um dia em prece e paz.
QUANDO A PRECE VENCEU A LOUCURA
A noite tinha se estabelecido havia algumas horas, o sol abandonara seu posto na abobada celeste, deixando o domínio da noite para a lua e as estrelas. As famílias já se aconchegaram em seus lares, feito o reparo da noite, preparando-se para o sono reparador.
As ruas da cidade eram patrulhadas por almas que não tinham um teto para dormir, aconchegando-se em qualquer canto que pudesse protegê-los do frio e/ou das agressões bandidas.
O cobertor doado ou o papelão deixado nas ruas por lojas ali estabelecidas eram as únicas proteções que se permitiam, pois nada mais possuíam para guardar seus corpos.
Alguns grupos cristãos, nos quais nos incluímos, rebuscavam a noite para levar algum repasto e conforto, a estes filhos do abandono; atividade perigosa e cansativa, mas ao mesmo tempo gratificante, pois voltávamos revigorados e com a sensação de dever cumprido, fruto de nossa pequenez, pois era muito pouco o que podíamos fazer.
Chegamos a uma parada habitual, na rua j. .j. .seabra, quando nos preparávamos para servir os mantimentos aos moradores da rua, percebemos, na esquina por onde deveríamos passar, uma senhora que com uma pedra (paralelepípedo) na mão, em estado aparente de loucura, ameaçava a seres imaginários ou que só ela podia ver.
Xingava e escandalizava com todas suas forças, dando conhecimento de seu vasto repertório de impropérios degradantes. Pensamos na possibilidade de sermos agredidos, se nos atrevêssemos a cruzar-lhe o caminho, pois poderíamos ser confundidos com os desafetos das suas visões.
Pedi à equipe que preparassem a divisão do repasto enquanto eu tentaria resolver o imprevisto que se estabelecera. Parei um instante num canto e, em prece, solicitei a ajuda dos trabalhadores da luz, que sempre nos acompanhavam.
Fortalecido e confiante fui andando para passar pela irmã, sempre olhando o horizonte e em prece, sem encará-la para não denotar confronto, passei sem ser incomodado por uns cem metros.
Na minha volta, não sei por que mão amiga havia sido desarmada, tinha jogado a pedra num canto e só continuava a praguejar convulsivamente. Diante disso acerquei-me do carro de repasto, peguei um copo de mingau, um pedaço de bolo e levei, entregando para nossa amiga que, por força das leis da física, teve de parar de falar enquanto comia, pois eram incompatíveis os dois atos ao mesmo tempo.
Isso me mostrou mais uma vez que, andando com jesus, todas as dores e agressões cessam, diante das energias divinas
ACA