RECOMEÇO

01/04/2013 06:53

 

No domingo de Páscoa, Gregório nos traz uma mensagem de esperança. Fala-nos sobre o recomeço. Sobre sentirmos crianças e buscarmos o conhecer que permite nascer o novo ser, capaz de um novo fazer.

Falo-nos sobre as doces palavras do Cristo e de sua forma sútil de nos ensinar. Sobre a presença da bussola divina dentro de nós e da necessidade de reconhecê-la, acessá-la e utilizá-la. Por fim, reforça o saber, que cabe a nós a escolha do crescer.

Coragem! Crescer faz parte da vida. Faz parte de nós. Não pensemos na dor que precisaremos enfrentar, mas nas alegrias que colheremos a cada degrau conquistado.

Boa reflexão!

Andréa

 

 

RECOMEÇO

 

Mais uma manhã. Mais um dia que desabrocha, trazendo luz, cor e perfume. Tal como uma flor que embeleza o ambiente. Assim recebo um novo dia, com a esperança que embeleze meu ambiente: vida.

Ah! O recomeço! Que surge a cada manhã, com o nascer do dia, deixando para trás o que ocorreu ontem e que partiu, trazendo a possibilidade do novo. Do novo fazer, do novo sentir, do novo pensar.

Este amanhecer simbólico ocorre em nossas vidas em muitas épocas. No dia do nosso aniversário, no início de um novo ano, na volta das férias, no Natal, na Páscoa. Estes últimos eventos foram vivenciados pelo Cristo, que nos ofertou o ensinamento do nascer e do renascer.

Nascer de novo, muitas vezes, até conseguir vivenciar o necessário, que nos faz crescer, evoluir. A reencarnação é o maior presente de recomeço que o Pai nos ofertou. Confiante que somos capazes. Paciente, pois sabe que leva tempo para o aprendizado. Compreensivo de nossas dificuldades e amando-nos sempre.

Amor imenso, que compreende a nossa necessidade de muitos recomeços, durante a mesma existência. E por acreditar em nossa capacidade de fazê-lo, nos encaminha instrumentos para que eles ocorram.

Pequenos lembretes. Singelas possibilidades de fazê-lo. Como veem, a sutileza do Pai exige nossa atenção, nossa vontade, nossa confiança em nós e Nele. Como assim?

Perguntei certa vez ao meu cuidador. - Por que o Pai sempre nos revela o que precisamos de forma tão sutil, que nem sem sempre nos atentamos ao que nos enviou? Não seria mais fácil e proveitoso, se ele fosse claro? Se falasse em alta voz, como as mães, na tentativa de nos fazer entender? De livrar-nos dos perigos que nos rodeiam?

Antes de contar-lhes a resposta, descreverei a situação qual implicou em tais questionamentos.

Era um dia de sol claro e quente. Andávamos pelo jardim a prosear sobre as ocorrências da vida. Nesta ocasião, já me encontrava detentor de alguns conhecimentos. E achando-me capaz de impelir sobre as condutas do Pai, trouxe a conversa, sua forma de comunicar-se com Seus filhos. Nada ousado, não é mesmo!

- Não compreendo a forma de expressar os evangelhos. Ontem, ficamos a lê-los. A maioria não compreendeu as parábolas lidas. Na verdade, a parábola lida. Ficamos horas na mesma, a decifrá-la.

Então, apresentei as perguntas acima, complementando com outra pérola da minha ignorância. – Não vejo sentido em tanta delicadeza, por que nos fala, contando histórias? Sinto-me uma criança burra, que não consegue compreender a lições das fábulas.

Trago-lhe o que me foi respondido.

-Caro Gregório, ouça o que me diz. Vamos refletir sobre suas palavras? Falou da gentileza do Pai. Dos gritos das mães, na tentativa de nos proteger dos riscos iminentes. Das fabulas e, por fim, do sentir-se criança.

- Já possui as respostas para os questionamentos que me fez. Não percebe? Fitou-me com olhar de sorriso. Olhar que tanto admiro e quero aprender a ter e oferecer. Olhar que amorosamente compreende e ensina. Diante de minha perplexidade continuou:

- Sim, somos crianças a aprender uteis lições. E tal como elas, encantamo-nos com as belezas das histórias. As fábulas, sutilmente, entram em seu dia-a-dia infantil e, através de elementos que reconhecem bem, ensinam. Através dos exemplos dos animais, compreendem formas de agir, de se comportar.

Instrumentos utilizados pelas mães, que gentilmente tentam ensiná-las, como viver melhor a vida. Porém, às vezes, são surpreendidas por situações de perigo iminente e assustadas lançam mão da doçura, e agarram outras ferramentas para proteger e ensinar a cria: correm, gritam, jogam-se, arrematam, castigam... Tudo em nome do amor.

Já o Pai não se cansa de usar a suavidade. Já não se assusta ou se desespera frente aos riscos aos quais nos impomos. Amoroso, nos acolhe. Respeita nossas escolhas e compreende que precisamos traçar nossos próprios caminhos.

Envolve-nos com seu amor. Envia-nos instrumentos de aprendizado e confia em nossos passos. Espera, pacientemente, nosso desenlace e permanece confiante que Sua semente de amor logo desabrochará em nós.

Sua suavidade encontra caminhos indescritíveis, nos mais rudes dentre nós. É através da amorosidade, que alcança Seus filhos, derrubando as barreiras mais ásperas, que construíram ao redor de si mesmos.

Insistentemente, nos busca e nos estimula a buscá-Lo. Logo, cada uma das doces palavras e exemplos que nos envia, é para nos fazer lembrar sua presença em nós. O que alimenta o nosso desejo de escolher ser e fazer o melhor. Quando esta escolha parte de nós, do nosso livre arbítrio, é sinal do nosso crescimento.

E completou: A cada raiar do dia, nasce em nós à possibilidade de modificar o nosso ser. De renascer mais amoroso, mais condizente com as Leis de Deus escritas e, agora, reveladas em nós através de nossas condutas mais edificantes.

Não gastem tempo, fazendo perguntas inúteis ao vosso crescer. Aproveitem o recomeço de cada dia, para construir questionamentos, que os façam encontrar caminhos, que os transformem em seres cada vez mais semelhantes ao Cristo.

Recomeçar, meus amigos, é uma oportunidade de cura. É refazer-se melhor. É corrigir antigos tropeços e traçar novos percursos mais salutares. E quando confusos, sem saber para onde ir, olhai atentos aos pequenos milagres que nos chegam todos os dias.

Singelos lembretes que se precipitam em nossas vidas, tal como gotas de orvalho, refrescando nossas memorias, pois basta buscar em nós e saberemos a direção.

Não esqueçamos que a bussola divina está presente dentro de nós, a nos guiar. Preciso se faz saber aceitar suas orientações e segui-la, confiantes que alcançaremos o caminho certo.

Despeço-me com uma linda oração repetida muitas vezes em nosso estudo do evangelho:

“Que a luz divina invada nossos corações e amplie nossa capacidade de entendimento. Para que possamos captar o mínimo detalhe que fará grande diferença a nossa capacidade de compreender as preciosas lições do Cristo”.

Abraço afetuoso,

Gregório

31.03.13

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