REENCONTRO COM O AMOR

10/09/2012 05:28

 

Nos dias atuais encontramos livros, revistas, sites..., muitas fontes de informação para explicar sobre o amor, sobre como encontrá-lo, captá-lo e vivê-lo.

Cada um, do seu modo, permeia sobre o amor como grande conhecedor, conceituando-o, fornecendo dicas, qualificando-o ou desfazendo-se dele. E dependo das experiências vividas, ora sacrificamos, ora santificamos seu papel em nossas vidas.

Quando felizes e satisfeitos, o exaltamos e acreditamos não poder viver sem ele. Porém, quando tristes e insatisfeitos, o expulsamos de nossas vidas, condenando-o a nunca mais retornar, até conhecermos um novo alguém ao qual entregamos a responsabilidade de nos fazer acreditar, novamente, que o amor existe.

No texto A Percepção do Amor, postado neste blog em 10.02.12, Gregório, através de um pequeno pedaço papel e uma rosa vermelha, sentiu-se visitado pelo amor. Estava escrito: “Não perca tempo. Acredite no amor. Uma vez acreditando, ele acontecerá”.

Está semana, Gregório nos surpreende com sua linda história de amor. Traz-nos lindos conceitos: como fonte externa de amor, presente do Pai para facilitar a caminhada, um coração atento...

Ao acreditar na existência do amor, foi alcançado por ele. Lembrou-se que também o havia vivenciado. Talvez não do mesmo modo que tanto admirou, mas de um jeito único, que tocou seu coração, marcando-o para sempre.

Como da outra vez, que sintamos encorajados a viver está fonte externa inesgotável de amor. Não acredita que ela existe? Não acredita que merece este divino presente? Por que não?

Assim como Gregório, seu cuidador e o jovem casal, somos todos filhos do mesmo Pai. Que igualmente deseja o melhor para todos os seus filhos. Fornecendo, a todos nós, fontes de amor internas e externas. Talvez alguns de nós, ainda, não tenha se permitido recebê-las.

Não percamos tempo. Acreditemos e nós entreguemos ao amor.

Muito amor!

Andréa

 

 

REENCONTRO COM O AMOR

 

Retorno, acompanhado, para complementar a fala da última semana, pois o coração emocionado consumiu as palavras e expressou-se, simplesmente, através de lágrimas.

Apresento-lhes Maria Luiza, a fonte de amor externa que o Senhor depositou em meu viver. Não só ao viver carnal, mas, agora, após nosso encontro, tenho a convicção que esta fonte inesgotável me acompanhará também em meu novo viver.

O viver real. Que a pouco conheci e ao qual tento conhecer todas suas especificidades. Uso a palavra “todas” pelo meu alto grau de curiosidade, porém, absorvo, aos poucos, que é preciso conhecer apenas o necessário, o que já é muito para meu espírito em processo de evolução.

Bom saber que, agora, contarei com a companheira de aprendizado, pois, como contei no escrito anterior, acompanhava-me na alegria das descobertas e estimulava-me a cada vez mais seguir em frente.

Parto então, fortalecido e menos temeroso, para vida plena que me aguarda. Sinto-me mais confiante e determinado, com a certeza que terei um coração atento para ajudar-me a refletir e a crescer.

Com estas palavras, não reduzo meu cabedal de anjos iluminados que me apoiam em minha jornada, ao contrário, os qualifico ainda mais. Porque sei que o amor sincero, existente em seus corações, pulsa na mesma proporção ao da esposa amada, reforçando em mima ideia de que não estou sozinho, que tenho com quem contar.

Após breve introdução, tentarei retomar a fala de onde parei.

Ao ouvir sua voz e sentir seu cheiro, arisquei-me a estender o braço e tocar seu rosto. Precisei utilizar destes sentidos para acreditar no que estava acontecendo.

Já havia ocorrido de encontrar um ou outro conhecido, mas não me atrevia a sonhar em reencontrá-la, uma vez que acreditava que ela estaria bem longe dali, em um lugar muito mais evoluído.

Nada consegui dizer, pois, como citei acima, minhas palavras foram consumidas e somente minhas lágrimas tiveram a permissão de se apresentar.

Sorriu com doçura, acolhendo meu espanto. E tomou-me em seus braços como a um filho que, assustado, recolhe-se sob as asas de sua protetora. Deixei-me estar ali, no melhor lugar do mundo, no mais seguro, no mais amoroso, no qual eu jamais gostaria de sair.

Novamente foi ela que direcionou nosso encontro. Liberou-me gentilmente de seus braços e, pela mão, conduziu-me pelo jardim, convidando-me a sentar sob os galhos de frondosa árvore.

- Lembra-se, Gregório, do nosso primeiro piquenique? Eu o desejei e você me levou. Foi em uma tarde de domingo, próximo ao riacho, sob uma árvore tão frondosa como esta.

- Quando cheguei aqui, logo que fui resgatada, o escolhi como o meu cantinho. Lugar onde ficava nos momentos livres do dia. Aqui eu meditava, refletia sobre minha nova vida e rezava pedindo ao pai que cuidasse de você.

Como poderia esquecer um dia tão especial. Era nosso aniversário de casamento, nosso segundo ano juntos.  O carinho já brotava em meu peito, porém eu não conhecia sua dimensão.

Ela vivia a me pedir uma tarde para desfrutar da natureza, mas eu nunca tinha tempo. Porém, naquela manhã, antes de irmos para a missa, deu-me um pacote bem cuidado. Dentro, encontrei um lindo pulôver, feito por ela, especialmente para mim, um presente de aniversário de casamento.

Fiquei feliz, até lembrar-me que nada havia comprado. Atrasado para a oração dominical, apressei-a, dizendo que meu presente seria dado mais tarde.

Não consegui acompanhar a leitura ou as orações. Só tinha um único pensamento: o que fazer? Ao encontrar os amigos, ao final da missa, fingi um contratempo.

Pedi perdão. Disse que a compensaria mais tarde e a deixei com amigos e familiares. Pude observar um olhar triste, porém esperançoso, de quem espera que algo de bom aconteça.

Corri as lojas, mas era domingo e estavam fechadas. Recolhi-me a doceria para uma água, a fim de me acalmar e pensar no que fazer. Observei que uma garotinha chegava animada, acompanhada de seus pais, cesta na mão, escolhia as guloseimas que queria comer. E animada falava a todos sobre seu piquenique.

Uma luz acendeu dentro de mim. Corri para a vendedora, que me ajudou a montar uma linda cesta. Como estava na moda, era possível encontrar todos os itens, até mesmo a toalha xadrez. Levou-me as economias de um mês, mas valeu ao ver o sorriso de Maria Luiza.

Ela não acreditou quando cheguei a casa, cesta na mão a convidá-la para um piquenique. Abraçou-me e cobriu-me de beijinhos como nunca havia feito antes. Passou horas a se arrumar e quando apareceu na sala, estava linda, como uma princesa a esperar pelo seu príncipe. Foi uma tarde inesquecível.

E foi neste clima que passamos nosso primeiro dia de reencontro aqui nesse lado. Difícil foi deixá-la ir uma semana mais tarde. Como pontuei acima, e foi-me confirmado por ela, encontrava-se em uma esfera superior, onde tinha trabalho a cumprir, não podendo, desta forma, permanecer ao meu lado.

Garantiu-me, porém, que sempre estaria em sintonia comigo e viria me visitar sempre que eu precisasse, pois haviam sido concedidos a nós encontros regulares e quando necessários. Aliviado, deixei-a partir.

Acalenta meu coração saber que ela estar por perto, que compreendeu meus desatinos da ignorância, perdoando-me e concedendo-me uma nova chance.

Soube, bem mais tarde, que tivemos outros encontros durante a vida e que sempre nos comprometíamos a auxiliar um ao outro, na caminhada da vida, rumo à evolução.

Confesso-lhes que, até hoje, ao falar sobre ela, as lágrimas temam em substituir as palavras que se deixam sucumbir.

Hoje, sei que a força do amor que nos une é capaz de atravessar as labaredas da vida material. E que permanece pulsante, mesmo a distancia espacial.

Ao não lembrar-me deste amor, invejei meu cuidador, sua companheira e a rosa vermelha. Cego da culpa, não pude enxergar que também possuía uma linda história de amor a contar. Não tão poética, mas tão verdadeira.

Desacreditei da existência dessa força motriz, presente do pai para facilitar a caminhada na vida. Precisei que uma jovem, em um pequeno bilhete, ditasse-me a sabedoria esquecida, de que é preciso acreditar no amor pra ele existir.

Deixo-os com a alegria de meu coração, com a emoção do meu reencontro e com a certeza que o amor romântico entre dois espíritos existe. E que não é feio, falso ou desnecessário. É real, acolhedor e propulsor de vida.

Gregório

04.09.12

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