SOU AGUA DE RIO LIXEIRO
Depois da nossa passagem pela páscoa, que continuemos levando a poesia para as nossas vidas.
Uma linda semana para todos.
SOU AGUA DE RIO LIXEIRO
SOU AGUA DE RIO LIXEIRO
QUE DESPENCA DO OUTEIRO
AO GOSTO DO DEUS DARÁ
DO TERRENO ESTREITA FAIXA
QUE NA PAISAGEM SE ENCAIXA
E NADA ME DETERÁ
CAMINHANTE ABANDONADO
QUE DA VIDA PEDE NADA
SÓ SINCERA COMPAIXÃO
NO CAMINHO DAS ESTEPES
LABORIOSO CAMINHANTE
BUSCANDO RENOVAÇÃO
NÃO LEVO REMORSO OU MAGOA
NA MINHA ALMA NÃO DESAGUA
O FEL DO ÓDIO SENTIDO
NÃO DESCANSO DESTA BUSCA:
DA SINCERIDADE AUGUSTA
E PARA A VIDA UM DESTINO
SORRISO FRANCO NO ROSTO
FORNECE-ME O ENTREPOSTO
DA MINHA LIBERTAÇÃO
PARA SUBIR A MONTANHA
COM FORÇA RARA E ESTRANHA
ATRAVESSANDO A MONÇÃO
AMADO AFAGO E LUZ DIVINA
QUE ME ACOLHE NA RAVINA
ENFEITADA DE VIOLETAS
SACIANDO A ALMA FAMINTA
COMO SE FORA PARA O CORPO
O LEITE DE FARTAS TETAS
FAÇO RANGER OS MEUS DENTES
COMO SE FORAM CORRENTES
A PRENDER OS MALES MEUS
PARA NÃO CAIR NOS ABISMOS
DAS FALAS MALEDICENTES
DESAPROVADAS POR DEUS
NÃO SOU CICLANO OU FULANO
SÓ BUSCO CALOR HUMANO
NA MINHA ARREBENTAÇÃO
FUGINDO DA GUILHOTINA
DOS QUE CAEM NO CAMINHO
POR FALTA DE ORAÇÃO
BUSCO OÁSIS PARA A ALMA
NA SOMBRA DE VERDE PALMA
BUSCO ESPELHO DE CRISTAL
PARA VER SOFRIDO ROSTO
NA RETAGUARDA O DESGOSTO
POR TER PRATICADO O MAL
POR ISSO CORRO NA CAMPINA
PARA OS BRAÇOS DA LUZ DIVINA
ESQUECENDO A ILUSÃO
FUGINDO DE TIGRE FERIDO
QUE ASSUSTA O MEU SENTIDO
OPRIMINDO O CORAÇÃO
NO PASSADO FUI ALMA TORTA
DEIXANDO MINHA ALMA MORTA
QUANDO APAGUEI O AMOR
DO PODER FUI, EXECUTANTE
DA LASCÍVIA, PRATICANTE
DERRAMANDO SANGUE E DOR
QUANTA DOR, QUANTO LAMENTO
PRODUZ O NOSSO TORMENTO
EM NOITES DESESPERADAS
PARA A SUBLIME EXPIAÇÃO
COLOCA-NOS DEUS À MÃO
ALMAS TORPES, DESERDADAS
DORES QUE AINDA RESSOAM
PELO UNIVERSO VOAM
BUSCANDO EM MIM O ATRITO
PARA FAZER-ME PAGAR
O SANGUE QUE DERRAMEI
AUTOR DE GRAVES DELITOS
TALVEZ VIVENDO A DECÊNCIA
TENHA DEUS A COMPLACÊNCIA
PARA ASSIM ME REDIMIR
DOE-ME NUVEM MACIA
PARA VIVER ALGUM DIA
E TRANQUILO POSSA DORMIR
ACA
