TEM TUDO NA MINHA TERRA
Segunda no Momentos de Luz é sinônimo de poesia, de beleza, de vida.
Momento de agradecermos esta aldeia que nos recepcionou para o aprendizado.
Um aldeia de vários tamanhos e cores.
A nossa família, a nossa cidade, a nossa Terra.
Realmente, tem tudo na nossa Terra.
Aproveitemos.
Uma linda semana para todos.
TEM TUDO NA MINHA TERRA
Na minha terra tem salgueiros
Carvalhos e pinheirais
Saudades de meu torrão
De amigos e muito mais
Na minha terra tem as águas
Descendo pela montanha
No frio é quente, no quente é fria
Quem não conhece estranha
Saltitando pelas pedras
Descendo rampas tortuosas
Pelo coração da montanha
Transformam-se virtuosas
Fazendo entre as nuvens
E o sedento uma ponte
Derrama benesses vivas
Quando rebenta na fonte
Tem gayos na minha terra
E corvos que vêm do norte
Gritando sem sutileza
Como são grandes e fortes
As andorinhas em bando
Que a primavera anuncia
Cucos cantando escondidos
Anunciando o novo dia
Tem mato bem espinhento
Tem primavera florida
Tem beleza nas montanhas
Minha terra é colorida
O verde do mato baixo
Salpicado de muitas cores
De flores belas do campo
Distribuindo seus odores
Tem rio pequeno e manso
Lar de nutritivas trutas
E frutais vivos em flor
Prenuncio de muitas frutas
Tem tudo na minha terra
Uva, pêssego e laranjais
Limão, caqui e pereira
Em se plantando da mais
No outono as ventanias
Do frio que vem do norte
Queima a pele, queima o verde
Só os valentes suportam
Queima folhas dos carvalhos
Os ventos que vem do norte
Invernando os vinhedos
Parecem coisas da morte
Em pleno mês de dezembro
Quando o frio mete medo
Neste inverno inclemente
Tem festa na minha aldeia
No inverno as fartas chuvas
Encharcam o povoado
Preparando o terreno
Para o labor do arado
Quando chega a primavera
As vidas surgem vigorosas
Tem flores na minha aldeia
Tem amoras bem gostosas
Os passarinhos cantando
Do alto das verdes ramas
Chamando os companheiros
Para fazer suas camas
No verão tem dias grandes
E um calor pouco fraterno
Deixa saudades o outono
A primavera e o inverno
Por isso, no campo verde
Fazemos camas de xesta
Mato fresco e macio
Para dormir bela sesta
Quando denigrem a imagem
Irrito-me, brigo, esperneio
Porque dou Fé e atesto
Tem tudo na minha aldeia
ACA