UMA NOITE ESPECIAL DE TRABALHO MEDIUNICO

13/11/2011 20:24

O Momento de Luz deste dia relata um trabalho em que somente o choro foi capaz de purificar e envolver todas as emoções presentes na noite. Uma mediúnica de resgate, uma mediúnica de paz, como a relatada neste texto, nos convida para o amor.

O amor que é nossa origem e que deve ser encarado como o nosso destino, onde, no meio, todas as nossas atitudes são o seu reflexo, capaz de transformar o nosso destino em algo sem fim.

Que tenhamos um dia lindo.

 

 

UMA NOITE ESPECIAL DE TRABALHO MEDIUNICO

 

O trabalho como de costume, transcorreu sem maiores dificuldades, parecia, no entanto, que as criaturas que se comunicavam, eram mais desfocados que de costume. Eram mais resistentes a compreender o que se lhe explicava, dando a impressão que estavam, no geral, mais dementados.

 

Passamos a usar mais o amor que as palavras, frutificando em parte, pois, conseguíamos que fossem acolhidos pelos trabalhadores desencarnados. Os espíritos atendidos aceitavam o local para descanso e para refazer suas forças, pois todos se sentiam sem energias para continuar.

 

Uma moça que fora trazida, meio perdida, dizia que saíra para buscar o pai, mas que havia muito tempo e não consegui saber como não o encontrava. Estava muito cansada, não queria saber de nada, só buscar o pai.

 

Perguntamos se sabia seu nome, o nome de seu pai, o lugar onde deveria encontrá-lo, a cidade onde morava, com quem morava. As suas respostas eram todas negativas, também não estava interessada em saber, só queria buscar o pai.

 

Vendo a dificuldade, o doutrinador entrou em prece, pedindo ajuda a Jesus. Pouco a pouco, ministrando passes, ela foi se recordando.

 

Era uma jovem que fora abandonada por seu pai, em determinado momento de sua vida, saíra em busca dele. Quando o encontrara, simplesmente, tinha lhe negado a paternidade, não queria qualquer relação de pai e filha, pois não a reconhecia como tal.

 

Ao voltar para seu domicilio, sua mãe também lhe negara a entrada, como se fora uma vingança, por ter saído em busca do seu pai, contra vontade dela. Desolada, sentia-se perdida, afirmando que ninguém a queria na vida, que todos lhe negaram o afeto. Estava em lamentável estado de depressão.

 

Oferecemos-lhe as dependências para seu repouso, que aceitou, por não se sentir com mais perspectivas no seu viver. Mostramos-lhe que nós a amávamos e, diferente do que ela pensava, veria que ali não lhe faltaria o aconchego familiar, que tanto desejava.

 

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No final do trabalho de comunicação com as entidades para tratamento, estávamos em vibração para a comunicação dos mentores. Comecei uma viagem mental, que não sei a que lugar me levou.

 

Entrava por umas cavernas, em subsolo de alguma construção muito antiga, que se expandiam e se multiplicavam, não saberia dizer quantas eram. O sofrimento que pressentia, era de intolerável sensação, parecia que as paredes estavam impregnadas de dor.

 

Apesar disso não conseguia ver qualquer entidade, seja sofredora ou trabalhadora de Jesus. O ambiente não era especialmente escuro, conseguia ver, sem muita dificuldade, todos os contornos das construções em ruínas, mas razoavelmente conservadas.

 

Adentrando cada vez mais nos ambientes, o sofrimento também se ampliava, a ponto de em determinado momento, sentir o cabelo da cabeça em pé, agigantando-se, parecia que tocava no teto da construção em arco, das ditas cavernas, embora a altura significativa deste local.

 

Talvez porque o medo me invadia ou porque o trabalho era esse, saí ou fui retirado instantaneamente do local, para um escampado encima ou do lado, “não sei dizer”, deste subsolo inusitado.

 

Era um descampado de relva verde, com restos aqui e ali, de ruínas muito antigas, onde não havia mais paredes e muito menos cobertura, quem passasse ao longe possivelmente não as notaria.

 

 

Narrei os fatos aos companheiros de trabalho e uma médium narrou o que percebia: 

 

Uma caravana de espíritos de luz passava pelo escampado. Iam vestidos com túnicas brancas em filas indianas. Ao passarem iam libertando espíritos sofridos que se encontravam presos nas ruínas indicadas.

 

A impressão que eu tinha era de que, as entidades presas eram como parte do concreto velho e que estavam enclausurados ali... À medida que os espíritos de luz iam passando, esses seres sofridos iam se soltando das paredes e iam sendo colocados em macas envolvidos em luz suave.

 

Foi tudo muito confuso, mas tudo muito intenso. Talvez por se aperceber das nossas limitações em compreender tamanho trabalho, a espiritualidade providenciou um relato de irmão José (trabalhador espiritual da casa):

 

Desde a terça-feira anterior a Casa estava sendo preparada para esse socorro, e o trabalho se iniciou na véspera, envolvendo todo o Centro, em todas as dependências físicas e espirituais. Tudo havia sido devidamente limpo, arejado e energizado para o grande trabalho do dia seguinte.

 

Hoje meus irmãos, envolvemos espíritos que estavam em muito sofrimento, há muito tempo. Todas as salas físicas foram usadas, todos os trabalhos realizados até o dia de hoje tiveram a sua participação neste trabalho de luz. A doutrinária, através dos ensinamentos crísticos desenvolvidos, fez o fechamento do campo mental, diminuindo as más influências e permitindo que o coração se abrisse para as emoções do resgate. A finalização foi nesta sala de mediúnica, em que o amor, princípio básico de todas as coisas divinas, foi utilizado como remédio da alma, fomento divino do ser.

 

Queridos amigos de trabalho, louvemos o amor, símbolo máximo do cristo. Pautemos cada atitude do nosso dia neste sentimento glorioso e seremos livres. Livres para sermos, livres para o trabalho do bem, livres para verdadeiramente amar.

 

Irmão José estava particularmente emocionado, quase que as palavras não me vinham à mente (dizia a médium), só a grande emoção. Mas ele sentia que era necessário passar pra nós a dimensão do trabalho que foi feito, e da importância de mantermos sempre a harmonia e sintonia com a espiritualidade amiga...

 

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Ao findar este trabalho, choro convulsivo tomou conta de mim, era irresistível, como se todos os contornos da alma, tivessem sido invadidos pelo frio, pelo abandono, pela desesperança. Enfim não se pode narrar tal sensação, só senti-la.

 

O trabalho da noite terminou em paz, com a sensação do dever cumprido, ainda que saibamos que nossa parcela de contribuição é ínfima, se comparada aos amigos iluminados a serviço do Cristo.

 

09/11/11

 

ACA

Lila

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