VIVÊNCAS MEDIÚNICAS (25)
O texto desta quinta, no nosso Blog Momentos de Luz, continua a reflexão sobre a evolução. Neste dia, trataremos da evolução interna, no burilamento do ser em cada “batalha” enfrentada em nossas vidas.
VIVÊNCAS MEDIÚNICAS (25)
Vamos encerrar este mês falando sobre a “Evolução”, tema este que permeou nossos textos anteriores, e grande lei do Universo, pois que inexorável.
Quando se pensa na “criação” ou “big-bang”, é dada a grande largada para a evolução.
O livre-arbítrio, não tão livre assim, porque sujeito à evolução, será exercido individualmente e suas consequências serão experiências tanto em âmbito pessoal quanto coletivo.
Como não há um real retrocesso evolutivo, dentre as possibilidades de escolha lúcida ou inconsciente estão embutidas diversas circunstancias.
Feita a escolha (incluindo o não agir ou expectar), é o nosso ritmo pessoal consoante ao ritmo evolutivo do nosso entorno, colocado num contexto geral de programação cósmica, que determinará se estamos fluindo na corrente evolutiva, se estamos resistentes ou resilientes.
Podemos variar na velocidade, dar uma paradinha, correr depois para compensar, contornar o obstáculo ou bater de frente com ele. O fato é que é no caminho que aprendemos quem somos realmente e quais os próximos limites a serem superados.
Trago alguns trechos inspiradores e esclarecedores do livro de Pietro Ubaldi: A GRANDE BATALHA, traduzido por Carlos T. Pastorino, ainda atualíssimo (editado em 1958), retirados dos primeiros capítulos, grifos nossos:
“Constitui fato de aceitação universal a existência de diferença no desenvolvimento dos variados tipos humanos.
Esse fato é de verificação fácil devido ao fenômeno da evolução, em cujo esenvolvimento os diversos indivíduos vêm a encontrar-se em posição mais ou menos avançada, de conformidade com o caminho que hajam percorrido.
É assim que, no plano humano, encontramos quem mais progrediu e quem está mais atrasado e achamos a sua causa.
Vai-se desse modo, do gênio, santo, super-homem, para baixo até ao delinqüente, ao selvagem, ao primitivo, próximo do símio. Natural é, pois, que cada um desses tipos apresente, na vida, comportamento correspondente ao nível evolutivo alcançado.
Eis, então, como, dada a convivência em sociedade, entre indivíduos de grau de evolução diferente, existem antagonismos de tipo biológico, uma vez que se trata de indivíduos que, em seus instintos e modo de agir e de entender a vida, podem achar-se nos antípodas.
Todavia, entre esses extremos, há infinidade de gradações menores, das quais decorrem maiores ou menores incompatibilidades a serem sofridas pela comunidade da vida social.
Disto podem originar-se diferenças geradoras de contrastes, atritos, lutas, derivantes da maior ou menor evolução dos indivíduos, eis que os imergidos ainda no passado não conseguirão estar acordes com os que, por terem mais progredido, pertencem ao futuro.
Então, no mesmo terreno da convivência social, passado e futuro da evolução encontrar-se-ão em luta, cada um querendo impor ao outro o seu método de vida.
Entre esses dois extremos a sociedade humana equilibrou-se numa posição mediana de compromisso, adaptada à média constituída pela maioria...
Para tornar mais evidente o nosso estudo, colocaremos em confronto dois tipos biológicos nitidamente individuáveis: de um lado o biótipo mais adiantado, que vive em planos de evolução mais elevados que a média, o homem guiado pelo conhecimento que lhe vem da inteligência e da espiritualidade, o homem que vive na ordem por ter alcançado a consciência da lei: e Deus. Biótipo não comum, mas que já tem aparecido muitas vezes na terra, onde não é totalmente desconhecido: o evolvido.
De outro lado colocaremos o biótipo comum, menos adiantado, o homem que, não obstante envernizado de civilização, vive ainda no plano animal, do qual vemos aflorar nele os instintos, que continuam a formar a base da sua personalidade; homem ainda submetido à lei animal da luta pela seleção do mais forte, .... individualista egocêntrico, ainda inepto ao enquadramento numa ordem coletiva: o involuído.
Com isto não pretendemos condenar; efetuamos apenas, verificações a fim de estudo.
As gradações, na pratica, são inúmeras; na maioria dos casos nunca se encontra o tipo evolvido ou involuído absoluto, mas há sempre tipos intermediários, em que predominam, em porcentagens diversas, as características de um ou do outro.
A Batalha desenvolve-se em dimensões diversas entre os dois planos de evolução sobrepostos.
É a batalha que conduz o homem a um plano biológico mais elevado, da animalidade à espiritualidade, a batalha da superação, do verdadeiro progresso.
Atrás da luta, que personificamos para maior clareza, em dois tipos biológicos, há uma luta mais profunda de princípios e de métodos.
A evolução revelar-nos-á a sua técnica ascensional, que é a escada com a qual o homem pode alcançar o céu.
Os moventes psicológicos que movimentam o involuído são os instintos. Não possui ele, ainda, o conhecimento que o oriente na ação, iluminando-o acerca das conseqüências de seus próprios atos.
Debate-se, por tentativas, num mundo de que não conhece a estrutura íntima, as razões da existência e as finalidades a alcançar. É, ainda, um menino que procura e experimenta.
Mas, se não conhece o caminho, como se pode dirigir? Deixa-se por isso, conduzir pelos instintos que representam a consciência elementar adquirida, no passado, na fase evolutiva precedente, que é a da animalidade...
Ele não toma ainda parte nas diretivas da vida, como fará depois quando estiver bastante maduro; não é, ainda, operário de Deus, colaborante orgânico no funcionamento do universo.
De outro lado encontramos o tipo biológico do evolvido.
Continua ele possuindo seus instintos, filhos de sua passada animalidade, mas ele os conhece; sabedor de suas finalidades, domina-os e os dirige.
A consciência alcançada o conduz ao uso dessa liberdade na espontânea adesão à lei de Deus, tomando-se seu operário para colaborar no funcionamento do universo.
Este será o tipo de homem que a evolução produzirá no futuro, um homem que saberá dirigir conscientemente e com conhecimento, não só a sua vida, mas que poderá tomar as diretrizes do fenômeno da evolução no seu planeta. O seu progresso ascensional leva para uma sempre maior conquista de liberdade e de comando.
Para ter o direito de mandar é preciso possuir muita inteligência e muita bondade.
A luta não se destina a selecionar o biótipo do mais prepotente, do dominador egoísta, do destruidor anti-social do bem alheio; não se trava para fortalecer-nos na animalidade, mas para, ultrapassá-la e dela sair para formas de vida superiores.
Toda fase de evolução possui leis, o seu trabalho construtivo a efetuar, os seus planos particulares a serem realizados, em função do grande plano geral da Lei de Deus e da reconstrução completa do ser.
Achando-se em fase de transição, é natural que o homem, no âmbito de sua vida, encontre os princípios de duas leis diferentes: os da animalidade e os da espiritualidade.
É exatamente o terreno humano aquele onde estes princípios se chocam, disputando o domínio do homem. Há a lei da animalidade forte de um passado que não quer morrer, e há a lei da espiritualidade representativa do porvir ao qual pertence a vida.
A evolução arrasta o homem do primeiro no segundo mundo. E é para chegar até lá que o homem vive, luta, sofre, experimenta e aprende.
A grande massa da humanidade está em caminho; os indivíduos, embora estejam uns mais adiante e outros mais atrasados, todos estão na mesma senda.
Oscilam entre os dois planos de vida e entre as duas leis que os regem. Ora lançam-se num, ora no outro; ora ouvem e escutam a voz do bem e efetuam o esforço da subida, ora abandonam-se às forças inferiores e retrocedem...”
E vamos seguindo nosso passeio cósmico-cármico, nos localizando "entre esses dois homens", vivenciando e aperfeiçoando existências, nas pequenas e grandes batalhas, despertando e consolidando a nossa essência divina.
Muita Paz para todos nós.
Francesca Freitas
26-01- 2011