VIVÊNCIAS MEDIÚNICAS (14)

27/10/2010 23:36

A vivência mediúnica desta quinta aprofunda o entendimento do trabalho em uma mediúnica.

Aproveitem...

 

VIVÊNCIAS  MEDIÚNICAS (14)

 

 

Relato, hoje, um atendimento realizado há alguns anos atrás, que muito me ensinou acerca das necessidades próprias de cada espírito e da importância da “escuta”, da percepção do que é mais relevante para aquele ser,  e não do que pensamos que é mais importante para ele.  Nesse relato também revelo quão importante é o trabalho em equipe, tanto dos desencarnados quanto dos encarnados, exemplificando o papel atento da coordenação em uma reunião mediúnica.

Estava sentada ao lado de uma trabalhadora antiga da casa, Gladys, que vibrava para sintonizar com um espírito-paciente. Na sua chegada um tanto brusca, demonstrava inquietação gesticulando muito, queria falar e não conseguia. Apontava para o pescoço, movia a cabeça lateralmente e depois “chorava”. Não conseguia se comunicar verbalmente e passou a irritar-se cada vez mais, ainda que eu orasse e lhe pedisse paciência.

Naquela ocasião, não tive a serenidade devida para perceber de pronto qual a sua necessidade, e eu pensei: como os espíritos se comunicam pelo pensamento, vou comunicar-me com ele. Esforcei-me e visualizei na tela mental um espírito esguio e alto, porém sem a cabeça, próximo a um lago. Havia outros espíritos ali, uma equipe socorrista e que ele não via, contudo pôde perceber a minha presença e apontou para a água. Nesse momento o nosso coordenador, Adriano, já estava também ao lado da médium e enquanto aplicava passes eu fui até o lago, e ele me mostrou da margem aonde deveria estar sua cabeça.

Me vi num barquinho e joguei uma rede, que, após puxada, veio com sua cabeça. Ao retornar à margem entreguei a cabeça à Adriano que a colocou no lugar e a equipe espiritual, já visualizada pelo paciente, começou seu atendimento.

Era um espírito que acreditava que só poderia comunicar-se se tivesse a sua “cabeça no lugar”, e transmitia por gestos seu sentimento e sua agonia, e não aceitava nenhuma ajuda que não fosse a de ter restituída uma parte do seu “corpo físico”. Agora, já com sua cabeça entre os ombros, falava e conversava com os enfermeiros, agradecido e já ansioso pelo tratamento médico.

Essa alma estava profundamente identificada com o corpo físico e transmitiu essa crença ao seu perispírito, modificando-o, pois ao perceber que estava “inteiro” pode se deixar acolher pela equipe de saúde da casa.

 

 

Aprendi muito com esse atendimento que partilho com vocês, pois naquele momento não adiantava eu falar para ele da vida espiritual, do conforto da fé e da esperança, pois que o que ele precisava mesmo, naquele momento, era sentir sua cabeça novamente. Naquele estado em que se encontrava, tão paradoxal que parece nem ter sentido, foi prestado o auxílio devido para o seu entendimento, dentro das suas possibilidades evolutivas. Daí posteriormente a equipe socorrista da casa lhe proveria o atendimento mais adequado e duradouro.

Essas vivências interdimensionais não deixam de ser momentos mágicos, transformadores e que nos levam a refletir sobre o auxílio. Não é só preciso ter boa-vontade e conhecimento teórico, é necessário o desapego de conceitos pré-estabelecidos, entrando conscientemente na história-fantasia do outro e sabendo quando sair.

O papel do “médium doutrinador” confunde-se com a missão de um terapeuta, buscando prover, com suas percepções e com as intuições-inspirações dos mentores do trabalho, qual o tratamento mais adequado para aquele ser,  disponibilizando-se integralmente àquela tarefa, pois que naqueles breves minutos, muito pode ser feito em prol do atendido

 

Encerro hoje com essa bela oração de Emmanuel, sobre o serviço e o servo-trabalhador.

 

ORAÇÃO POR ENTENDIMENTO

Senhor Jesus!

Auxilia-nos a compreender mais, a fim de que possamos servir melhor, já que, somente assim, as bênçãos que nos concedes podem fluir, através de nós, em nosso apoio e em favor de todos aqueles que nos compartilham a existência.
Induze-nos à prática do entendimento que nos fará observar os valores que, porventura, conquistemos, não na condição de propriedade nossa e sim por manancial de recursos que nos compete mobilizar no amparo de quantos ainda não obtiveram as vantagens que os felicitam a vida.

E ajuda-nos, oh! Divino Mestre, a converter as oportunidades de tempo e trabalho com que nos honraste em serviço aos semelhantes, especialmente na doação de nós mesmos, naquilo que sejamos ou naquilo que possamos dispor, de maneira a sermos hoje melhores do que ontem, permanecendo em ti, tanto quanto permaneces em nós, agora e sempre.

Assim seja.

 

Emmanuel
Francisco Cândido. Xavier, do livro: Paciência

 

No mais, boa reflexão e MUITA PAZ PARA TODOS NÓS.

Francesca Freitas

26/10/2010

Facebook Twitter More...