VIVÊNCIAS MEDIÚNICAS (15)

03/11/2010 21:57

A nossa jardineira Francesca aborda a importância do estudo para o nosso crescimento individual, a ponto de nos reconhecermos eternos jardineiros a cultivar as relações do nosso mundo.

Abraços a todos.

 

VIVÊNCIAS  MEDIÚNICAS (15)

  

Hoje vamos tratar do “estudo”, ferramenta importantíssima para o trabalhador espírita, considerando o espírita em sí mesmo um operário, pois que auxilia à construção de ambiencias mais equilibradas, seja ela sua morada interior, ou seja ela externa, física e relacional.

E parafraseando do belo e inspirador texto postado ontem neste blog, de autoria da Beth Icó: - Quantos de nós estamos nesse processo evolutivo conscientes de nossas possibilidades, e querendo realmente ampliar nossas limitações?”

Tenho observado que muitos “espíritas”, que frequentam já há alguns anos uma instituição espírita, muitas vezes questionam sobre assuntos que já foram objeto de estudo, debatidos anteriormente com aquela mesma pessoa, como que voltando à um mesmíssimo tema. O indivíduo repete como se não estivesse presente anteriormente, “esquecido” das observações previamente tecidas a respeito da sua questão.

Podemos tecer algumas considerações e dentre elas, a que me parece mais adequada é de que o indivíduo estava presente, mas não consciente. Quantos espíritos conhecemos que se mantêm repetitivos nas queixas e comportamentos, dando vazão à autocomiseração que vai congelando sua psicosfera?  Ao mesmo tempo que tem perguntas e queixas reincidentes, não se abrem para uma escuta atenta, consciente, na intenção de realmente aprender.

Já estamos em plena transformação planetária e mais atentos ao conhecimento da espiritualidade. 

Os chamados são muitos e todos nós “estudantes” podemos escutar ou não aos apelos dos Mestres.

A responsabilidade é individual. E é o nosso esforço pessoal que importa para o crescimento intelectual, moral e ético, pois estudo nos liberta, revigora e aparelha.

Já podemos nos considerar mestres-aprendizes, pois há sempre alguém com quem possamos compartilhar-ensinar, e há sempre alguém para nos orientar-ensinar. O papel do professor e do aluno é móvel, basta estarmos atentos e conscientes.

 

 

Segue um texto do educador Roberto Crema que fala sobre a educação e do papel do jardineiro-educador, que ainda assim também é um aprendiz.

Educação integral

O jardineiro é, talvez, a metáfora mais plena do que é um verdadeiro educador.

O que faz um jardineiro? Prepara um solo fértil, banhado pela luz solar, rega-o com a água justa propiciando os nutrientes minerais apropriados e uma poda adequada a cada planta.

Se o terreno é bem cuidado, a planta tem um tropismo para se desenvolve por si mesma, na direção do que realmente é.

Nenhum jardineiro é tão tolo a ponto de querer ensinar uma rosa a ser uma rosa ou um jasmim a ser um jasmim. Ou, pior ainda, comparar uma rosa com um jasmim, exigindo de todas as flores o mesmo resultado, através de um mesmo currículo!…

Eis, também, a tarefa do autêntico educador: cultivar um solo propício para que o aprendiz desvele a sua palavra e revele a sua singularidade.

Trata-se de apoiar e, também, de frustrar, pois os limites têm que ser aplicados, centrados no aprendiz. E jamais utilizar a técnica perversa da comparação, através de uma ética do respeito à diferença, ao semblante único de cada aprendiz.

Por que um ser humano não floresceria se tivesse esse cuidado?

Vale ainda afirmar que o bom jardineiro é menos o conhecedor da botânica e mais o amante da planta.

Aí, estamos diante da grande pedagogia do amor, que é a primeira e a derradeira lição na escola da existência.

Como já afirmamos, a proposta de uma educação integral, transdisciplinar, centra-se em quatro alvos fundamentais: por um lado, aprender a conhecer e a fazer. Por outro, aprender a conviver e a Ser. Os dois primeiros, embora de forma muito fragmentada, são considerados na educação convencional.

Estas tarefas precisam ser aperfeiçoadas, para que o conhecimento seja mais unificado e a ação mais integrada e com sentido.

Não há desenvolvimento consistente sem autodesenvolvimento.

O tema da evolução é imperativo na questão humana. Pois não nascemos humanos; nós nos tornamos humanos, através de um investimento sistemático em nós mesmos, não apenas no plano material; sobretudo na esfera da subjetividade, da alma e da consciência.

Já afirmava um grande mestre da Excelência Humana, há dois milênios: De que vale você ganhar o mundo inteiro se você perdeu a sua alma; se você não sabe quem você é, de onde você vem, para onde você vai?…

 

Termino hoje sugerindo que nos questionemos: como estou cuidando do meu jardim, estou retirando as  plantas-pensamento daninhas, podando as árvores-emoções para renová-las, revirando e adubando a terra-crença com conhecimento, permitindo a entrada de mais plantas ou consultores jardineiros de modo consciente, e respeitando essa criação divina que está sob minha responsabilidade?

 

Muita PAZ para todos nós!

Francesca Freitas

03/10/2010

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