VIVÊNCIAS MEDIÚNICAS (20)

16/12/2010 11:07

 

A vivência mediúnica desta quinta nos pede um momento de silêncio interior em que estejamos atento às nossas raivas. Busquemos aprender com este sentimento, no dia a dia.

Um bom dia a todos.

 

VIVÊNCIAS  MEDIÚNICAS (20)

 

Na semana passada relatamos, num encontro de almas, um processo de reconciliação familiar. Percebemos no relato que “a raiva”, descrita pelo filho, já tinha se transformado em mágoa. Ele retornava ao local de onde foi deserdado para cultivar o “ressentimento”, literalmente.

O cuidado e o respeito, a ser desenvolvido nas relações interpessoais,  começa no lar, no agrupamento familiar, nossa primeira célula social e escola de convivência, portanto, palco de emoções fortes que marcam o nosso ser.

Quantos de nós têm dificuldade em admitir que têm raiva, de olhar para ela e tentar compreendê-la, facilitando um processo de diluição posterior?

Esse processo é mais complicado quando se trata de conflitos em membros de família consanguínea, que, com frequência, reúne desafetos na programação reencarnatória.

Reproduzo aqui algumas considerações tecidas pela mestra Joanna de Ângelis (do livro AUTODESCOBRIMENTO - Uma Busca Interior, por Divaldo Franco)  acerca de “conteúdos perturbadores”, titulando um dos capítulos (grifos nossos):

 

Ninguém deve envergonhar-se ou conflitar-se por ser vítima da raiva, fenômeno perfeitamente normal no trânsito humano. O que se deve evitar são o escamoteamento dela, pela dissimulação, mantendo-a intacta; o desdobramento dos seus prejuízos pelo remoer do fator que a gerou; a auto-compaixão por sentir-se injustiçado; o desejo de revide mediante a agressividade ou acompanhando o deperecer, o sofrimento do antagonista.

 

A sensação da raiva atual tem as suas raízes em conflitos não digeridos, que foram soterrados no subconsciente desde a infância e ressurgem sempre que alguma vibração equivalente atinge o fulcro das lembranças arquivadas. Quanto tal ocorre ressumam, inconscientemente, todos os incidentes desagradáveis que estavam cobertos com uma leve camada do esquecimento, no entanto, vivos.

 

A raiva instala-se com facilidade nas pessoas que perderam a auto-estima e se comprazem no cuidado pela imagem que projetam e não pelo valor de sí mesmas. Nesses casos, a insegurança interior faculta a irrascibilidade e vitaliza a dependência do apoio alheio. Instável, porque em conflito, não racionaliza as ocorrências desagradáveis, preferindo reagir -  lançamento de uma cortina de fumaça para ocultar sua deficiência -  a agir afirmando a sua autenticidade.

Toda vez que a raiva é submetida a pressão e não digerida, produz danos no organismo físico e mocional.

 

Muitas raivas que são ingeridas a contragosto e não eliminadas desde a infância, em razão de métodos castradores da educação, ou agressividade pelo grupo social, ou necessidades sócio-econômicas, podem desencadear tumores malignos e outros de graves efeitos no organismo, alterando a conduta por completo.

 

Diante da raiva, é necessária a aplicação do antídoto equivalente para dela liberar-se. Muitas técnicas do rolfismo, da psicologia, merecem ser utilizadas, de forma que não se tranforme em ressentimento, por ficar arquivada, intacta à espera do desforço.

A meditação deve ser buscada tambem, para auxilio na análise das origens do acontecimento, constantando se teria sido reposnsável pela sua vigência e, ao confirmá-lo, evitar a autopiedade, contrapondo a lógica e o direito de errar, mas não a permissão de ficar no engodo.

Chorar, considerar a ocorrência injusta, descarregar a emoção do fracasso, gastar energia em uma corrida ou num trabalho físico estafante, projetar a imagem do ofensor, quando for o caso, em um espelho, elucidando a raiva até diluí-la, são admiráveis recursos, dentre outros, para anular os seus efeitos danosos.

 

Quando ofendido o indivídiuo deve expressar seus sentimentos ao agressor, aos amigos, sem queixa, sem mágoa, demonstrando ser normal e necessitado de respeito, de consideração, como todas as demais pessoas.

Nunca de permitir a falsa postura de humildade, fingindo santificação antes de ter alcançado a plena humanização.

Não adiantam o perdão externo e a aparência, mas sua eliminação, assim como dos seus efeitos.

 

Quando Jesus propôs o perdão das ofensas, Ele referiu-se ao esquecimento delas, isto é, à sua diluição na água lustral do amor.

Partindo-se do princípio pelo qual se considere o ofensor alguém que esta de mal consigo mesmo ou enfermo sem dar-se conta, o conteúdo da raiva diminui e até desaparece, graças à racionalização da ofensa.

 

Assim, ter raiva é sintoma de ser sensível, e bem canalizá-la, até a sua diluição, é característica de ser humano, lúcido e saudável.”

 

 

Essa magnífica e mobilizadora análise da raiva, suas consequências e “tratamento” feita pela nossa querida mestra Joanna de Ângelis,  é de suma importância no desenvolvimento do ser. Como exemplificado no caso relatado, e em outros neste blog, essa emoção transpõe barreiras físicas e se mantem vívida no mundo espiritual à espera de uma resolução, que pode levar a reencarnações posteriores para sua completa diluição.

 

Desejo a todos uma semana de reflexões construtivas e com muita paz no coração.

 

 Francesca Freitas

16/12/2010

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