VIVÊNCIAS MEDIÚNICAS (38)

28/04/2011 08:09

Retomando nossos relatos, a Vivência Mediúnica desta quinta conta a história de um espírito jovem, do adolescente “esquecido”.

A desilusão e o posterior amor desenvolvido na história nos convocam para que tenhamos um olhar de compaixão com esses muitos jovens e crianças supostamente abandonados pelas ruas e esquinas, muitos adormecidos ou bestializados pelas drogas, mas todos, sem exceção, dignos da Misericórdia Divina, e pelo menos do nosso respeito.

Levando o momento relatado para o nosso coração, respeitemos a história de hoje qualificando a nossa forma de pensar em relação a qualquer ser humano.

Um excelente dia para todos.

 

 

VIVÊNCIAS MEDIÚNICAS (38)

 

 

 

Após vibrarmos numa determinada ficha, a médium levou a mão à cabeça dizendo: “tá doendo, não entendo!”, movia então a cabeça para os lados com leves sacudidelas.

Procurando perscrutar o que ocorria com aquele irmão, visualizei um jovem, com cerca de 15, 16 anos, com um grave ferimento na cabeça, confuso e assustado, com muita dificuldade de compreensão.

Sua compleição física não correspondia à sua idade cronológica, pois era relativamente alto, mas se expressava de forma quase infantil, com poucas palavras, frases curtas e por vezes sem muito nexo, evidenciando um importante atraso cognitivo.

Em seguida disse: “tenho que me esconder moça, porque quando eles chegam batem na gente, e eu tenho que correr senão me pegam, e ainda dizem que sou maluco”.

Enquanto a equipe espiritual da casa aplicava-lhe passes, pude visualizar como num exame de bio-imagem o seu cérebro. Percebi várias cores, com áreas de pouca transparência e mais escuras, como que bloqueadas. Percebi que ele não sabia ler e tinha sérios limites de aprendizado.

Fui recebendo intuitivamente instruções que me permitiram entabular um diálogo, quando foi estabelecido um laço de confiança, quase perdido ao dizer-lhe que onde estávamos não seria importunado porque tínhamos “seguranças”. Daí ele disse: “tenho então que fugir e avisar aos outros, porque se aqui tem polícia, vão nos pegar e bater em nós”.

Ao longo da conversa pude dissuadi-lo da ideia, explicando sobre a nossa Casa de Caridade e que os seguranças nos protegiam.

Enquanto aplicava passes e pedia para que ele deixasse fazer um curativo na sua cabeça, ele percebeu a extensão do dano: ”está feio o buraco aí, tô sentindo que podia ter morrido”.

Aos poucos foi se expressando melhor: “não posso ficar aqui, tem que acabar logo com isso porque tenho que chamar meus amigos, sou maior e protejo eles nas ruas, ficamos escondidos e só saímos para catar comida ou pedir quando não tem ninguém, mas defendo eles porque sou maior e bato em quem quiser levar eles, ou judiar deles”. 

Sentindo sua preocupação com os pequenos companheiros, a espiritualidade foi trazendo para perto dele várias crianças de idades diversas, de 4 a 6 anos. De repente, estava rodeado dos amigos, alguns pequenos curiosos, como filhotes carentes, iam se achegando e aconchegando nos braços das operárias maravilhosas desta casa de luz.

Depois de se sentir abrigado, contudo ainda meio desconfiado, contou que um dia voltou para a casa da avó que o criava e que ela não estava mais lá. Ela o protegia dos outros que chamavam ele de burro e de maluco, mas que ele era forte e valente e revidava quando podia.

Contou que ficou perambulando por algum tempo e daí encontrou as crianças que o entendiam e tratavam-no com respeito, porque ele era maior que todos eles e os defendia.

Havia certa mágoa pelo que achava ser um abandono e não compreendia.

Vibrações amorosas foram o envolvendo, ao tempo em que visualizai a velhinha simpática aproximar-se, com cuidado, porque ele não tinha a percepção do seu estado, nem do dela de desencarnada.

Carinhosamente foi conversando dizendo que ficou muito doente e incapaz de comunicar-se com ele, pois estava num hospital, mas que o amava muito e desejava encontrá-lo.

Após vê-los abraçados e comovidos com o reencontro, senti que estavam já encaminhados e que as crianças foram para um lar-abrigo espiritual.

Encerrei o atendimento comovida e agradecida.

Continuarei na próxima semana com alguns temas relacionados à este atendimento.

 

Encerro hoje homenageando à Sathya Sai Baba ao reproduzir um pequeno  trecho de seus ensinamentos, da sua vida dedicada a uma forma diferente de educação, promovendo e mantendo inúmeras obras sociais e acadêmicas no seu país e mundo afora, ao estimular uma cultura de paz e de fraternidade: 

 

A educação é uma grande força construtiva para a humanidade, no entanto, os reformadores e os reconstrutores se têm ocupado ineficazmente do processo educativo, o qual foi reduzido agora a uma simples caricatura. A efetividade do sistema educativo e os benefícios que concede ao homem têm sido ignorados e rechaçados; educar hoje em dia é a arte de colecionar informação a cerca do mundo objetivo.

 

Um sistema de educação que não ajude a distinguir entre o bem e o mal, que não infunda virtudes e amor a Deus, que não treine o ser humano nos códigos de humildade e reverência, que não amplie horizontes de admiração, que não incentive a servir respeitosamente aos pais, nem inspire a dedicação das capacidades e sucessos para o progresso de sua família, cidade, comunidade, e país, deve ser evitado.

A sensibilidade humana deveria ser tão elevada que ninguém pudesse tolerar a dor e a miséria do outro.

A educação é o espelho que reflete a divindade imanente no homem, evidente em cada expressão de seu caráter.

A pessoa educada percebe a relação que existe entre aquilo que parece diferente, mas que na verdade não é. O verdadeiro sinal de que uma pessoa é educada, está na sua atitude de igualdade com o outro. Ela vê na sociedade, a manifestação do divino.

 

A educação não somente deve servir para desenvolver a inteligência e as habilidades de uma pessoa, mas sim para ampliar a visão e torná-la verdadeiramente útil a sociedade e ao mundo.

Isto só será possível, quando o cultivo do espírito se promova paralelamente a educação em ciências físicas.

A verdadeira educação deve tornar uma pessoa compassiva e humana, não egocêntrica e de critérios estreitos.

A simpatia espontânea e o interesse por todos os seres, devem fluir do coração de quem foi educado adequadamente.”

 

Com MUITA PAZ ,

Francesca Freitas

27-04-2010

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