VIVÊNCIAS MEDIÚNICAS (39)
A vivência mediúnica desta quinta retoma a atenção para o menino de rua da semana passada. Em um estudo mais aprofundado das suas demandas e necessidades, percebemos a participação da providência divina, através de construções e encaminhamentos inconscientes, na elaboração de um plano de aperfeiçoamento moral.
Um ótimo relato para nos levar à reflexão do que motiva as nossas atitudes.
Um lindo dia a todos.
VIVÊNCIAS MEDIÚNICAS (39)
Faremos hoje uma análise de alguns aspectos da história do jovem “menino de rua”, descrita sucintamente na semana anterior.
Vários questionamentos surgiram nessa vivência, possibilitando reflexões que compartilharei com vocês.
Inicialmente me perguntava por que esse espírito passou por tantas adversidades, não teria nenhum parente que cuidasse dele?
Por que tinha sequelas neuro-comportamentais?
Conhecia apenas um fragmento da sua vida espiritual, uma parte desta sua última encarnação, portanto possivelmente haveria causas pretéritas para tais efeitos. Meio que perdida em divagações, recebi um alerta e “corretivo” dos mestres amigos: - você está perguntando para que ?
Parei para meditar mais profundamente, pois o seu caso particular se assemelha a diversos outros, de muitos encarnados, que passam por semelhantes privações. Daí, as respostas foram chegando intuitivamente.
Nessa última encarnação, com toques expiatórios, o menino foi concebido de modo irresponsável, resultado do sexo-instinto casual. Não foi resultado de uma relação amorosa em que a parceria do casal almeja acolher outras almas.
Sua presença dificultou a pseudoliberdade materna, situação esta frequente, da maternidade prematura e no seu caso agravada pela condição socioeconômica precária.
Aceito carinhosamente pela avó materna, o que nem sempre é frequente, seu desenvolvimento lento, fala arrastada e comportamento agitado reforçaram na mãe o estorvo de um filho deficiente, lembrança viva da gravidez indesejada.
Muitas crianças e jovens, com vários graus de deficiência de aprendizado e, como no seu caso, com lesões cerebrais pouco severas, estão em bancos escolares ou perambulando pelas vizinhanças de bairros periféricos ou cidades interioranas, onde os sistemas de saúde e diagnóstico são precários. Infelizmente estava incluso num grupo mal definido, que vai dos chamados analfabetos funcionais até os que se evadem desse sistema educacional desviado.
Para disfarçar suas limitações, esses seres utilizam-se de comportamentos inadequados, chamando a atenção para si mesmos, com brincadeiras fora de hora ou utilizando-se da força física, usando portanto, dos meios que dispõe para sobreviver e sobressaírem-se, como é natural nesta faixa etária, conhecida pela impiedade nas críticas aos menos favorecidos, seja fisicamente, seja intelectualmente, sem falar do “socialmente”!
Só a família próxima ou pessoas muito abnegadas convivem e se dispõe a prover e educar um ser inquieto e de pouco raciocínio, com a memória “falha”.
Se os efeitos estão delineados, busquemos as causas, pois que ao gerar mais boas ações obteremos melhores efeitos, e a misericórdia divina aí está para nos proporcionar o abrigo e a oportunidade de transformação.
Este espírito foi uma pessoa relativamente poderosa em encarnação pregressa, que se utilizou do brilho da inteligência, do poder, da beleza e da excelente condição social para seduzir pessoas.
Egoísta e irresponsável afetivamente, feriu e enganou várias jovens na sua época. Observo que temos ainda inúmeros encarnados nesta condição.
Nesta encarnação a providência divina lhe reduziu o raciocínio, para não aumentar seus débitos cármicos, contudo lembranças pretéritas insculpidas no seu âmago, por vezes vinham à tona na sua consciência, e sentia-se limitado e inadequado, levando-o a alterações de humor, comportamento inquieto ou agressivo.
E foi justamente ao sentir-se desamparado pela família que tinha, a avó, que vivenciou o ápice da sua “prova” encarnatória.
Poderia ter-se tornado um cruel serviçal de alguma organização do mal, tanto de encarnados quanto de desencarnados, mas, seu comportamento foi o de proteger aos menos favorecidos que ele mesmo, reproduzindo como podia, o acolhimento e amorosidade dispensados a ele pela vozinha, sua “professora” na vida.
Ao escolher amparar, ao seu modo propiciar o melhor de si aos pequenos, resignificou sua existência, e cumpriu a finalidade educativa da encarnação.
Como sempre, o AMOR, é a lição a ser aprendida.
Com MUITA PAZ ,
Francesca Freitas
04-05-2010