VIVÊNCIAS MEDIÚNICAS (43)

02/06/2011 09:24

A vivência mediúnica desta semana faz o convite para sermos exímios jardineiros da nossa existência. Para tanto, o texto faz um estudo de toda a simbologia que permeia o conceito da árvore da vida em diversas religiões.

Permitamos que a fotossíntese do conhecimento opere uma transformação constante em nosso modo de caminhar pela vida.

Um dia de muita luz para todos.

 

 

 

 

VIVÊNCIAS MEDIÚNICAS (43)

 

 

A simbologia da “árvore da vida” permeia o nosso inconsciente há muitos milênios, por isso, hoje, “passeio” em culturas diversas, procurando os significados, as semelhanças e diferenças neste símbolo. Lembremos que nosso país tem seu nome em homenagem a bela e frondosa árvore de madeira ímpar: pau brasil.

Praticamente todas as religiões utilizam elementos da natureza como metáforas, presentes em textos como parábolas e estórias nas chamadas “Escrituras Sagradas”.  Muitos profetas e místicos inserem nos seus relatos a árvore como símbolo de uma mensagem espiritual, por isso é frequentemente representada como fonte de conhecimento e de vida.

Falamos das árvores com referências diversas no nosso cotidiano, como exemplo de ancestralidade temos a árvore genealógica, e anatomicamente temos o nosso “tronco” e o cerebelo com sua morfologia arbórea e suas “folhas”.

Também nos utilizamos de comparações entre o chamado reino vegetal, nosso humor e aparência física, quando dizemos: “fulano está com aparência viçosa, não está mais murcho”, cicrana está bela como uma flor, e daí para inúmeras outras, que deixo pra voces leitores encontarem e se encantarem, pois é o “encanto” desse símbolo que nos leva à dimensões mais sutís. 

Na mitologia nórdica os primeiros seres humanos foram esculpidos da madeira de árvores: Ask (carvalho) e Embla (olmo), e trazidos à vida pelos deuses Odin, Honir/Vili e Lodur/Ve.

Nos textos védicos hindús a “árvore da vida” tem raízes no submundo, seu tronco liga a terra aos céus, e dele emergem ramos que crescem no/ou para a direção de Brahman (Deus), portanto simboliza o nascimento, maturidade, morte e renascimento.

No Budismo, está presente como a “árvore do verdadeiro conhecimento", pois que Buda recebeu a inspiração iluminativa quando sentado à sombra de uma árvore. A renovação anual da folhagem dessa árvore esta relacionada a necessidade de renascimento espiritual.

No ocidente judaico-cristão observamos no livro do Gênesis a “árvore da vida” no centro do jardim do Édem, seguida da apresentação da “árvore do conhecimento do bem e do mal” no episódio de Adão e Eva.

Os místicos do judaísmo e da cabala utilizam-se da “árvore de Sefirot” como modelo representativo do macro e microcosmo, e também como representação do espírito humano em suas inter-relações. Esta estrutura é composta por 10 “sefirá”, os dez números primordiais, e pode significar contar, ou, dar limite ou fronteira. Acreditam na existência de 10 dimensões de realidade, e as “Sefirot” funcionam como canais através dos quais a “Luz Infinita” chega até nós, animando o nosso universo inteiro.

No Alcorão, há um trecho que descreve a travessia de Maomé pelos os sete céus, e passa pelo Sadrat al-Muntaha, uma árvore de lótus que simboliza o fim do conhecimento mundano (Alcorão 53:14).

Na tradição maia, a “árvore verde da abundância” crescia na península do Yucatan e abrigaria àqueles que seguissem corretamente os preceitos religiosos ao atingirem o paraíso. Na mitologia da criação, haviam três períodos, sendo o primeiro da criação da terra e dos animais, e o homem criado de lama se desfaz. Daí outros deuses criam o homem a partir da madeira, mas este perece para finalmente ser criado completo a partir do milho por uma quantidade maior de deuses.

Os persas possuíam a tradição da “árvore da vida”, a haoma, cuja resina conferia a imortalidade, além de ser utilizada metaforicamente, como neste antigo provérbio: " A paciência é uma árvore de raiz amarga, mas de frutos muito doces."

Nas escrituras Baha'is, o Bahá'u'lláh refere-se à si mesmo como Sadrat al-Muntaha ou “a árvore para lá da qual não existe passagem”, como símbolo de orientação divina e limite de uma caminhada espiritual, e seus filhos são como "ramos" e suas filhas como "folhas".

 

No Novo Testamento, são inúmeras as referencias do Mestre Jesus às árvores: tais como "Eu sou a vinha e vós os ramos", e “pela árvore se conhece os frutos”.

 

Neste passeio pela simbologia da árvore, convido a todos para uma reflexão sobre a natureza em todos os seus aspectos, com “raízes” fincadas numa fé racional e amorosa, tolerante, aberta à diversidade e renovação.

Somos responsáveis pelo cuidado com o jardim interior, com a nossa “árvore” e também com as demais árvores do planeta.

Encerro hoje, fascinada pela observação da vida, e agradeço ao reino vegetal por nos proporcionar o alimento, ainda indispensável à sobrevivência.

 

MUITA PAZ para todos nós.

Francesca Freitas

01/06/2011

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