VIVÊNCIAS MEDIÚNICAS (45)

15/06/2011 12:00

A vivência mediúnica desta semana continua nossa excursão pelo “medo”. Nesta viagem, observaremos algumas da causas dessa emoção básica, cuja presença é necessária para sobrevivência.

O modo como lidamos com os nossos medos e o espaço que damos a esta emoção, podem definir muitos comportamentos, além de interferir diretamente no nosso equilíbrio e bem estar.

Assim, não tenhamos medo de nos conhecermos, de conhecermos nossos medos, e partamos neste viagem do auto-conhecimento.

 

 

 

 

VIVÊNCIAS MEDIÚNICAS (45)

 

 

Em Nosso Lar, no Capítulo 43, os trabalhadores que se preparam para acolher muitos desencarnados na instituição e na crosta, pois estavam em plena segunda guerra mundial, são preparados para enfrentar situações onde o “medo” está presente: 

O governador retirara-se da reunião, mas os servidores do Ministério da Regeneração continuavam discutindo os últimos acontecimentos. Centenas ofereciam-se para os trabalhos de defesa. André Luiz procurou Tobias para saber se deveria oferecer-se também..... Aconselhou-o a matricular-se na escola contra o medo. “

 

Trancrevo trechos de uma entrevista publicada na Folha Espírita, com a Dra. Maria Julia Peres, psiquiatra e o Dr. Jaider Rodrigues de Paulo (da AME-MG), enriquecedora:

“ O medo é uma emoção presente em quase todos os seres da natureza, representada por um conjunto de sentimentos que se manifestam com grande inquietação e angústia diante de um perigo real ou imaginário de um fato desencadeante de ameaça, pavor, susto, perdas e dor profunda (física ou mental), entre outros.

Ele é expressado nos seres humanos por reações corporais como o susto, olhar espantado, boca seca, taquicardia e sudorese, entre outros, traduzindo o incômodo físico e mental que provoca.

Sua presença excessiva é um dos grandes fatores de angústia para o ser.

O medo, em si, não constitui uma patologia e sim, um comportamento de cautela para maior segurança do indivíduo.

De acordo com Jaider, o medo se origina de quatro vertentes.

A primeira seria criada pelo instinto de conservação, evitando que o indivíduo se exponha a perigos desnecessários.

Se a pessoa sentisse dor e não tivesse a presença do medo, provavelmente não aprenderia a evitar novos fatos semelhantes, que a levariam a senti-la, ou seja, não fixaria o aprendizado. Dentro deste pensamento, temos, também, o medo do desconhecido, como da imensidão do mar e do cosmo, ou quando viajamos para algum local sem referências.

A segunda vertente, seria fruto do complexo de culpa, originado de atos que julgamos delituosos, em vidas passadas ou nesta própria. É quando o culpado instala em sua intimidade o tribunal da consciência, o pior de todos, criando o seu inferno particular, despertando este sicário de todos nós, o medo.

A terceira vertente seria fruto dos sofrimentos atrozes que experimentamos nas zonas inferiores da erraticidade, quando brinquedos de inteligências perversas.

A mente destas pessoas é povoada de imagens apavorantes que, mesmo depois de serem resgatadas pelas mãos dos obreiros do senhor, continuam como cruéis prolongamentos daqueles momentos infelizes que a reencarnação não consegue abafar. Deparando-se com situações que guardam ressonância com este passado, podem despertá-lo, criando campo mental propício para a emersão no presente, daquelas situações pretéritas traumatizantes. São pessoas que aportam a uma nova reencarnação trazendo, em sua estrutura psíquica atual, o temor constante, o qual, muitas vezes, dirige seus atos.

Mas o medo pode ser consequência de educação equivocada, quando os familiares, no intuito de controlar as suas crianças, criam em suas mentes figuras de monstros, como de assombração, bicho-papão e demônios, sem saberem que estão formando clichês mentais torturantes, que podem perturbá-las.

O indivíduo, quando vive sob o guante do medo, é uma pessoa basicamente insegura, assustada e raivosa. Estes sentimentos podem torná-la agressiva, retraída, aparentemente pouco responsável e, às vezes, paradoxalmente temerária.”

 

Mas, não devemos ter medo do próprio medo, e sim trabalhá-lo, pois faz parte da nossa psique, assim também como o afeto, a raiva, a curiosidade e etc....

 

E para encerrar, acrescento mais uma possível causa de medo a ser enfrentada, que é o medo de não deixarmos nossa “luz brilhar”, por medo do julgamento alheio.

Somos feitos de AMOR e LUZ, e para que não nos esqueçamos desta realidade, segue esse belíssimo e profundo texto-poema de Nelson Mandela, que aconselho a todos lerem e relerem regularmente, como um eficaz remédio para nossa memória integral.

 

"Nosso medo mais profundo, não é de que sejamos inadequados.

Nosso medo mais profundo, é que sejamos poderosos demais.

É a nossa luz, não nossa escuridão que mais nos assusta.

Nós nos perguntamos: - Quem sou eu para ser brilhante, alegre, talentoso e fabuloso?

Na verdade, quem é você para não ser?

Você é um filho de Deus.

Fazer menos do que você pode não serve para o mundo.

Não há nada de luminoso no fato de você se encolher para que outras pessoas não se sintam inseguras com você.

Nós nascemos para manifestar a glória de Deus que está dentro de nós.

Ela está não só em alguns de nós, está em todos nós.

E a medida que deixamos nossa própria luz brilhar, nós inconscientemente damos permissão aos outros para fazerem o mesmo.

À medida que nós nos libertamos do nosso medo, nossa presença automaticamente liberta outros.

 

Muita PAZ para todos nós.

Francesca Freitas

14-06-2011

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