VIVÊNCIAS MEDIÚNICAS (53)
Morrer e desencarnar, segundo Divaldo Franco, não são a mesma coisa.
A vivência mediúnica desta semana relata a dificuldade que foi para o nosso atendido se desapegar da matéria e da sua rotina. Ou seja, há um relato do seu desencarne, que começou a se dar, apenas, muito tempo depois da sua morte.
Esperamos que todos gostem e que tenham um dia lindo.
VIVÊNCIAS MEDIÚNICAS (53)
Continuamos com a história do operário padrão e “work-alcoolic”, termo este desconhecido para ele.
Poucas semanas depois, Sr. Antônio retornou ao atendimento, dizendo:
“Já estive aqui antes, porque não me deixaram lá?, o que querem comigo?
Só sei fazer isto e só gosto das máquinas, não adianta conversar, não!”
Perguntei sobre sua saúde, e respondeu:
-“Ando meio atrapalhado e esquecido, não durmo direito, mas melhorei das dores no corpo, e de vez em quando sinto umas pontadas no peito”.
Vibrando e orando, ao tempo em que Sr. Antônio recebia passes magnéticos da equipe espiritual da Casa, visualizei na tela mental a imagem do mesmo andando por uma fabrica deserta à noite, percorrendo grandes corredores, ouvindo o ruído de algumas máquinas que ainda permaneciam ligadas, e passando, não totalmente desapercebido, por poucos trabalhadores do turno da noite, que sentiam algo estranho em determinada ala da fabrica, olhavam para trás e nada viam.
Assim que se aquietou, fui intuída a lhe perguntar sobre o seu lar e solicitei ao mesmo uma visita, a qual aquiesceu.
Chegamos a uma casa relativamente humilde e muito limpa, que destoava, por isso mesmo, das habitações vizinhas num grande conjunto habitacional, e ao adentrarmos na porta ele disse:
- “Não me sinto bem, tem um cheiro diferente na minha casa, quem está aí?”
Sua voz estava embargada como se pressentisse que havia uma importante descoberta à fazer, mas que muito temia. Relutante, ficou parado na sala e pedi para que me mostrasse seu quarto. Nesse momento, Sr. Antônio contemplou a sua passagem para o mundo espiritual, que resumo a seguir.
Visualizou um corpo que reconheceu como ele mesmo, com uma expressão de espanto e dor física, como se surpreso com uma desencarne tão rápido.
Desolado, pensava como iria agora trabalhar, já que estava morto.
E num relance quase tragicômico, desabafou:
- “Estou morto mesmo, mas não estou acabado....!
Sei que estou falando com você, o que é isso? Não entendo.
O que vou fazer agora, o que vai ser da minha vida?
Não, minha vida se foi, então o que vou fazer na minha morte?
Meu Deus, como vou trabalhar?”
Ao tempo em que questionava sua nova situação, fez um apelo à Misericórdia Divina, pois foi a primeira vez, nos nossos breves encontros, que se dirigiu ao Alto. Em seguida, já evidenciando alguma resignação, visualizou um antigo colega de trabalho e parentes já desencarnados, e terminou convencido pelos mesmos que continuaria trabalhando.
Despedimo-nos, e percebi que seguiu conversando e ouvindo esclarecimentos, dentre os quais, que havia máquinas diferentes e muitas tarefas em outras esferas.
Posteriormente comentaremos sobre esses mecanismos de dedicação exagerada às tarefas materiais, ao estar ocupado por todo o tempo disponível "fazendo coisas", e no seu caso peculiar não para ter ou juntar bens materiais.
Deixo para refletirmos as questões: para que trabalhamos e a quem realmente queremos servir?
Muita PAZ para todos nós.
Francesca Freitas
18/08/2011