VIVÊNCIAS MEDIÚNICAS (57)
A vivência mediúnica desta semana utiliza das vidas de Joanna de Angelis para nos incentivar ao trabalho no bem. As vidas deste nobre espírito é uma lição em cada respirar, em cada fala, em cada experiência.
Portanto, nos deixemos banhar por tais ensinamentos e nos sintamos convidados pela caridade divina.
Que a paz sempre esteja presente em nossos corações.
VIVÊNCIAS MEDIÚNICAS (57)
Dedico hoje a nossa atenção e carinho à Mestra Joanna de Angelis, cujo trabalho ao longo dos séculos, é exemplo de determinação pessoal e fraternidade em ação.
Na sua trajetória reencarnatória observamos Joanna em circunstancias diferentes, porém, em todas, há um profundo compromisso ético com a espiritualidade.
Como Joanna de Cusa, era casada com um alto funcionário de Herodes, intolerante à doutrina do Mestre Jesus e sofre com sua incompreensão. Após a viuvez, vai trabalhar para o sustento da família, pois que tinha um filho. Essa história, ainda hoje comum à de muitas mulheres anônimas, revela a resignação equilibrada de quem tem uma fé verdadeira, diferente da revolta, e termina esta encarnação martirizada.
Muitos séculos depois, é conhecida a encarnação em que colaborou com São Francisco de Assis, vivendo com os mesmos votos de simplicidade do “Pobrezinho de Deus”. Portanto, Joanna não teve muita folga nestas encarnações, trabalhou muito, interna e externamente, conquistando seu espaço com o seu sacrifício: sacro-ofício de servidora do Mestre.
Renasce em 1651 numa pequena cidade mexicana, como Juana de Asbaje e Ramirez de Santillana, com uma ascendência mestiça: indígena e basca.
Criança de inteligência aguda, precocemente interessa-se pelo estudo e empolga-se com a ideia de aprender mais.
Adolescente, já fluente em línguas diversas do espanhol, como latim, português e nahuatl (língua indígena), é convidada para dama de companhia da esposa de um marquês na Corte. Poderia continuar ali e casar-se, como seria esperado nesta época, mas Joanna, decide aos 16 anos “continuar seus estudos e penetrar com profundidade no seu mundo interior, numa busca incessante de união com o divino”, e ingressa no convento das Carmelitas Descalças.
Desacostumada com a rigidez ascética, adoece e retorna à Corte para em seguida entrar para a ordem de São Jerônimo da Conceição, quando toma o nome de Sóror Juana Ignes de la Cruz. Dedica-se ao estudo, às ciências e às artes, e produz muito. Torna-se uma referência na língua espanhola de sua época ao escrever poemas, ensaios, dramas e peças religiosas, além de compor cantos de Natal e música sacra.
Conhecida como a "Monja da Biblioteca", sua postura inovadora também a imortalizou ao defender o direito da mulher de ser inteligente, capaz de lecionar e pregar livremente.
Aos 44 anos de idade, numa epidemia de peste auxilia às outras religiosas e desencarna logo depois de suas assistidas.
Passados 66 anos retorna na nossa cidade de Salvador, filha de uma abastada família. Aos 21 anos ingressa no Convento da Lapa com o nome de Sóror Joanna Angélica de Jesus, franciscana e Irmã das Religiosas Reformadas de Nossa Senhora da Conceição. Foi escrivã, vigária e Abadessa, e no dia 20 de fevereiro de 1822, ao defender a casa do Cristo e a honra das jovens que ali moravam, foi assassinada por soldados que lutavam contra a Independência do Brasil.
Nos planos divinos, já havia uma programação para esta sua vida no Brasil, desde antes, quando reencarnara no México, daí, sua facilidade para aprender português. É que, nas terras brasileiras, estavam reencarnados, e reencarnariam brevemente, Espíritos ligados a ela, almas comprometidas com a Lei Divina, que faziam parte de sua família espiritual e aos quais desejava auxiliar, dentre elas a notável Amália Rodrigues.
Trabalhadora incansável, integra a equipe do Espírito de Verdade, para o trabalho de implantação do Consolador prometido por Jesus. No livro "Após a Tempestade", em sua última mensagem, refere-se ao tema:
"Quando se preparavam os dias da Codificação Espírita, quando se convocavam trabalhadores dispostos à luta, quando se anunciavam as horas preditas, quando se arregimentavam seareiros para Terra, escutamos o convite celeste e nos apressamos a oferecer nossas parcas forças, quanto nós mesmos, a fim de servir, na ínfima condição de sulcadores do solo onde deveriam cair as sementes de luz do Evangelho do Reino."
Em "O Evangelho Segundo o Espiritismo" assina duas mensagens como "Um Espírito amigo". A primeira, no Cap. IX, item 7 com o título "A paciência" e a segunda no Cap. XVIII itens 13 e 15 intitulada "Dar-se-á àquele que tem", psicografadas no ano de 1.862. Em ambas encontraremos as características da Mestra.
Do mundo Espiritual, Joanna planeja construir na Bahia uma cópia, embora imperfeita, da Comunidade onde estagiava no Plano Espiritual, com o objetivo de, redimindo os antigos cristãos, criar uma experiência educativa que demonstrasse a viabilidade de se viver numa comunidade, realmente cristã, nos dias atuais.
Engenheiros capacitados foram convidados para traçarem os contornos gerais dos trabalhos e instruírem os pioneiros da futura Obra.
Solicita o auxílio de Francisco de Assis, que se prontificou a colaborar com a Obra, desde que "nessa Comunidade jamais fosse olvidado o amor aos infelizes do mundo, ou negada a Caridade aos filhos do Calvário, nem se estabelecesse a presunção que é vérmina a destruir as melhores edificações do sentimento moral”.
Quase um século foi passado, quando os obreiros do Senhor iniciaram na Terra, em 1947, a materialização dos planos de Joanna, que inspirava e orientava, secundada por Técnicos Espirituais dedicados, que espalhavam ozônio especial pela psicosfera conturbada da região escolhida, onde seria construída a "Mansão do Caminho", nome dado à alusão à "Casa do Caminho" dos primeiros cristãos.
Nesse ínterim, os colaboradores foram reencarnando, em lugares diversos, em épocas diferente, com instrução variada e experiências diversificadas para, aos poucos, e quando necessário, serem "chamados" para atender aos compromissos assumidos na espiritualidade. Nem todos, porém, residiriam na Comunidade, mas, de onde se encontrassem, enviariam a sua ajuda, estenderiam a mensagem evangélica, solidários e vigilantes, ligados ao trabalho comum.
Há poucos diais foi inaugurada mais uma obra planejada pela Veneranda, a Casa de Parto. Não trabalho diretamente com a Instituição e ainda assim, fui particularmente atingida por vibrações de emoção, alegria e júbilo pelo majestoso trabalho que a Espiritualidade Amiga tem feito por todos nós na crosta.
Para todos esses Espíritos, particularmente Joanna de Angelis, a minha admiração, respeito e gratidão.
Texto extraído do livro: "A Veneranda Joanna de Ângelis"
Autoria de Celeste Carneiro em Parceria com Divaldo Pereira Franco
MUITA PAZ para todos nós.
Francesca Freitas
14-09-2011