VIVÊNCIAS MEDIÚNICAS (59)

28/09/2011 06:54

 

Nesta semana, a Vivência Mediúnica retorna com os relatos de experiências, trazendo uma história interessante de um espírito na sua jornada em território umbralino denso.

Cabe a reflexão do que nos parece a justiça, o que é justo, o que não é, nunca esquecendo que, no nosso ser, estão todas as respostas.

Um dia esplendido para todos.

 

 

VIVÊNCIAS MEDIÚNICAS (59)

 

O médium percebeu, como eu, a presença de um espírito meio arredio e agressivo. Ambos vibramos para que uma conexão estável fosse estabelecida, que descrevo com a analogia de uma estação de rádio (o ambiente do trabalho mediúnico) e o médium e doutrinador que buscam uma frequência ideal de recepção, que às vezes gera apenas ruídos até que captemos a “música” na frequência certa, afinados. Cabe então ao médium psicofônico, transmitir a mensagem o mais fielmente possível.

Após breves segundos, em postura de defesa e ataque perscrutou o ambiente, e virou-se para mim dizendo:

- “Que lugar é esse aqui?, diferente, com muita luz, é estranho... não estou bem, estou tonto, o que estão querendo fazer o que comigo?”

Tinha dificuldade de respirar e pedi-lhe que tentasse respirar mais pausadamente. Era evidente que estava sentindo-se tonto e com um grande mal-estar físico.

Observei que os mentores amigos lhe aplicaram passes magnéticos, mas sua permanência ali seria breve por questões de sintonia vibratória.

Era também difícil para ele manter-se de olhos abertos, pois percebi que vivia em áreas umbralinas densas e escuras.

 

Relatou com frases entrecortadas que vivia se esgueirando até algum abrigo, em cavernas ou atrás de vegetação espinhosa, onde “os outros” não o vissem, pois era perseguido e difamado.

E dizia: -“ Eles não tem pena não, batem e fazem coisas terríveis! Mas, eu não sou besta não, não deixo e luto quanto posso, fujo o tempo todo.”

Na minha tela mental via as cenas dantescas e tristes, e o espírito andrajoso a esgueirar-se naquele local desolador. Havia muitos lá em condição semelhante, muitos falando impropérios, sem darem-se conta do tempo e do espaço onde estavam, alienados.

Inquirido sobre sua condição, se sabia porque estava sendo perseguido, ele disse que desconhecia, mas insisti e lhe perguntei se havia perseguido pessoas antes. Nesse momento, ficou mais lúcido e respondeu:

-“Ora, naquele tempo todo mundo fazia isto. Muitos tinham escravos e os vendiam. Era assim para sobreviver. Você não sabe de nada, eu fazia o que era certo para mim. Todo mundo disciplinava assim, aprendi a sobreviver daquele jeito.”

Demonstrava um certo orgulho por ter se destacado na atividade de comercializar escravos humanos.

Perguntei-lhe se do fundo do seu coração sabia que estava certo em agir daquela maneira e ele ficou por breves segundos a pensar.

Retrucou dizendo:

- “Naquela época todo mundo achava isso certo, era justo e hoje pode até não ser mais assim. Se eles me perseguem tenho que me defender ou me esconder, pois fazem coisas horríveis e são muito piores do que eu. Tenho de voltar.”

Algo tocou sua consciência, mas não estava pronto para admitir.

 

Intuída pelos trabalhadores espirituais, lhe ofertei um pequeno livro para que colocasse numa espécie de bolsa que trazia à mão, e lhe disse que eram textos do Evangelho. Ele disse que iria guardar e que leria depois, mas antes de afastar-se levou sua pequena bolsa ao coração, e o livro passou a brilhar, iluminando um pouco suas vestes, penetrando no seu perispírito.

No instante seguinte, o vi sentado próximo à uma furna, escondido, porém lendo o livro brilhante, segurando-o com o cuidado de uma preciosidade. Até então, ele desconhecia as palavras do Mestre Jesus.

Um clarão foi adentrando àquele local e visualizei irmãos Samaritanos chegando e trazendo conforto àqueles que lá se encontravam.

 

A conexão com o irmão foi desfeita, e ficamos muito emocionados e gratos pela oportunidade de poder levar algum conforto àquelas almas presas do desespero, desamparados de si mesmas pela ausência de “fé” num bem maior, na Bondade e Misericórdia Divinas.

 

Na próxima semana continuaremos esta história, mas não sem antes citar o professor Rivail:

Crer em Deus e na vida futura é, pois, a primeira condição para moderar o orgulho, mas isso não basta; ao lado do futuro, é preciso ver o passado para se fazer uma ideia justa do presente.”                                                                                                                              Kardec

 

Muita PAZ para todos nós.

Francesca Freitas

27/09/2011

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