VIVÊNCIAS MEDIÚNICAS (62)
O Momento de Luz continua a aprender com as vivências de Miguelito.
No relato de hoje, temos a escravidão institucionalizada. Com isto podemos começar a entender que as marcas dos passados podem estar presentes em todos nós.
Devemos, portanto, caminhar, seguir em frente.
Que tenhamos uma linda caminhada hoje.
VIVÊNCIAS MEDIÚNICAS (62)
Continuamos com a história de Miguelito, que me intrigava, pois era evidente que havia alguns conflitos e dúvidas naquela alma endurecida pelas circunstâncias e revezes. Observei que havia uma tristeza implícita e muito mais antiga no seu íntimo. Felizmente, fui esclarecida pelos amigos espirituais que me permitiram acesso a uma encarnação muito mais antiga deste espírito.
As imagens foram reveladas como num pequeno filme, e, a princípio, via o mar azul escuro com algumas embarcações antigas.
Localizei-o em um barco de madeira, não muito grande e com poucas velas, como um adulto jovem, forte e de pele morena, a remar sob um sol causticante, junto a outros homens, sentados e enfileirados, de aparências distintas. Muitos dos seus companheiros da embarcação tinham correntes ou cordas nas pernas, cujo tamanho era suficiente apenas para passos pequenos, mas ele não tinha amarras.
Chegaram num grande e movimentadíssimo porto, que identifiquei como Cartaginês, onde desembarcou cansado e com muita sede. Sentado numa construção à sombra, enquanto aguardava ser chamado para a refeição, divagava sobre sua vida e observava, com os olhos para baixo, o ir e vir de pessoas, os passos apressados com sandálias e trajes variados, pequenos grupos falando com línguas diferentes, muitos caminhavam apressados, e ia passando o tempo. Na sua condição de escravo era mais prudente não encarar as pessoas nos olhos.
A distração deste espírito era descansar sentado no chão sob um muro ou casa, abrigado do sol, vendo as pessoas andando no cais e olhando o mar. Chamava-as de “pernas falantes”, pois muito rapidamente olhava para seus rostos. Observava os calçados, os pés, as pernas, a cor da pele e os pelos, os detalhes das túnicas, e, assim, aprendeu com o tempo a identificar facilmente de onde procediam.
Portava uma tristeza inconformada, por lembrar muito pouco da família, pois foi vendido como escravo ainda criança, supondo que teria sido por causa de alguma guerra ou disputa. E dizia a si mesmo assertivamente: - “não quero mais ser escravo e vou comprar minha liberdade de qualquer jeito!”; esse era o seu propósito.
Criado por mercadores diferentes, passou alguns anos com um senhor que o tratava bem, mas precisou vendê-lo. Como se acostumou a essa vida, aprendeu a obedecer ordens e não tentava fugir, sobrevivendo sem muitas punições.
Em seguida observo uma cena bem diferente, já estava com poucos anos a mais, muito forte e com barba escura, lutando, com as mãos enroladas com tiras de couro, contra um oponente de raça diferente, claro, muito alto e forte também.
Lutava com muita garra, esquivando-se rapidamente dos golpes. Foi sua agilidade que o permitiu derrubar e imobilizar o oponente no chão batido e empoeirado.
O círculo de pessoas ao seu redor gritava, alguns felizes porque tinham apostado nele, e outros saíam dizendo impropérios contrariados, mas não antes de pagar em moedas a aposta. Havia um senhor que apanhava as moedas no chão e dividia os “lucros” com ele.
Numa cena a seguir, o vejo com algumas cicatrizes pelo rosto e pelo corpo queimado do sol, mais envelhecido e com um traje mais arrumado, portando uma pequena bolsa com moedas para comprar sua liberdade. Após negociar com um comerciante, sai desta construção com uma tenda na frente muito aliviado: estava com seu “documento” de liberdade na mão, um pequeno papiro enrolado.
Com uma alegria contida, dizia a si mesmo: - “Nunca mais serei escravo de ninguém, nunca mais, nunca mais....”
Essa foi a última cena desta encarnação, quando este espírito libertou-se de uma escravidão institucionalizada.
E eis que, milênios depois, fui pesquisar e descobri que Cartago caiu sob o julgo romano 1 século e meio antes de Cristo, e certamente decorridas algumas encarnações, Miguelito reencarna em uma condição tal que precisa se deparar com a escravidão.
Deixo a todos com as reflexões pertinentes, porque as minhas serão partilhadas na próxima semana.
Muita PAZ para todos nós.
Francesca Freitas
18/11/2011
Busquem as vivências anteriores para maior entendimento que a vida deste ser pode nos ofertar.