VIVÊNCIAS MEDIÚNICAS (71)
A proximidade das chamadas festas natalinas nos envolve num clima de alegria, com uma pitada de agitação e gotas de saudosismo. A maioria de nós rememora alguma festividade especial, a própria infância e os afetos que já se encontram no mundo espiritual.
Deixando de lado o aspecto mercantilista, é uma bela oportunidade para compartilhar gentilezas, ressignificando o “presente de natal” comercial.
Que o nascimento de Jesus ocorra em nossos corações.
VIVÊNCIAS MEDIÚNICAS (71)
Muito do Natal de hoje em dia vem de muitos e muitos séculos de história e de costumes diversos, cujo significado é pouco conhecido ou, até mesmo, infelizmente, ignorado. Falo hoje dessa mistura de tradições que leva o Natal contemporâneo a ser uma festa “transreligiosa” para uma grande parte da humanidade.
A partilha e troca de objetos e de “lembranças” tem, no povo de origem judaico-cristã, o significado de comemorar o nascimento do Cristo e começou na história ou estória dos três ou quatro reis magos que levam à Nazaré suas oferendas.
Mas os antigos cristãos não foram apenas os judeus convertidos, mas também outros povos que habitavam a África e, principalmente, a Europa. É claro que estes povos foram acrescentando suas próprias tradições culturais e religiosas às festas, ao longo dos anos.
No antigo catolicismo, os papas Gregório e Libério modificaram o calendário e criaram datas especiais para celebrações importantes. Havia a necessidade de juntar as comemorações pagãs com as festas da igreja.
No ano passado, falei das saturnálias greco-romanas, com os banquetes e muito vinho, comemoradas nesta ocasião, com troca de presentes e oferendas a Saturno, no dia 21 a 25 de dezembro.
Alguns atribuem o natalício de Mitra para os persas, de Osíris para os egípcios e Dionísio em 25 de dezembro, e possivelmente essas datas foram “escolhidas” para unificar as comemorações.
Os romanos enfeitavam suas casas com guirlandas ou coroas de flores e folhagens nas portas, e preparavam uma ceia com frutos secos, que relacionavam à abundância e a prosperidade, tais como nozes e amêndoas.
Portanto a celebração do Natal é repleta de símbolos, e é importante contextualizá-los, conhecer o significado de muitas tradições que permanecem no inconsciente coletivo, e que, naturalmente, vão sendo “esquecidos” os “porquês e para que?”. Mas é o conhecimento que nos fornece a opção consciente de repetir ou não, ou até mesmo de transformar uma tradição em outra.
Assimilamos, mais recentemente, as figuras do Papai Noel eslavo e até mesmo do peru de natal. O último, o peru, cultivado pelos nativos americanos e usado nas festas da América do Norte, no dia de Ação de Graças, passou a ser difundido pela mídia no último século e daí virar um novo símbolo de Natal.
Inclusive, na net há alguns relatos de que a figura do Papai Noel com a roupa típica atual vem de um anúncio da Coca-Cola no início do século passado. Daí a relevância na escolha dos símbolos e tradições a seguir.
Mas retornemos às comemorações no sentido de uma confraternização mais ampla, que começa com a arrumação da casa interna, preparação do ambiente emocional e limpeza da psicosfera para os dias de breve recolhimento, oportunizado pelos feriados, para uma reflexão pessoal e mais profunda, pois que um ano novo está próximo.
Que possamos nos presentear e à humanidade com bons pensamentos, fluidos harmônicos, compreensão, paciência, tolerância e muita amorosidade!
Idealizo uma grande festividade com encarnados e desencarnados em sintonia para celebrar numa grande família crística.
Muita Paz para todos nós.
Francesca Freitas
21-12-2011.