VIVÊNCIAS MEDIÚNICAS (73)

04/01/2012 06:03

 

A Vivência Mediúnica de hoje traz a história de um jovem impetuoso, obtida há poucas semanas atrás, que consideramos oportuna para esse nosso início de ano, época de novos planos, transformações e recomeços.

Que todo o ano de 2012 seja um grande recomeço do evangelho em nossos corações.

Muita paz para todos.

 

VIVÊNCIAS MEDIÚNICAS (73)

 

Os atendimentos transcorriam com certa calma naquela noite e, quando a médium começou a vibrar em determinada ficha, praticamente de imediato, houve uma conexão com um espírito, pois modificou sua postura e expressão facial.

Percebi, pela fala do mesmo, que se tratava de um jovem do sexo masculino, ansioso, inquieto e irritado.

O jovem foi logo falando aos borbotões:

- “Vocês acham que estão fazendo o que?

Eles não são bonzinhos não. Vêm para cá e acham que serão protegidos, mas ninguém me tira de lá até que eu complete tudo que foi decidido e não vou parar.

Ninguém veio nos proteger não!

Ele é apenas mais um dos muitos que estão na minha lista, gravados.

Mas pegarei a todos, um a um, até que não reste mais nenhum.

Não tente me convencer de nada, pois só eu sei o que fizeram.

Você vai ficar do lado deles?”

 

O espírito demonstrava firmeza e impaciência, e custou um pouco para que pudesse ouvir. Envolvido pelas vibrações acolhedoras do ambiente, pude esclarecê-lo de que eu não estava “do lado deles”, mas sim interessada em ouvir a sua história, o que aparentemente o desarmou.

Resolveu, então, me mostrar suas pontas de lança, gesticulando como se abrisse uma espécie de saco. Disse que cada uma era para os seus inimigos da lista, todos os cinquenta.

Pedi-lhe para detalhar a história, que iria escutá-lo e daí poderia dar uma melhor opinião sobre sua missão. E, como num desabafo centenário, contou o relato que segue, agora com minha interferência pessoal, pois resumo sua fala muito rápida e impaciente, característica dos jovens da sua faixa etária.  

 

Ao tempo em que descrevia sua “vida” e os graves acontecimentos sucedidos, imagens e cenas eram bem delineadas na minha tela mental, como auxílio providencial recebido dos mentores do trabalho.

 

Era um jovem no início da adolescência que morava com a família numa ampla construção rural, parecendo “casas emendadas”, relativamente isolada e numa espécie de colina aberta, com pouca vegetação alta ao redor.

Seu pai era ferreiro e trabalhava quase que exclusivamente para um nobre, tipo um marques ou conde feudal. Seu pai confeccionava, num forno ardente, objetos de metal diversos, principalmente armas, especializado em lanças. Rotina dura e comum à época, contava com a ajuda deste filho, único varão, para a labuta diária.

Tinha irmãs mais velhas e mais novas que, com a mãe, cuidavam de pequenos animais para o sustento, portanto viviam com conforto para a época.

O pai era um homem honrado e considerado no feudo, e, possivelmente, a altivez precoce do filho tenha sido herdada.

 

Em determinada ocasião, a mando do nobre, homens vieram encomendar muitas armas, pois iriam à uma “guerra santa”, as Cruzadas.

Produziram muitos artefatos, dentre os quais suas famosas pontas de lança de metal, “brilhantes, cortantes e certeiras ”.

Pouco tempo depois vieram mais encomendas e então trabalharam dia e noite, e o jovem via seu pai preocupado em dar conta do ofício. A remuneração pelo trabalho não aumentava, pelo contrário, mas seu pai acreditava na causa que o nobre divulgava, a causa de defender a Terra Santa.

 

Um dia, seu pai retornou da aldeia mais próxima indignado com as notícias, que se espalhavam pela região, de que a guerra já não era tão santa, que pilhavam e saqueavam cidades com a desculpa de financiar a tal guerra. O ferreiro não se conformava com a ideia que suas lanças estavam ajudando a matar inocentes.

Assim, o artesão do ferro tomou uma decisão, que acabou por ser fatal, e entregou suas últimas encomendas dizendo aos enviados do nobre que não iria mais fazer armas, e sim outros artefatos, tipo lampiões, ferrolhos e etc. 

A mudança de atividade repentina desagradou ao nobre, que foi, em pessoa e acompanhado de mais cinquenta cavaleiros, à sua casa. Ao ser interpelado, o ferreiro manteve sua postura e palavra.

 

Cenas terríveis ocorreram, com um desfecho trágico. Resumo os acontecimentos dizendo que o ferreiro foi morto e suas irmãs estupradas por muitos “cavaleiros”, que acabaram por incendiarem a propriedade. O jovem apanhou e, muito ferido, desmaiou antes de ser morto, o que salvou sua vida por alguns poucos anos.

O jovem viu todos os rostos dos carrascos, gravando, como uma lista, no seu cérebro perispiritual.

Jurou para si mesmo e para o pai, já morto, que vingaria sua morte, fazendo assim justiça com todos, “o nobre e os cinquenta cavaleiros do mal, das trevas”.  

Recolheu algumas pontas de lança e fugiu. Conseguindo sobreviver em outra aldeia de um nobre rival, foi ser ajudante de ferreiro até que conseguiu as 51 pontas de lança que trazia num alforje para a sua vingança, qual seja: um golpe fatal no coração de cada um deles.

 

Não sei como desencarnou, mas o espírito não tinha muita consciência do seu estado, embora, ao longo do relato, demonstrasse que “encontrava as pessoas escondidas” e que as perseguia.

Um pouco mais aliviado pela partilha e pacificado pelo ambiente de vibrações amorosas, perguntei-lhe sobre sua família, das saudades que deviam ter dele, e que, possivelmente, seu pai gostaria de se encontrar com ele.   

Ele disse que o pai morreu, “mas que se fosse em sonho quem sabe?”, demonstrando muita vontade de revê-lo.

Pedi-lhe para descansar um pouco, pois estava cansado de tanta perseguição e luta, e, acalmou-se como se fosse adormecer. Visualizava sua casa na colina e campos verdes.

Então vi, na minha tela mental, a presença de um espírito, um senhor tranquilo de vestes claras e brilhantes, sorriso sutil e amoroso a abrir-lhe os braços. O nosso jovem, que, agora, sentia-se como uma criança loira de 6 ou 7 anos de idade, foi ao seu encontro.

Havia uma cumplicidade no olhar dos dois, como se o pai dissesse a ele: eu sei, eu estou aqui e está tudo bem, carinhosamente acolhido.

 

Desfeita a conexão perispiritual, a médium e eu, às lágrimas, sabíamos que aquele jovem estava voltando para a sua família real.

 

Encerro tal relato, deixando para a próxima semana comentários e reflexões  sobre esta história, com um desenrolar trágico mas contudo com um belo final, na realidade um final de ciclo para um recomeço conciliador e apacificado.

 

Muita PAZ para todos nós.

Francesca Freitas

03/01/2011

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