VIVÊNCIAS MEDIÚNICAS (115)

01/11/2012 07:56

 

A Vivência Mediúnica de hoje pinça alguns trechos de uma importante obra, “Diálogo com as Sombras”, de Hermínio de Miranda, que fala da tarefa, da preparação, dos percalços e dos frutos do intercambio mediúnico.

Recortes dirigidos, principalmente, aos iniciantes, que encontram as naturais dificuldades e outras nem tanto, na sua jornada.

Desvendar o “invisível” e educar as sensibilidades sutis são tarefas que exigem atenção, estudo, assiduidade e dedicação.

Um bom caminho para todos.

 

 

VIVÊNCIAS MEDIÚNICAS (115)

 

 

Existem muitas publicações sérias acerca da atividade mediúnica e, hoje, pinço alguns trechos de uma importante obra “Diálogo com as Sombras” de Hermínio de Miranda que fala da tarefa, da preparação, dos percalços e dos frutos do intercambio mediúnico.

Dirijo-me principalmente aos iniciantes, que encontram as naturais dificuldades e outras nem tanto, na sua jornada. Desvendar o “invisível” e educar as sensibilidades sutis são tarefas que exigem atenção, estudo, assiduidade e dedicação.

 

“ O Espiritismo doutrinário nasceu das práticas mediúnicas, delas se nutre e delas depende, em grande parte, o seu desenvolvimento futuro.

O intercâmbio, entre o mundo espiritual e este, somente assumiu expressão e sentido filosófico depois que Kardec ordenou e metodizou os conhecimentos adquiridos no contacto com os nossos irmãos desencarnados.

Parece claro, também, que o eqüacionamento e a solução das grandes inquietações humanas vão depender, cada vez mais, da exata compreensão do mecanismo das relações entre esses dois mundos que, no final de contas, não são mais que um único, em planos diferentes.

 

É claro que a mediunidade tem um mecanismo muito complexo e até agora poucos foram os cientistas dignos desse nome que se dedicaram, realmente, a fundo e com a mente desarmada de preconceitos, ao estudo dela. Mas se não a observarmos em ação, como poderemos almejar compreendê-la um dia? Só aprendemos a nadar pulando dentro dágua sob a orientação de quem já tenha, a respeito, noções satisfatórias.

Se é incompleto o conhecimento sem a prática mediúnica, também o é o exercício desta sem o estudo daquilo que já se sabe sobre o fenômeno.

Há um universo a explorar.

Há uma Humanidade inteira clamando por ajuda, esclarecimento, compreensão e caridade no chamado mundo espiritual.

O Espírito que erra, invariavelmente prejudica a alguém mais. Os erros que cometemos, prendem-nos a uma cadeia de fatos e de seres que se estende pelo tempo afora.

Nunca o drama de um Espírito é apenas seu. Há sempre, nesta vida ou em algumas das anteriores, elos que nos ligam a outros seres e outras dores.

Aquele que odeia, muitas vezes já está maduro para o perdão — basta uma palavra serena de esclarecimento, um gesto de tranqüila compreensão para libertar, não apenas o seu espírito da tormenta do ódio, mas também o irmão que lhe sofre as agressivas vibrações, provocadas por antigas mágoas.

Aos que ainda desejam vingar-se de antiquíssimas ofensas, mostramos a inutilidade do seu intento e os novos problemas com que virão agravar o seu futuro.

A todos os que erraram, consolamos com a nossa própria imperfeição e com a certeza da recuperação.

Os que já atingiram elevados patamares de conhecimento e amor, ouvimo-los com admiração e proveito.

Muitos nos buscam apenas para trazer notícias das suas próprias conclusões, da nova compreensão diante desse mistério sempre renovado da vida.

 

Multidões de seres que aqui viveram inúmeras vezes, como criaturas encarnadas, lá estão à espera de ajuda e, no entanto, são tão poucos os grupos que se dispõem a esse trabalho que tão altos dividendos paga em conhecimento e progresso espiritual.

Lições terríveis ministradas com lágrimas e gritos de desespero por aqueles que assumiram débitos enormes diante da Lei; lições de doce tranqüilidade e de serena humildade dos que já superaram as suas fraquezas e vêm, sem ostentação, apenas para mostrar como é o Espírito daquele que já venceu a si mesmo, na milenar batalha contra as suas próprias deficiências.

Muitas e variadas lições, aprendizado extenso e profundo para todos os que desejarem realmente apressar os passos e encurtar a caminhada que leva a Deus.

 

A cada bom grupo de seres encarnados dispostos à tarefa, corresponderá um grupo equivalente de Espíritos, num intercâmbio salutar de profundas repercussões, pois Espiritismo é doutrina, mas é também prática mediúnica, e todos nós, ainda que nem sequer suspeitemos disso, temos compromissos a executar, ajustes a realizar com irmãos que nos aguardam mergulhados em ódios e incompreensões, que se envenenam a si mesmos e a nós próprios.

 

O desenvolvimento mediúnico é trabalho delicado, difícil e muito importante, que exige conhecimento doutrinário, capacidade de observação, vigilância, tato, firmeza e muita sensibilidade para identificar desvios e desajustes que precisam ser prontamente corrigidos, para não levarem o futuro médium a vícios funcionais e até mesmo a perturbações emocionais de problemática recuperação.

No passado remoto, esse encargo era de caráter iniciático. O instrutor ia dosando seus ensinamentos segundo as forças e a receptividade do discípulo, e este somente chegava aos estudos mais avançados de desenvolvimento de suas faculdades se ao longo do processo viesse demonstrando,sistematicamente, as condições mínimas exigidas para a tarefa a que se propunha. Evidentemente não há, hoje, necessidade de um guru que leve o discípulo, por estágios sucessivos, até o ponto ideal. O Espiritismo desmistificou o antigo ocultismo, tornando o conhecimento básico acessível ao homem comum.

Não nos esqueçamos, no entanto, de que a técnica do desenvolvimento mediúnico ainda exige atenção, acompanhamento e orientação pessoal de alguém que tenha condições morais e doutrinárias para fazê-lo.

A mediunidade, salvo casos especiais, não deve ser desenvolvida isoladamente e sem apoio dos

livros essenciais ao entendimento dos seus componentes básicos.

Colocado num grupo harmonioso e bem assistido, em que funcionem médiuns bem disciplinados e já em plena atividade, é possível ao médium incipiente desenvolver, pouco a pouco, suas faculdades.

 

Já decidimos que desejamos o trabalho, já nos convencemos, após algum tempo de estudo teórico, de que  estamos preparados para ele.

A tarefa precisa ser desenvolvida com muita assiduidade e continuidade ininterrupta.

Nem sempre estaremos fisicamente dispostos a ela, em virtude do cansaço, das lutas naturais  da vida diária, do desgaste e das tensões provocados pela atividade profisssional, dos inconvenientes oriundos de pequenas indisposições orgânicas.

O dia destinado à reunião exige renúncias diversas, pequenas, mas às quais nem sempre estamos acostumados: moderação e vigilância, por exemplo.

Como os trabalhos são usualmente realizados à noite, não podemos destiná-la ao convívio da família, aos passeios, às visitas, ao relaxamento, à leitura de livro recreativo ou à novela de televisão. É um dia de recolhimento íntimo, ao qual temos que nos habituar, aos poucos.

 

Encontraremos percalços e nos empenharemos em lutas remidas pelo bem. Mesmo assim, desejamos o grupo. Um pouco de humildade nos fará, aqui, um bem enorme.

Não planejamos um grupo para reformar o mundo, nem para conquistar todos os grandes espíritos que se debatem nas sombras. Haveremos de nos preparar apenas para a nossa pequena oferenda.

Os orientadores espirituais saberão o que fazer dela, porque, muito melhor do que nós, estão em condições de avaliar as nossas forças, recursos, possibilidades e intenções, bem como as nossas fraquezas.

O planejamento é realizado no mundo espiritual. A nós, encarnados, caberá executá-lo, dentro das nossas limitações.

 

Resta o compromisso do amor fraterno, que não pode ser parcial, condicionado, a meio coração, reservado; tem de ser total. Começa com o relacionamento entre os componentes do grupo, que precisa apoiar-se no perfeito entrosamento emocional de todos, para o que, obviamente, é indispensável que todos se estimem e se respeitem. Sem isso, impraticável seria doar o amor de que necessitam os irmãos desencarnados que nos procurarem, movidos pela esperança secreta de que os conquistemos para as alegrias do amor fraterno. “

 

Após a leitura segue o convite a vocês leitores, especialmente aos que tem as sensibilidades mais aguçadas,  para um mergulho no autoconhecimento, no reconhecimento das habilidades sutis. É muito melhor conviver com o que conhecemos, adquirindo pouco-a-pouco o domínio necessário para uma partilha mais consciente, pois o intercambio com esse “mundo” justaposto ao nosso é constante.

 

Muita PAZ para todos nós.

Francesca Freitas

31-10-2012

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